A ideia está tão espalhado que já assume o estatuto de axioma. Ainda recentemente Ricardo Costa no Expresso Curto citava The Technology Trap: Capital, Labor, and Power in the Age of Automation, de Carl Benedikt Frey, baseado segundo ele num «célebre estudo de 2013 que calculou que 47% dos empregos nos EUA iam ser afetados pela automação».
O estudo de Frey com Michael Osborne, também de Oxford, citado em mais de quatro mil trabalhos académicos, baseou-se na modelização das características de 702 profissões classificadas de acordo com a sua «susceptibilidade de computorização», usando um sistema de machine-learning, desenvolvido por Osborne, de cujos cálculos se concluiu que as profissões de «alto-risco» representavam 47% dos empregos americanos.
Segundo as explicações do próprio Frey, «imensa gente imagina que eu acredito que metade dos empregos serão automatizados numa década ou duas», mas «definitivamente não é o que o estudo diz. Não fizemos nenhuma tentativa para estimar quantos empregos seriam de facto automatizados» disse Frey citado pela Economist.
Como no tema das mudanças climáticas, também neste domínio a ideologia e a política tendem a contaminar o debate entre dois campos extremos. De um lado os catastrofistas que prevêem a extinção maciça de empregos e de outro os que acreditam, baseados na história económica, que após alguma turbulência serão criados a longo prazo mais empregos do que os destruídos. Carl Benedikt Frey, segundo ele próprio, está mais próximo deste segundo campo.
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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