Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.
» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

07/11/2024

No, maybe it won't be the end of the world (1)

Mr. Trump won the elections with a majority unforeseen by most predictions (again) and also, for the first time, a clear majority of votes. It was a victory across the board for the Republican Party, which in addition to the presidency gained control of the Senate and perhaps also the House of Representatives.

It is a victory largely due to the white workers and white evangelicals of whom an estimated three-quarters voted for the Republican Party, mainly because of the former's rejection of globalization and immigration (which they blame for taking their jobs and competing for their jobs, respectively) and the rejection of woke ideology that the latter (and the former) see as an attack on family and morals.

That all this has been achieved mainly thanks to a morally and ethically dubious politician, to say the least, with a transactional view of politics, with erratic ideas and an inconsistent and disjointed speech, can only be explained by the negative partisanship that infects American political practice.

Now what? Now maybe it won't be the end of the world, as it wasn't in the previous term. Now the team is more consistent, starting with the vice president who once said “Never Trumper” and called him “America’s Hitler” (I don't agree) and an “opioid for the masses” (I must agree), but negative partisanship is much more pronounced today, largely due precisely to Mr. Trump, and external conditions are now much more difficult. That's why the risk of everything going wrong is clearly greater.

(To be continued)

06/11/2024

Vitimizar e vitimizar-se são os verbos mais conjugados no Portugal dos Pequeninos

O modelo 5-D de Geert Hofstede (várias vezes citado neste blogue) inclui a dimensão feminilidade / masculinidade em que o Portugal dos Pequeninos obtém um score que o posiciona no sétimo lugar mais feminino nas cinco dezenas de países que foram estudados. Este estereotipo feminino (que existe, como existem os cromossomas sexuais X e XY), inclui a simpatia pelo desafortunado, a valorização da vítima e o ciúme pelo sucesso. Ocorreu-me esta epifania laica ao ler o artigo de opinião «República das “vítimas”» de Pedro Gomes Sanches do qual não resisto a citar o seguinte excerto:
«Se és “racia­lizado”, és vítima de racismo, se és mulher, és vítima de machismo, se és imigrante, és vítima de xenofobia, se não tens casa, és vítima do turismo, se não te identificas com o sexo com que nasceste, és vítima de transfobia, se gostas de alguém do mesmo sexo, és vítima de homofobia, se não tens bom desempenho escolar, és vítima da meritocracia, se vives, és vítima das alterações climáticas.

Sempre que se pergunta a uma destas “vítimas” por que não rompe com essa condição ouve-se a mesma resposta: a sociedade capitalista, liberal, branca e heteropatriarcal é opressora e não deixa.»

E, já que estou com a mão na massa, e a propósito do Dia Mundial do Cuidador Informal que se comemorou ontem, remeto para com um artigo com o saboroso título “De que vale ter o estatuto?” Cuidadores pedem que cuidem deles em que se dá voz aos 15 mil cuidadores recenseados pela Segurança Social que esperam eles próprios terem um cuidador formal que, como se adivinha, é o Estado sucial, afinal o cuidador em cujo colo quase todos os portugueses ambicionam acolher-se.

05/11/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (32)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.


Em retrospectiva: há sete anos o governo do Dr. Costa assinou um protocolo com o Dr. Basílio Horta, presidente da câmara de Sintra, um entre vários antigos cristãos-democratas convertidos às delícias do socialismo, para a construção do hospital de Sintra co-financiado pela câmara e o ministério das Finanças. O ano passado o ministro do SNS Dr. Pizarro anunciou a contratação de 600 profissionais. Sete anos depois o Dr. Basílio anunciou a inauguração do hospital com as obras por terminar, sem equipamento e sem os profissionais. (fonte) Uma nova tentativa de inauguração falhou devido a problemas de construção e de segurança só agora identificados.

Banco de Fomento é «torrar dinheiro em coisas que não valem pevide»

Recordemos que o Banco de Fomento sucedeu a um banco de fomento que fora privatizado por um governo PS, ressuscitado em 2018, só viu a luz do dia em 2021, depois de dois anos a ser anunciado pelo então ministro da Economia. E entre outros desastres desde a sua fundação em 2012 registou perdas de 124 milhões nas cerca de 300 startups em que participou. Desde então já teve mais de uma dezena de administradores e o ano passado mais dois que se demitiram por “cansaço”.

