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21/07/2011

CASE STUDY: Mota-Engil e a auto-estrada mexicana

Em Portugal a simbiose entre o governo de serviço e os grandes empreiteiros de obras públicas já deu muito e ainda teria muito para dar (*), se houvesse dinheiro em abundância, mas, não sendo esse o caso na presente conjuntura, já tem pouco, Por isso, a Mota-Engil, onde pontifica o emérito estradista Jorge Coelho, foi aplicar o seu refinado know-how no México, tendo conseguido aumentar para 45 anos o prazo de concessão da auto-estrada Perote-Xalapa e um reforço da grana a torrar de 165 milhões de euros para aumentar para 2 faixas.

O aumento do prazo da concessão é genuíno know-how português (Terminal de Contentores de Alcântara). O aumento para 2 faixas pode vir a ser uma manifestação do know-how local. Pelo menos se acreditarmos na estória já aqui contada da auto-estrada que o governo mexicano teria inaugurado com pompa e circunstância pelo facto de dispor de 3 (estreitíssimas) faixas. As faixas, de tão estreitas, originaram inúmeros acidentes, forçando o governo passado pouco tempo a reduzi-las para duas, com o argumento que da redução de pouco mais de trinta por cento do número de faixas resultaria um maior acréscimo de segurança. Talvez o resultado tivesse sido mais segurança, mas o que resultou, sem margem para dúvidas, foram enormes engarrafamentos que levaram o governo a voltar ao número original de faixas anunciando entusiasticamente que o número de faixas iria ser aumentado de cinquenta por cento.

(*) Descobre-se agora que os encargos com as PPP rodoviárias devem atingir este ano 1,2 mil milhões quase triplicando os 470 milhões que o governo socrático orçamentou.

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