Em alternativa ao corte de 4 mil milhões na despesa pública que o governo se propõe fazer, António José Seguro tem defendido crescimento em vez de austeridade, aumentando o PIB e assim baixando o rácio défice/PIB para 4,5%.
Se reduzirmos esta conversa encantatória e o raciocínio miraculoso que lhe subjaz à aritmética mais elementar, a coisa não resiste a meia dúzia de contas. Contas que o blogue «Será que os anjos têm sexo?» fez e que aqui reproduzo e subscrevo:
«O PIB 2012 previsto para 2012 é de 166.341,1 milhões de €.
Se o PIB cair 1% em 2013, como previsto, será nesse ano de 164.677,7 M€.
A meta do défice é de 4,5% deste último valor, ou seja 7.410,5 milhões de €.
Se são necessários 4.000 milhões de cortes na despesa para atingir essa meta, é que o défice previsto sem essa correcção seria de 11.410,5 milhões, o que corresponde a 6,93% do PIB de 2013.
Para que este défice de 11.410,5 milhões corresponda, sem a correcção, a apenas 4,5% do PIB, este teria de crescer em 2013 até 253.566,6 milhões de €, ou seja, o crescimento do PIB teria de ser de 88.888,9 milhões de euros, o que representa um crescimento de 54%.»
Em conclusão, não estou satisfeito com este governo, mas o que posso esperar de um hipotético governo liderado por um sujeito que não sabe fazer contas e não encontra entre os seus prosélitos alguém que saiba? É o trilema de Žižek.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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