O vídeo marcelista «Ich bin ein Berliner» é um disparate em todas as dimensões. A começar pelo propósito megalómano-infantil de querer convencer um povo, seja lá qual for e seja lá do que for, através de um vídeo e querer fazê-lo exibindo-o para umas dezenas de pessoas encolhidas com o frio numa praça. A continuar por tratar os portugueses como desgraçadinhos que trabalham muito e ganham pouco (falta dizer porquê) o que não inspira respeito seja a quem for, e muito menos aos alemães. A continuar porque trata os alemães como ricos que têm a obrigação moral de se deixarem esmolar pelos desgraçadinhos. E a terminar porque a sua produção não é de amadores - porque amadores são os que fazem bem feito aquilo que gostam – a produção é má e poderia ser feita por maus amadores ou por maus profissionais, o que vem a dar no mesmo.
Como se tudo isso fosse pouco, o vídeo, pelo seu título, dirige-se mais directamente aos berlinenses. Ora, como deveriam saber os seus promotores, Berlim oriental e toda a grande zona urbana envolvente esteve sob a tutela soviética durante 45 anos, isto é mais ou menos o mesmo período em que Lisboa esteve sob a tutela salazarista (vou esquecer o período posterior), e com efeitos não muito diferentes.
Efeitos que o Eurostat sumariza desta forma: «Lisboa (Portugal) and Berlin (Germany) were the only EU-15 regions containing capital cities to report primary income per inhabitant below the EU-27 average». Lá foram bater à porta errada. Se ao menos tivessem escolhido, Dusseldorf, Munique ou Estugarda…
Percebe-se agora o porquê da minha declaração de ontem: se tivesse de escolher entre o tele-evangelista e o picareta falante para presidente dos desgraçadinhos votaria no primeiro? Estou a exagerar. Hesitaria, pelo menos.
ADITAMENTO:
Confesso que não tive pachorra para verificar em detalhe os factos e dados referidos no vídeo. JCD fê-lo e bem feito, como é costume, no Blasfémias, apontando uma dúzia de asneiras o que nos leva a acrescentar os conteúdos aos restantes disparates.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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2 comentários:
A parte que gostei mais foi a da rapariga a atirar-se ao polícia.
tina
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