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10/07/2014

ARTIGO DEFUNTO: A credibilidade da OCDE não depende do crédito do jornalismo de causas

Sob o título «Passos auto-elogia-se», um jornalista de causas anónimo (anónimo é o jornalista, as causas têm nome) desvaloriza a conclusão do relatório da OCDE que o governo «protegeu [da crise] a população mais desfavorecida» escrevendo que tal relatório foi «encomendado pelo próprio Governo».

Não sei se o governo encomendou ou não relatório, nem isso é relevante quando se trata de uma organização internacional como a OCDE dirigida por um Angel Gurría que fez várias vezes o backup às acções de agitprop orçamental do governo de José Sócrates (como aqui). Em contrapartida, sabemos todos os que queremos saber que o estudo «Rising inequality: youth and poor fall further behind», Insights from the OECD Income Distribution Database, certamente não encomendado pelo governo português, aqui comentado o mês passado pelo Pertinente, permitiu desmistificar vários mitos e concluir:

  • Em Portugal as desigualdades aumentaram apenas moderadamente e em relação aos rendimentos disponíveis (isto é, rendimentos depois de impostos e subsídios sociais) as desigualdade diminuíram;
  •  Os rendimentos disponíveis das famílias tiveram quedas maiores ou mesmo muito maiores na Grécia, Islândia, Espanha e México do que em Portugal; 
  • Em Portugal os mais afectados foram os ricos.

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