O ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos, que aumentou a dívida do Estado em quase 40-quarenta-40 por cento do PIB, conseguiu a proeza de alimentar dois mitos de uma só vez: o «aumento do risco de pobreza não era uma fatalidade» e, segundo ele, terá sido um facto, apesar de não ser uma fatalidade. (Económico)
Quanto ao primeiro mito, acontece que a fatalidade da obra deixada por Teixeira dos Santos, como gestor de falências de José Sócrates, mais do que tornar fatal o risco, tornou fatal a pobreza.
Quanto ao segundo mito, vou socorrer-me do trabalho de um dos meus blogues preferidos para o desfazer. Como é visível no gráfico (*), eis o que o que há «a reter sobre o “brutal aumento de pobreza”:
Após transferências de pensões, há menos pessoas em situação de risco de pobreza que em 2009;
Sem transferências sociais o aumento de situações de risco em relação a 2009 é notório mas esse aumento é colmatado com aumento de prestações sociais para os mais desfavorecidos;
O “brutal corte de pensões” não ocorreu nas pensões mais baixas, pelo contrário.
O gráfico demonstra mais igualdade, não se compreende o que aborrece os suspeitos do costume.»
(*) É claro que a coisa se pode apresentar sob a forma de um «gráfico socialista» como o primeiro gráfico deste post.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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27/03/2014
Mitos (158) – Dois em um
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