O Dr. Costa Silva, que foi ministro da Economia e tutelou o Banco de Fomento, vem agora informar-nos com quatro anos de atraso que «em Bruxelas não tinham muita confiança no Banco de Fomento».

Ele é uma autoridade em oportunidades perdidas

É difícil não concordar com o Dr. António Mendonça Mendes - afinal ele esteve 7 anos nos governos do Dr. Costa é um dirigente do PS há muitos anos e irmão de outra dirigente (lá está, a grande família socialista, sempre) - quando escreve que o OE 2025 é «um exercício assente numa visão de curto prazo, que gasta em termos de maior abundância e retira margem para responder a tempos de maior dificuldade. Uma oportunidade perdida. Os portugueses não o mereciam

«A educação é a nossa paixão»

A semana passada lembrei que entre as obras do Dr. Costa se destaca os desempenhos dos alunos medidos pelo PISA 2022 (Programme for International Student Assessment) que registaram quedas face a 2018 de 21 pontos em Matemática, 15 pontos em Leitura e 7 pontos em Ciências, quedas superiores à média dos países da OCDE em 41%, 54% e 249%, respectivamente. Faltou ilustrar o feito com este gráfico.

As empresas são todas iguais e umas são mais iguais do que outras

O ano passado tiveram benefícios fiscais 86 mil empresas e apenas 20 grupos empresariais (0,02 por cento do total) tiveram 16,5% do total.

04/11/2024

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Se o sectarismo em geral é uma estupidez, o sectarismo num partido liberal é uma estupidez indesculpável

«Ao contrário de outras ideologias, o liberalismo não é uma ideologia utópica. Também não aspira a criar um homem novo despido da sua natureza humana. É uma ideologia que aceita a imperfeição como algo inerente à realidade. O liberalismo não aspira a um mundo perfeito, aspira a um mundo cada vez melhor. A lógica de pensamento para o mundo e para o país deve aplicar-se também ao partido. O partido nunca será perfeito para ninguém, será sempre composto por pessoas diversas, com diferentes personalidades e motivações, algumas das quais incompatíveis entre si. Esperar o contrário é utópico e o caminho mais rápido para a desilusão e o conflito. Entender a natureza humana implica saber gerir e tolerar as suas imperfeições, especialmente aquelas que são agravadas pelo stress da prática política e exposição pública.

As eleições internas podem ser uma festa da democracia, contribuir para projetar uma imagem positiva da IL e do próprio liberalismo. As circunstâncias, a inexperiência e alguma imaturidade impediram que isso acontecesse da primeira vez. Temos agora uma segunda oportunidade. Não a podemos desperdiçar.»

Carlos Guimarães Pinto, escrevendo sobre o sectarismo do tipo esquerdismo infantil que infecta o Iniciativa Liberal

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Declaração de interesse: a relação que tenho com o IL resume-se a ter votado uma vez na sua lista antes da infecção pelo sectarismo. 

Crónica de um Governo de Passagem (25)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Em suma

«Montenegro cortou com a herança do Passismo e recolocou o PSD no centro político, roubando ao PS o papel de partido charneira do sistema. E, ao mesmo tempo, traçou uma linha divisória à sua direita, deixando claro a um certo eleitorado - que se preocupa com coisas como a alegada “ideologia de género” e a imigração dita descontrolada -, que só o voto na AD poderá mudar alguma coisa. Esta estratégia já estará a produzir resultados, tal como revelam as últimas sondagens. O que explica a necessidade que André Ventura teve de ir à televisão dizer que foi traído e enganado, como que dizendo aos seus correligionários que a sua estratégia só falhou porque do outro lado estava alguém que faltou à sua palavraEscreveu Filipe Alves e eu subscrevo.

Acrescento que tudo isto é óptimo para o futuro político do Dr. Montenegro e do PSD. Falta apenas o mais importante que são as mudanças indispensáveis para o futuro do Portugal dos Pequeninos.

Um Estado que cuida dos eleitores do “Partido do Estado”

Uma vez mais, o governo dá sinais para o eleitorado dos pensionistas garantindo que «estará disponível para fazer um aumento extraordinário das pensões, nomeadamente das mais baixas e para um aumento estrutural (?) das pensões».

Entretanto, segundo o CFP, a pesada carga fiscal assegurará um excedente de 0,6% superior ao previsto e o Dr. Sampaio que vive no interior do Dr. Montenegro declarou que há mais vida para além do orçamento: «o equilíbrio das contas não é o fim da nossa política». Vamos ver, no futuro não muito longínquo, o que resulta da concorrência entre o PS e o PSD para conquistar o voto dos velhotes.

