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24/08/2019

As minhas ditaduras são melhores do que as tuas, ou como a esquerdalhada convive mal com a história

A onda de indignação que percorre as redacções dos jornais e as redes sociais, a pretexto de um museu dedicado a Salazar, está a mostrar, uma vez mais, o apego à doutrina Somoza pela esquerdalhada que ocupa as primeiras e infecta as segundas. Por isso, para a esquerdalhada a limitação das liberdades pelo salazarismo é condenável, ao mesmo tempo que é louvável a limitação das liberdades e a violência extrema do radicalismo republicano.

A esse respeito, para não repetir o que já foi escrito, aqui um vai excerto da «Crónica sobre quando o meu fascismo é melhor que o teu...» de Pedro Ferros no jornal i:

«Esta é a horda dos fanáticos ultrapolitizados, militantes das causas fracturantes e não só, signatários e impulsionadores destas sucessivas cruzadas, que na imbecilidade do seu fanatismo não percebem que Salazar deve ter um museu, exactamente por causa deles, e da sua versão em cada época.

A um tempo, para que não esqueçamos essa página da história, mas sobretudo para nos lembrarmos por que razão houve, em 28 de Maio de 1926, uma revolução pacífica que desceu de Braga até Lisboa e instalou, sem necessidade de nenhum PREC, um regime autoritário de sinal contrário, que estes ora tanto abominam, e que durou quase meio século, com grande aceitação popular durante muitos desses anos.

Estes idiotas de hoje em dia são, pois, os herdeiros morais dos muitos desmandos da i República e das suas lutas intestinas. Indignam-se com os mortos da Guerra Colonial e são indiferentes às vítimas da i Guerra Mundial, quando o Portugal das esquerdas revolucionárias carbonárias e jacobinas, que tanto glorificam e com o qual vivem pacificamente, enviou para as trincheiras de França 50 mil soldados impreparados e mal armados, de onde não voltaram quase oito mil soldados, um número quase idêntico ao das baixas de todos os teatros de guerra durante a Guerra Colonial, que durou década e meia.

Desconhecem, ou branqueiam, a barbaridade dos episódios desta putativa democracia dos golpes sucessivos, de um clima de quase guerra civil constante em que, num período de 16 anos, a República Portuguesa teve sete Parlamentos, oito Presidentes da República, 39 Governos, com 40 chefes diferentes, uma junta constitucional e uma junta revolucionária. E em que entre 1920 e 1926 houve 23 Governos

1 comentário:

Anónimo disse...

A 1a republica teve um herói: Mendes Cabeçadas.
Após 16 anos de tristes figuras, este homem foi a 'cabeça' do 28 de Maio.
Com muitos a apoiá-lo: Carmona, Gomes da Costa, Humberto Delgado, Henrique Galvão, logo assim sem esforçar a memória.