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17/06/2017

Pro memoria (346) - Estúpido não será. Talvez ignaro

Helena Garrido é uma das jornalistas apreciada aqui no (Im)pertinências e com quem concordamos frequentemente. Também gostaríamos de concordar com o que escreveu aqui e principalmente com a conclusão, mas temos muitas dúvidas:
«O regime está muito mais doente do que parece. Casos como a TAP, Carlos César ou EDP são apenas a ponta do iceberg. Os políticos e a justiça andam a brincar com o fogo. O povo não é estúpido.»
Estúpido não será. Estúpidos são indivíduos, mas não se pode dizer o mesmo dos povos. Mas não teria (e tem ainda) razão Alçada Baptista quando na sua «Peregrinação interior» escreveu «Este povo ignaro e atrasado»?

Como explicar de outro modo, os resultados das últimas sondagens que quase 70% dos portugueses a terem mais confiança em Costa como primeiro-ministro, o PS com quase 44% de intenções de voto e quase 90% dos portugueses a considerem que Marcelo tem actuado bem?

Talvez nos devamos lembrar de Março de 2010, a um ano do resgate e depois dos casos TVI e "Face Oculta" em que Sócrates e o PS estavam mergulhados até ao pescoço, quando no DN se escreveu (a página original desapareceu misteriosamente, mas ainda é possível encontrar a citação no blogue O Jumento);

«Nem os mediáticos casos TVI e "Face Oculta", nem a avaliação negativa dos inquiridos ao desempenho do Governo parecem dados suficientemente fortes para abalar o Partido Socialista. Se hoje se realizassem eleições legislativas, José Sócrates seria reeleito com 41% dos votos. Uma percentagem quase cinco pontos superior ao resultado eleitoral do seu partido em Setembro último.

O PSD, em disputa acesa há meses pela liderança do partido, com Manuela Ferreira de Leite em breve a abandonar o cargo, aparece como a segunda força mais votada (33%), mas a uma distância significativa dos socialistas. Estes são alguns dos resultados de uma sondagem da Universidade Católica para DN, JN, RTP e Antena 1.»

Talvez estas sondagens sejam mais do mesmo e se possam comparar às de 2010.

2 comentários:

Unknown disse...

Não esquecer o esterco jornalístico, com o televisivo à cabeça por "mais visível, directo e imediato", como um dos principais responsáveis pelo branqueamento dessa canalha que, cá na paróquia, passa por governo...

Anónimo disse...

Dois pontos:

1o: Todo o iceberg (em estranjeiro=montanha de gêlo) tem mais de 10 vezes do seu volume fora da vista, submerso.
2o: Canalha (sobretudo no Portugal beirão) indica fedelhagem, criançada, aonde disparates não faltam.

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