Cativações deprimentes, inúteis e opacas

Quem assim as classificou foi a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) que considera as cativações «exemplos deprimentes da Administração Pública a trabalhar para si própria, inúteis para reprimir a despesa e opacas porque é impossível conhecer ex ante»

O crescimento é poucochinho

Negócios

O crescimento homólogo no 3.º trimestre foi 1,9% e em cadeia de 0,2% e, como o gráfico mostra, a tendência não é animadora. Ainda assim, graças ao aumento do consumo privado e apesar de um decréscimo do investimento. Imaginemos o que seria sem crescimentos do turismo superiores a 4% como se estão a verificar este ano.

Take Another Plan. Uma garantia preocupante e os “bafos” até ao final do ano

O ministro das Infraestruturas garantiu que a privatização da TAP «não será feita a qualquer custo». É uma garantia preocupante sabendo-se que o montante torrado na nacionalização da TAP ultrapassou até agora os três mil milhões de euros, o equivalente a nove meses de facturação e segundo o semanário referência a TAP será «bafejada com mais de €700 milhões até ao final do ano» que resultam da última tranche da pandemia e de um novo empréstimo obrigacionista de 343 milhões.

03/11/2024

Não são fascistas, são matarruanos (ou grunhos)

A esquerdalhada em geral, com a possível e ocasional excepção da esquerda inteligente, quando ouvem falar do Dr. Ventura ou do Chega fazem como a personagem do dramaturgo e poeta nazi Hanns Johst  que na peça Schlageter diz «quando ouço falar de cultura saco logo a minha arma», uma frase que com frequência é erradamente atribuída a Hermann Goering, Joseph Goebbels ou Heinrich Himmler.

No caso do Dr. Ventura ou do Chega, a esquerdalhada saca logo do insulto "fascista" ou "fascismo" e passa adiante. Este não é o caso da Dr.ª Clara Ferreira Alves que sua coluna da revista do semanário de reverência escreve esta semana um artigo (Ventura, nu e cru) onde depois de constatar que «para pertencer doutrinariamente a este clube (o clube da direita de Marine Le Pen ou Bardella, Giorgia Meloni, Viktor Orbán ou Geert Wilders) (...) Ventura e o Chega teriam de estudar história da Europa e história política», o que manifestamente não fizeram, e conclui (e eu com ela): 
«A resposta às democracias liberais terá muitas formas, mas nenhuma com as características de brutalidade verbal e ignorância histórica dos deputados do Chega, inebriados pelo resultado eleitoral que lhes deu um assento no Parlamento. Arruaceiros promovidos, sem ideologia, sem cultura, sem conhecimento, sem doutrina. Sem educação. Se Pacheco de Amorim, o ideólogo culto, pensa que os vai treinar e educar para reinar, pense outra vez. É refém de um grupo de matarruanos, e não foi isto que a extrema-direita portuguesa, com as filiações imperiais e salazaristas contra os desmandos da Primeira República, sonhou.»
Matarruanos ou grunhos, como o outro contribuinte escreveu. E não estou a falar dos eleitores que desses a maioria não são matarruanos, são ressabiados, desiludidos, desapontados, discriminados ou simplesmente desperdiçados, vulneráveis à banha-da-cobra que lhes é impingida. 

Estou já a escutar os protestos de uma direita que se considera inteligente e acredita que vale a pena seduzir uns matarruanos liderados por chico-espertos com muita lábia e poucos princípios, num expediente que em linguagem popular se costuma descrever como "se não se tem cão caça-se com gato". Voltarei um dia a este tema e por agora apenas recordo que um gato só caça ratos, passaritos, lagartixas e similares.

02/11/2024

As personae non gratae da clique putinesca continuam a sofrer da vertigem das alturas ou de envenenamento por novichok

Há duas semanas Mikhail Rogachev, antigo vice-presidente da empresa de energia Yukos, caiu de uma janela do 10.º andar de um edifício em Moscovo. Este ano foi o décimo russo da lista das personae non gratae da clique putinesca morto em circunstâncias suspeitas. Segundo estas contagens de mortes suspeitas, em 2022 foram 27 e em 2023 foram 25.

