Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (202)

Outras avarias da geringonça e do país.

Cuidando da freguesia eleitoral

Quereis um exemplo da complementaridade do esquerdismo senil do PS e do esquerdismo infantil do BE nos cuidados intensivos da freguesia constituída pelos funcionários públicos? O PS, que toma conta do governo com procuração do berloquismo, nos 4 anos terminados em Junho colocou 35.732 novos fregueses na administração pública. O BE no seu «autêntico programa de governo», segundo o dirigente Pureza, pretende contratar 120 mil novos clientes durante os mesmos 4 anos. De onde, podemos concluir, o esquerdismo infantil é como o senil potenciado pelo multiplicador socialista (exemplos do multiplicador).

A família socialista tem imenso jeito para o negócio

Passando da macroeconomia para a microeconomia dos cuidados, relevo o caso do funcionário da IP com baixa médica a explorar o bar da estação do Pocinho e antecipo as consequências futuras para a grande família socialista do parecer do jurisconsulto Costa que habita o corpo do primeiro-ministro e postulou a interpretação da lei das incompatibilidades da forma magistral que deixou embasbacado o outro contribuinte.

Para os amigos tudo, para os inimigos nada, para os outros cumpra-se a lei

Este é o mote mais popular entre os socialistas e teve mais uma aplicação prática com atribuição dos fundos para recuperação dos incêndios de 2017 (sim, esses mesmo de que fugiu para férias o Dr. Costa) à câmara de Mação cujo presidente não pertence à família socialista (ler aqui o relato).

As greves e manifs são legítimas? Depende

O método com que Costa lida com as greves é, em boa verdade, uma consequência daquele referido princípio «para os amigos tudo, etc.». Veja-se a greve dos motoristas de matérias perigosas que teve de tudo desde ameaças veladas, serviços mínimos iguais a máximos, requisição civil, tropa a convocar grevistas em casa e a substituí-los na condução. Ou a greve do pessoal da Ryanair a quem foi imposto manter os voos com Berlim, Colónia, Londres e Paris.

Paz social

É claro que também continuamos com o fogo amigo dos funcionários públicos que, segundo a contabilidade do Público, já produziram «pelo menos 12 pré-avisos de greve», que vão desde os funcionários judiciais aos enfermeiros, passando pelos Registos e Notariado e a Judiciária, etc.

«Em defesa do SNS, sempre»

Não há vários medicamentos críticos nas farmácias. Num país normal, com mercados mais ou menos regulados a funcionar, isso seria um problema dos mercados. Num país onde muitos mercados, e este em particular, são entidades administrativas, a falta de medicamentos é um problema do Estado Sucial gerido pelo Dr. Costa e a sua família.

Se no caso dos medicamentos ainda pode haver dúvidas, no caso das 75 ambulâncias do INEM, um organismo público, a quem o Dr. Centeno só autorizou 1 dos 5 milhões necessários, estamos perante as consequências da austeridade socialista que substituiu a neoliberal.

Já virámos a página da austeridade

No nova página encontrámos piolhos nos tribunais que milagrosamente não se afogaram na água da chuva.

O choque da realidade com a boa nova

O hospital de Lisboa Oriental anunciado pelo governo anterior para estar pronto em 2012, adiado por causa da austeridade neoliberal, foi outra vez adiado para 2023 ou 2024 por causa da austeridade socialista.

O programa Regressar pomposamente anunciado em Julho para atrair emigrantes a regressarem à Pátria oferecendo-lhes 6.500 euros e benefícios fiscais, atraiu até agora 71 (setenta e um) candidatos.

Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos

No primeiro semestre o crédito hipotecário concedido pela banca aumentou 157 milhões para 4,9 mil milhões de euros no 1.º semestre e o consumo privado também aumentou em Julho.

Ainda não é o mafarrico, mas já se sente o cheiro das brasas

O défice das balanças corrente e de capital continuou a aumentar atingindo 2.600 milhões de euros no 1.º semestre, mais 922 milhões (35.4%) do que no mesmo período do ano passado. A posição de investimento internacional, que reflecte a dívida líquida ao exterior, atingiu no final de Junho -205,9 mil milhões agravando-se 2,7 mil milhões em relação ao final de 2018. (fonte)

Temos décadas de experiência na engenharia orçamental

Ainda o mafarrico não chegou e já se ensaiam as técnicas de manipulação que atingiram a sofisticação com os governos de Sócrates permitindo esconder défice e dívida debaixo do tapete de Teixeira dos Santos. Foi o caso, denunciado pelo IL de retirar a TAP, de que o Estado é o accionista maioritário desde Fevereiro de 2016, do perímetro das Administrações Públicas para efeitos do défice orçamental do ano passado que foi agora retroactivamente revisto em baixa. Se e quando a TAP passar a ter lucros provavelmente, voltarão a incluí-la.

As dívidas não são para se pagar, foi isto que ele aprendeu

Foi muito celebrada a redução no final do 1.º semestre do rácio dívida pública/PIB para 122,2%. Poucos repararam que essa microscópica redução do rácio se deu após 5 anos de crescimento, provavelmente irrepetíveis nos próximos tempos, em que só agora estamos a atingir o nível do PIB de 2008. E ainda poucos repararam que em valor absoluto este governo herdou uma dívida pública de 231,5 mil milhões que aumentou 15,4 mil milhões para 246,9 mil milhões em Junho (fonte).