Gradualmente, à medida que o SNS se degradava, sob a batuta da Dr.ª Temido e as cativações do Dr. Centeno e dos seus sucessores (veja-se o diagrama já publicado no último Semanário de Bordo), a procura dos cuidados privados de saúde foi aumentando e, em particular a partir da pandemia, as marcações começaram a ser difíceis, as filas e os tempos de espera a aumentarem e até se assistiu a alguns congestionamentos, num claro indício de prosperidade dos operadores privados.
Para dar os exemplos que conheço melhor, a Cuf Saúde apesar de ter registado uma quebra de 6% dos rendimentos operacionais em 2020, primeiro ano da pandemia, cresceu 25,7% em 2021; os números equivalentes do Hospital da Luz foram 4% e 8%, respectivamente.
Considerando a sanha da Dr.ª Temido contra os "privados" e a concorrência da sua prestação de cuidados de saúde, parece-me extremamente difícil encontrar um melhor exemplo da chamada lei das «consequências imprevistas da acção social intencional», formulado por Robert Merton em 1936, que neste caso reveste a forma particular de consequências indesejadas, ou, em português corrente, tiro no pé.
1 comentário:
E começou muito bem. Enquanto estava na crux vermelha, o esposo dirigia a entidade reguladora da saúde que regulava como se esmifram os "privados".
manga-de-alpaca social professor doutor, mestre honoris causa, como o José da loja bem apanhou: Almeida Simões
Abraço
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