É altamente provável que estas contagens não incluam todas as mortes aparentemente encomendadas pela clique putinesca. Por exemplo as mortes da jornalista Inessa Papernaya, do seu noivo Maxim Radchenko e do empresário uzbeque Khushnud Udekov ocorridas mais ou menos na mesma altura de Rogachev não estão na referida contagem.

Conta-se como anedota que os actuários italianos do ramo Vida conseguem prever com uma razoável precisão o número de mortes na Sicília e os que pertencem à Mafia vão mais longe e prevêem com total precisão quem serão os mortos. Poderia dizer-se o mesmo das previsões dos actuários do Федеральная служба безопасности Российской Федерации das mortes no grupo das personae non gratae da clique putinesca.

01/11/2024

Black Nationalist Gets $20 Million to Promote ‘Segregation’ (and racism) in Public Schools with donations from the government and nonprofits, including the Gates Foundation


«An adviser to Pennsylvania governor Josh Shapiro, who supports school segregation and is a member of the Black Panther Party with family ties to Iran, runs a nonprofit that has raked in nearly $20 million in donations from the government and nonprofits, including the Gates Foundation.

Sharif El-Mekki, a former middle and high school teacher and principal, founded the Center for Black Educator Development (CBED) in 2019, which defines its vision as “a world where. . . all black students are taught by high-quality, same-race teachers,” and where “all teachers demonstrate high levels of expertise in anti-racist mindsets.” CBED argues that employing black teachers to educate black students increases educational outcomes.

Since its founding, CBED has trained thousands of teachers across the U.S. in “education activism,” urging a “commitment to liberation education from the racism inherent in America’s institutions, including our schools.” A CBED information packet titled “The Anti-Racist Guide to Teacher Retention,” developed with the Pennsylvania Department of Education, defines education as “a political act” that “can upend white supremacy and a racist history of using education as an oppressive social force.” 

“Every lesson plan is a political document, and every classroom interaction a political statement,” the guide reads. 

El-Mekki’s nonprofit boasts more than $19.5 million in assets, boosted by funders including the Bill & Melinda Gates Foundation, which donated over $1.4 million between 2020 and 2021, and the Silicon Valley Community Foundation, which gave over $1.1 million in 2022, according to public tax filings. Other backers include NBC Universal, Nike, the Bezos Family Foundation, the University of Pennsylvania School of Education, and dozens more. In 2023 alone, CBED trained more than 1,700 educators. In their most recent tax filing from 2023, El-Mekki drew a salary of $233,410 from the organization.

“He started up this organization, which on paper sounds like a really wonderful endeavor, getting more black teachers in the classroom,” said Dr. Mika Hackner, a senior research associate at the Jewish Institute for Liberal Values, which drafted a report on El-Mekki’s extremist views and activism that she shared with The Free Press. “But if you scratch beneath the surface—not even beneath the surface, it’s on their website—he’s propagating some pretty dangerous and divisive ideas.” 

El-Mekki, she added, is “bringing in segregation by a different and more socially and politically acceptable name.” »

Francesca Block in The Free Press newsletter

31/10/2024

A defesa dos centros de decisão nacional (32) - Saltando de colo em colo

[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16), (17), (18), (19), (20), (21), (22), (23), (24), (25), (26), (27), (28), (29), (30) e (31)]

Recordemos, uma vez mais, os inúmeros manifestos pela defesa dos centros de decisão nacional, alguns deles assinados por empresários que passado algum tempo venderam a estrangeiros as suas empresas e as inúmeras declarações no mesmo sentido da esquerdalhada em geral. Recordemos também que esta necessidade de vender o país aos retalhos surge pelo endividamento gigantesco de públicos e privados e pela  descapitalização da economia portuguesa, consequência de décadas a viver acima das posses.

A venda pelos empresários portugueses das suas empresas tem sido uma das consequências da descapitalização (outra é a baixa produtividade). Os empresários que num dia lamentavam a perda de controlo das empresas, no dia seguinte assinavam um manifesto sobre os centros de decisão e pelo caminho corriam a vender as suas empresas. E assim se foram os bancos, as seguradoras quase todas e uma boa parte da indústria.

Chegou agora a vez da COINDU, uma empresa familiar fundada em 1988 com 183 trabalhadores para fabricar capas para assentos de automóveis, que hoje tem 3.800 trabalhadores em 4 fábricas, duas delas no estrangeiro (Roménia e México), e factura 250 milhões de euros. Uma posição maioritária de controlo da COINDU foi agora comprada pela Matroto Spa, outra empresa familiar italiana com menos trabalhadores (2.300) e facturando não muito mais (364 milhões).

