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12/07/2014

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: A queda do GES é uma medida de higiene pública

«Já basta. Basta mesmo. Basta de uma vez por todas.

Na verdade, a escolha não é de todo o país. É de poucos homens. Um deles é Pedro Passos Coelho, que tem resistido a todas as pressões. Está a correr um risco enorme, como aliás Carlos Costa. Se o BES for intervencionado, ambos serão fritos, torrados e assados em cinco minutos. Mas se superarem a crise, Portugal terá tido a maior transformação da economia em décadas. Não foi a troika. Nem a palhaçada da reforma do Estado, a lei laboral ou a das rendas ou qualquer outra das falhadas reformas estruturais. Mas a queda do Grupo Espírito Santo e da aristocracia satélite.

A família já não interessa nesta história, é já claro que perderá quase tudo, incluindo o banco. A falência escandalosa do GES arrastará muitas empresas e fortunas. E o BES será outro banco, comprado (ou tomado). O que interessa agora é resistir ao medo, assumir e gerir os prejuízos. E fazer tudo para que a reputação de Portugal não seja arrastada nesta hecatombe de negócios onde os donos do poder fizeram o que quiseram. Foram eles que mentiram, foram eles que faliram. Que não sejamos nós as suas vítimas. E que desta vez nasça da destruição algo de novo e de melhor. Boa sorte, precisamos dela.»

Pedro Santos Guerreiro, no Expresso

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