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28/07/2022

DIÁRIO DE BORDO: Petição para atribuição de uma medalha de mérito à Dra. Temido pela promoção involuntária da saúde privada

Há quase três décadas que utilizo prestadores privados da rede de um seguro de Saúde. Até há poucos anos era relativamente fácil marcar uma consulta ou um exame médico e o atendimento era rápido, quase sem filas de espera e sem congestionamentos.

Gradualmente, à medida que o SNS se degradava, sob a batuta da Dr.ª Temido e as cativações do Dr. Centeno e dos seus sucessores (veja-se o diagrama já publicado no último Semanário de Bordo), a procura dos cuidados privados de saúde foi aumentando e, em particular a partir da pandemia, as marcações começaram a ser difíceis, as filas e os tempos de espera a aumentarem e até se assistiu a alguns congestionamentos, num claro indício de prosperidade dos operadores privados.

Para dar os exemplos que conheço melhor, a Cuf Saúde apesar de ter registado uma quebra de 6% dos rendimentos operacionais em 2020, primeiro ano da pandemia, cresceu 25,7% em 2021; os números equivalentes do Hospital da Luz foram 4% e 8%, respectivamente.

Considerando a sanha da Dr.ª Temido contra os "privados" e a concorrência da sua prestação de cuidados de saúde, parece-me extremamente difícil encontrar um melhor exemplo da chamada lei das «consequências imprevistas da acção social intencional», formulado por Robert Merton em 1936, que neste caso reveste a forma particular de consequências indesejadas, ou, em português corrente, tiro no pé.

1 comentário:

Anónimo disse...

E começou muito bem. Enquanto estava na crux vermelha, o esposo dirigia a entidade reguladora da saúde que regulava como se esmifram os "privados".
manga-de-alpaca social professor doutor, mestre honoris causa, como o José da loja bem apanhou: Almeida Simões
Abraço