Porquê uma empresa aparentemente bem sucedida é vendida a outra quase da mesma dimensão? A resposta simples é que o sucesso é apenas aparente. Em 2021 a COINDU foi alvo de um ciberataque que a paralisou alguns dias. Antes disso, em 2009 já tinha passado por dificuldades e chegou a admitir um despedimento colectivo, que no ano passado se tornou efectivo e já este ano foi repetido

Como seria de esperar, não obstante todos estes sinais, em 2021, quando já era claros os problemas, o Dr. Siza Vieira (sim, o mesmo da nacionalização da EFACEC) numa visita  apresentou-a como «modelo a seguir pelo tecido empresarial português» e no ano seguinte o presidente da câmara de Famalicão, uma personalidade local do PSD, apresentou-a como um exemplo da “Indústria 5.0”. O colo do Estado sucial não lhe serviu de nada e teve de saltar para um colo empresarial italiano. Good luck with that.

30/10/2024

ACREDITE SE QUISER: Prémio Grunho Político do Ano


Se a polícia «disparasse mais a matar, o país estava mais na ordem»
Dr. Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega

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Um Grunho Político está para a política como um Grunho vulgaris está para o sexo onde manifesta uma «fixação paroxística nas genitálias, nos fluídos e em geral na escatologia do sexo. Demonstra também irreprimível tendência para a obscenidade e, caso seja capaz de falar, usa uma linguagem de carroceiro, com a qual exalta as suas alegadas proezas sexuais.» (Cfr entrada Grunho no Glossário das Impertinências)

A grunhice do Dr. Pinto é assim como um contraponto à grunhice da Dr.ª Mortágua e uma figura (um Dr. Pinto) possivelmente não existiria sem a outra (uma Dr.ª Mortágua).

29/10/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (31)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.


Os oito anos de obra socialista na educação resumem-se ao aumento do número professores (8 mil), apesar da redução de cem mil alunos do ensino não universitário, e à degradação dos resultados do desempenho dos alunos medidos pelo PISA 2022 (Programme for International Student Assessment) que registaram quedas face a 2018 de 21 pontos em Matemática, 15 pontos em Leitura e 7 pontos em Ciências, quedas superiores à média dos países da OCDE em 41%, 54% e 249%, respectivamente.

Dirigente do Bloco de Esquerda Mais critica com atraso o governo do Dr. Costa

A Dr.ª Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS, criticou os «anúncios que são feitos mesmo antes de qualquer tipo de avaliação sobre os outros anúncios que já foram feitos e que estão em execução», e acusou o governo de estar em «permanente campanha eleitoral».

Take Another Plan. O cobrador do fraque brasileiro bate à porta

O ministro brasileiro dos Portos e Aeroportos veio a Portugal para antecipar a cobrança do empréstimo obrigacionista da Azul à TAP SGPS que se encontra em falência técnica.

Para os contribuintes o purgatório, para as empresas o inferno fiscal


Derrapagem é o outro nome da gestão socialista de obras públicas

Enquanto o Ferrovia 2020 se atrasa cada vez mais, os custos continuam a aumentar. No caso da linha ferroviária Évora-Elvas («a maior obra ferroviária dos últimos 100 anos») adjudicada por 339 milhões, o seu custo já aumentou 52 milhões (15%).

O semanário de reverência contribui activamente para a campanha presidencial do Dr. Centeno

Um semanário que se lembra de botar uma foto 13x22cm do Dr. Centeno na primeira página do seu caderno económico a propósito da valorização de 30% este ano das reservas de ouro, valorização para a qual o Dr. Centeno contribuiu tanto como para combater o aquecimento global, mostra ter merecido a generosidade que o governo a que o Dr. Centeno pertenceu demonstrou para com o accionista do semanário em várias ocasiões, nomeadamente nestas duas aqui relatadas, relacionadas com a venda e posterior recompra da sua sede.

Entretanto, o Dr. Centeno continua a debitar conselhos públicos em entrevista à Bloomberg ao BCE de cujo Conselho Geral faz parte.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

Após oito anos de defesa do SNS pelo governo do Dr. Costa, 89% dos médicos mostram a sua ingratidão respondendo a um inquérito que saem por falta de motivação.

