Fonte: Pinho Cardão no 4R |
Sabe-se hoje que muitos das PPP e nomeadamente as negociadas nesse ano foram um enorme desastre cujos efeitos se prolongarão durante décadas. Faria todo sentido identificar os principais responsáveis por esse desastre.
Já não é preciso. Para o engenheiro João Cravinho, ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território do XIII governo de António Guterres, e um dos grandes impulsionadores das PPP, o grande responsável não é obviamente ele próprio ou António Guterres ou o seu amigo Sampaio, presidente da República que promulgou 36 PPP, nem José Sócrates que lançou 50 PPP ou os seus ministros «especialistas na matéria» Teixeira dos Santos, Mário Lino, António Mendonça ou Manuel Pinho. O grande responsável é Aníbal Cavaco Silva, presidente da República, porque
«sendo ele especialista na matéria, como é que aceita, por exemplo, que as concessões só comecem a ter efeitos no termo da legislatura, n anos à frente? Uma coisa é não obstar, concordando ou não, as concessões. Outra são as condições concretas em que obviamente foram manipuladas as manifestações e os encargos financeiros correntes, pondo-os para além da conjuntura, sem que houvesse a menor razão justificativa. O despesismo infrene não está na origem da crise; não está exactamente porque as coisas estão muito diferidas no desenrolar da própria crise.»
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