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28/07/2014

Lost in translation (209) – O efeito Lockheed TriStar nos submarinos, queriam eles dizer

Sob o surpreendente título de «Submarinos permitem investimentos em eólicas», o Expresso noticia que em resultado das contrapartidas negociadas com o consórcio alemão GSC pela aquisição de dois submarinos - que nos faziam tanta falta como as pirâmides de Gizé no Terreiro do Paço - a Ferrostaal que fabricou os submarinos participará em 50% no consórcio Ventinveste para construir quatro novos parques eólicos que nos permitirão oferecer a Espanha energia eléctrica de borla e nos obrigarão a construir mais barragens para armazenar a energia em excesso e a pagar mais custos de compensação às centrais térmicas para produzirem energia quando não há vento.

O título adequado seria «Submarinos obrigam investimentos em eólicas». É o efeito Lockheed em todo o seu esplendor.

ACTUALIZAÇÃO:

«O ex-ministro da Economia Álvaro Santos Pereira assumiu hoje, no parlamento, que as contrapartidas negociadas pelos vários governos em nome do Estado português na compra de equipamento militar eram "imaginárias", devido ao seu grau de incumprimento generalizado.
O antigo membro do atual Governo da maioria PSD/CDS-PP admitiu ainda, durante o inquérito parlamentar, em sede de comissão, ter sido aconselhado a "não mexer no dossiê" por se tratar de um assunto com um grande "passivo reputacional".
"O modelo das contrapartidas foi desenvolvido para convencer a opinião pública de que a compra de material militar era neutra", justificou, classificando-as de "imaginárias"

(Fonte: Lusa, via MSN Notícias)

1 comentário:

Rui C disse...


Para variar desta vez discordo. A mim parece-me que os submarinos nos faziam falta. A não ser que se prescinda da componente naval das FAs e de um modo geral do extenso mar que ainda é nosso. Aí sim os Espanhóis agradeciam. As contrapartidas, eólicas ou outras é que são um mau hábito.