28/10/2024

Ser de esquerda é... (29) - ... é não aprender nada com o passado

«O socialismo do futuro é a vida boa e o seu tempo é agora, o futuro é já, é o caminho que vamos percorrer para disputar tudo.»

Disse no sábado passado a Dr.ª Mortágua, filha do bombista Sr. Mortágua, na V Conferência Nacional do Bloco de Esquerda no Porto.

Percebe-se que a Dr.ª Mortágua não tenha sentido necessidade de explicar aos devotos que a escutavam (que devem ter um catecismo) a diferença entre o socialismo do futuro e o do passado que arruinou todos os países que o adoptaram, foi a causa da opressão e miséria dos seus povos (por exemplo na própria Rússia) e fez milhões de mortos em seu nome. A  Dr.ª Mortágua deve essa explicação aos não devotos.

Outros "Ser de esquerda é..."

Crónica de um Governo de Passagem (24)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Eu cativo, eu descativo e eles descativam

Agastado com as notícias e comentários sobre as suas cativações, em muitos casos feitas por gente que durante oito anos guardou de Conrado o prudente silêncio, o Dr. Miranda Sarmento explicou num artigo de opinião no Público que desta vez as cativações poderão ser descativadas por outros ministros e não apenas pelo ministro das Finanças.

O wishful thinking é do FMI

Por via de regra, as previsões de crescimento dos governos quase sempre sofrem de irremediável excesso de optimismo. Desta vez, as previsões do FMI são mais optimistas do que as do governo AD, escreve o semanário de reverência. Há, porém, dois quids: o optimismo do FMI vale uns míseros 0,01 e 0,02 pontos percentuais em 2025 e 2026, respectivamente, e as previsões do Plano Orçamental Estrutural Nacional de Médio Prazo são numa base diferente das do FMI, sendo as primeiras no pressuposto de políticas invariantes e as segundas com base nas políticas que se espera venha a ser adoptadas.

Um dia vai ter de ser paga

Este governo não disse, nem provavelmente nunca dirá, como o Sr. Eng. Sócrates, que «pagar a dívida é ideia de criança». Como quer que seja, a dívida vai ter de se ir pagando e, como a sua grande parte não se destinou a investimento produtivo, quanto maior for mais o serviço da dívida exigirá recursos que poderiam ser usados precisamente para o investimento produtivo.


Se a dívida das empresas e do Estado tem vindo a diminuir, mas continua pesada, o endividamento total da economia cresceu 1,3 mil milhões em Agosto, e a dívida das famílias desde que este governo tomou posse tem vindo a aumentar a um ritmo crescente, sobretudo devido à compra de habitação.

A educação também é uma paixão para a AD? Sempre a falta de pessoal

Reconheceu o ministro da Educação que, apesar das escolas terem mais 3 mil professores, nos dois meses de aulas houve 54 mil alunos que em algum momento não tiveram aulas a pelo menos uma disciplina e que ainda há 23 mil alunos nessas condições.

Sendo certo o desastre de oito anos de obra socialista na educação, é cada vez mais indispensável o governo AD mostrar que tem ideias, que até agora foram poucas, para mudar e ganas para o fazer.

27/10/2024

Os equívocos do Programa "Mais Habitação", ou como tentar administrar uma medicação sem saber qual é a doença (13) - Muitas residências secundárias e muitos alojamentos vagos

Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11) e (12)

Um dia destes tropecei neste quadro e resolvi fazer umas contas simples. 

Economist

Com 10.640 mil residentes (Pordata, 2023)  e 5.971 mil alojamentos familiares clássicos (INE, 2021), o número de habitações por 1.000 habitantes atinge em Portugal a bonita cifra de 561 o que nos coloca no 3.º ou 4.º lugar dos países melhor dotados de alojamentos nos 15 países da OCDE listados no quadro e claramente acima da média. Como explicar a enorme falta de habitações quando em termos relativos estamos tão bem colocados? 

Desde logo porque dos 5.971 mil alojamentos apenas 4.143 mil (69,4%) eram de residência habitual e 723 mil (12,1%) estavam vagos (INE, 2021).

O parque habitacional: análise e evolução 2011-2021 (INE, 2024)

Embora, como o gráfico mostra e como seria de esperar, as maiores percentagens de alojamentos de residência habitual se concentrem nas regiões mais urbanizadas e, em consequência, as maiores percentagens de alojamentos de residência secundária se situem nas regiões menos urbanizadas do interior e no Algarve, as percentagens de alojamentos vagos variam num intervalo relativamente estreito e as regiões mais urbanizadas como Grande Lisboa (11,1%) e Área Metropolitana do Porto (10,0% ) apresentam taxas de alojamentos vagos próximas da média geral (12,1%). 

