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21/02/2004

CASE STUDY: Compromisso Portugal? Compromisso é coisa de galinhas. Precisamos é de ser porcos. / The fairy tale of the old and the young gangs.

SUMMARY for the sake of those foreign souls coming from outer space who are not able to read Portuguese:
The young gang says they have the will, but not the money. They ask the government for a breakthrough. The government doesn’t give neither breakthroughs nor monies.
The old gang has the money, but not the will – well, they are writing a will, post mortem kind.
This is the state of Portuguese businesses. Can we get out of this dead end? Yes, because it not a true dead end.
The young gang should convince the old gang to lend them their money. With the money borrowed the young gang will buy the businesses from the old gang.
The old gang will go to a deserved retirement, probable a golden one – should the young gang pay back. The young gang will fight hardly for life to pay the monies borrowed from the old gang, will pay more taxes to the government and will pray to get some extra monies to themselves.
In the end everybody will be happy, old gang, young gang and, last but not least, the government, like in any fairy tale.


aqui disse das 30 propostas para melhorar o país produzidas no Convento do Beato o que Maomé não disse das alheiras. Mas estou inocente de me atirar às 500 luminárias a quem baptizei, com grande benignidade, de la crème de la crème.

Li com curiosidade alguns comentários doutras luminárias que não estiveram no Beato e que se atiraram a la crème de la crème como gato a bofe.
Um deles é o comentário «Compromisso»? do doutor Vasco Pulido Valente no DN, em que esta ilustre reencarnação dos Vencidos da Vida esturrica impiedosamente as 500 luminárias com os argumentos do costume – é tudo óbvio, já foi tudo dito desde pelo menos o Senhor D. João VI. Acrescenta, porém, uma grande inovação: a idade jovem, e por isso comovente, das luminárias que pertencem a «uma geração atafulhada de energia, saber e competência», que só poderia produzir «vacuidade, arcaísmo ou asneira».

Outro comentário interessante foi o do doutor Jorge Fiel nos «Invisíveis Correntes» do Expresso, que partilha com o doutor Braga de Macedo, cognominado o Adiantado Mental nos seus tempos de ministro das Finanças em que descobriu em Portugal um oásis no deserto europeu da crise económica.
O doutor Jorge Fiel tenta outra abordagem. Começa por contar a estória do senhor Horácio Roque que subiu a pulso na vida desde o balcão da cervejaria em Luanda até dono do grupo financeiro Banif, para nos mostrar a seguir a que distância dele se encontram as 500 luminárias que fizeram as suas licenciaturas, pós-graduações, mestrados, doutoramentos, muitos deles nas Harvards e nos INSEADs, quase sempre com a propina paterna, e que aterraram depois numas administrações e presidências, mas que nunca vergaram a mola na vida e nunca apostaram os seus cabedais nas aventuras empresariais que comandam. «Não se descobriu petróleo no Beato», concluiu o doutor Fiel. Termina contando a velha estória da diferença entre compromisso e envolvimento - nos ovos com bacon a galinha compromete-se e o porco envolve-se.

Que fazer com as 30 propostas para melhorar o país?
Segundo aqueles dois e outros senhores, o melhor é deixar tudo como está: segundo o doutor Pulido Valente, é melhor a 3ª idade ficar no comando das empresas e do país, até se sufocarem na própria baba; segundo o doutor Jorge Fiel, deve-se esperar que as 500 luminárias façam umas poupanças para arriscar os seus cobres nos seus próprios negócios, já que a versão cervejaria luandense não parece disponível.

Com comentadores assim, é melhor fechar o país.

Eu, que sou um contribuinte líquido, daria uma oportunidade aos geadas do Manifesto de mostrarem a sua sageza e outra oportunidade, a mesma, aos 500 do Beato de mostrarem que os comentadores não têm razão. Trancava as 500 luminárias no Beato, juntamente com os 40 geadas do Manifesto, e só os deixava sair quando os primeiros convencessem os segundos a passar-lhe a pasta para as mãos. Os segundos emprestam a massa aos primeiros, e partem para a reforma. Os primeiros compram os negócios dos segundos, fecham o que for para fechar, desenvolvem o que for para desenvolver e abrem o que for para abrir.

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