Apesar de comparativamente com outros países não termos poucas habitações, a sua falta relativa é agravada porque nas regiões de maior carência de habitação mais de um em cada dez alojamentos não estão ocupados e no total do país quase um em cada cinco alojamentos são residências secundárias, uma proporção praticamente dupla da média da UE.

26/10/2024

Portugal como destino atractivo para graduados internacionais (1)

Há dois meses a Economist publicou um estudo (*) muito interessante sobre a rejeição/atractividade dos graduados universitários em diversos países para se mudarem para outro país. O estudo foi baseado em dados de uma pesquisa anual a quase 200.000 pessoas de mais de 150 países e territórios realizada pela Gallup World Poll, em que é perguntado aos inquiridos (a Economist só considerou os que disseram ter concluído a graduação) se gostariam de se mudar permanentemente para um país estrangeiro e, se sim, qual.

No caso de Portugal o inquérito mostrou uma grande mudança de atractividade de 2010-12 para 2021-23. Neste segundo período se todos os graduados que gostariam de mudar para Portugal o tivessem feito a população graduada teria aumentado 140%. 


O quadro acima foi construído com dados de uma década entre 2010-23 (excluindo os anos da pandemia) e mostra estimativas do número de graduados que cada país poderia ganhar e perder se a mudança fosse fácil. O resultado de Portugal é à primeira vista um tanto surpreendente, no entanto quando se considera que são brasileiros a grande maioria dos graduados estrangeiros que desejariam mudar-se para Portugal o resultado fica menos surpreendente. A segunda nacionalidade mais representada - e isso volta a ser surpreendente - é a americana, o que a Economist atribui a mais voos para os EUA, o que não me parece plausível e será mais facilmente explicado por um fenómeno chamado Madonna que colocou Portugal no mapa para muitos americanos que ficaram a saber que existia um país simpático, com um clima agradável que os acolheria bem - o campus da Nova em Carcavelos (que um amigo da Católica chama invejosamente "escola de surf") tem algum peso neste contexto.

[Fica por explicar, por agora, o proporcionalmente reduzido número de graduados portugueses que responderam pretender mudar-se para outro país, quando se sabe que na última década centenas de milhares de graduados portugueses saíram de facto para o estrangeiro.] 

(Continua)

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(*) Talent is scarce. Yet many countries spurn it

25/10/2024

Body language. O algodão não engana ou os gestos falam mais alto do que as palavras


Para o caso de já não se recordarem, a criatura curvada é o Sr. Eng. António Guterres, o picareta falante, actual secretário-geral da ONU, antigo líder do Partido Socialista, antigo primeiro-ministro e inventor da coligação do queijo limiano, fugido em 2001 do pântano que ele próprio ajudou a criar.

A criatura perante quem ele se curva é o ditador russo Vladimir Putin que, por ter invadido a Ucrânia e cometido diversos crimes, tem um mandato de prisão do Tribunal Penal Internacional, instituição criada pelo Tratado de Roma, aprovado em 1998 pelos membros da mesma organização de que o Sr. Eng. Guterres é o secretário-geral.

O contexto da curvatura do Sr. Eng. perante o Czar é o de uma reunião dos chamados BRICS, um grupo informal de países (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Etiópia, Irão, Egito e Emirados Árabes Unidos) na sua maioria com regimes ditatoriais.

24/10/2024

As I said, General Mark Miller was wrong. Mr. Trump is not a "fascist to the core", or even a fascist at all

Last week I posted that I strongly desagreed with General Mark Milley who considers Mr. Trump a «fascist to the core», because from my point of view Mr. Trump is not a fascist, much less fascist to the core, the core he doesn't have. To be a fascist to the core, he would have to believe deeply in something and be interested in something that goes beyond Mr. Trump himself.

It was a bold statement because I haven't been introduced to Mr. Trump yet. Fortunately, John Bolt, a former diplomat and former National Security Advisor to President Donald Trump, came to my rescue and  stated on CNN's The Source:

«I think it’s a mistake to get into a controversy over whether Trump meets the definition of fascist or not. I think his behavior alone is troubling enough. To be a fascist, you have to have a philosophy. Trump’s not capable of that. You know, Adolf Hitler wrote a profoundly troubling book called Mein Kampf – “My Struggle.” Donald Trump couldn’t even read his way all the way through that book, let alone write something like it.»

That's it. 

23/10/2024

Mitos (342) - O conservacionismo e as "espécies invasoras" (2)

Recapitulando, o conservacionismo, como qualquer das outras inúmeras quase-religiões que são os "ismos", alimenta-se de mitos. Muitos deles não resistem ao confronto com a realidade e a uma observação factual e objectiva, não obstante persistem por décadas ou séculos porque dão respostas à necessidade profunda que o homo sapiens tem de confirmar as suas crenças com "factos" cuidadosamente escolhidos com esse propósito. 

No post anterior referi o mito ecológico do dano inevitável que as espécies não nativas, geralmente designadas não por acaso como "espécies invasoras", causam às espécies nativas e ao ambiente. Neste post abordo algumas das consequências indesejáveis do isolamento (que, por exemplo, as ilhas proporcionam - um paraíso na terra para o nativismo militante) de que resulta um maior risco de doenças genéticas.

Um exemplo conhecido é o da Gran Canaria cujos habitantes têm uma incidência muito mais elevada do que a média de hipercolesterolemia familiar, de onde o fígado não processa eficazmente o colesterol, de onde resulta uma alta prevalência de diabetes (fonte: Familial hypercholesterolemia in Gran Canaria: Founder mutation effect and high frequency of diabetes).

Recentemente, um estudo do Jim Flett Wilson (JFW) do Instituto Usher da Universidade de Edimburgo (fonte: The Telegraph) examinou informações genéticas de mais de 44.000 pessoas em 20 regiões do Reino Unido e encontrou no País de Gales nove variantes genéticas causadoras de doenças com frequências muito mais altas do que a média. Outras variantes raras também foram mais frequentes em Lancashire, Staffordshire e Nottinghamshire. Em Shetland e Orkney algumas variantes causadoras de doenças eram mais de 100 vezes mais frequentes do que a média britânica. Embora os habitantes das ilhas sejam mais frequentemente suscetíveis a doenças raras pela falta de diversidade genética, foram encontradas situações semelhantes em áreas isoladas do continente.

Segundo JFW isso é consequência de um processo de "deriva genética aleatória" que leva a algumas variantes genéticas se tornarem mais comuns e outras se perderem. «Esse efeito é ampliado em pequenas populações com pouco ou nenhum movimento interno de novas pessoas para reabastecer o pool genético», concluiu JFW.

E pronto, não me parece abusivo inferir que uma comunidade fechada onde prevaleça o nativismo tenda a ter cada vez mais nativistas sofrendo de Transtorno do Desenvolvimento Intelectual.

22/10/2024

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (30)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

A cartola socialista está cheia de coelhos

Em 2018 o ministro da Economia de então Dr. Caldeira Cabral, a mosquinha morta agora pousada na ASF, criou o programa StartUp Visa de «acolhimento de empreendedores estrangeiros que pretendam desenvolver um projeto de empreendedorismo e/ou inovação em Portugal, com vista à concessão de visto de residência ou autorização de residência para imigrantes  empreendedores».

Seis anos depois, foram concedidos cerca de 1500 vistos, a esmagadora maioria deles a cidadãos de países conhecidos pelo seu empreendedorismo e/ou inovação, tais como a Federação Russa (430 vistos), Brasil (360), Irão (275), Paquistão (82), para só citar os quatro que representam 77% do total (fonte: Jornal Sol).

O elefante branco Alcochete “Jamais

As projecções de números de passageiros usadas pelo relatório técnico da CTI para justificar a escolha do novo mega aeroporto de 4 pistas em Alcochete estão muito acima das projecções da Eurocontrol e da IATA (fonte: José Furtado, especialista em Planeamento Estratégico de Infraestruturas de Transporte, Jornal Sol). De onde, se dermos a estas entidades um pouco mais de credibilidade do que a uma comissão técnico-política nomeada por um governo socialista, à lista dos elefantes brancos do Portugal dos Pequeninos vai ser acrescentado um mamute.

A definitiva, irrevogável e final decisão do Dr. Ventura sobre a votação do orçamento

Ninguém sabe. Nem ele próprio.

O Dr. Rocha disse pela primeira vez qualquer coisa útil sobre a aprovação do orçamento

«André Ventura tem sido, ao que parece, uma espécie de idiota útil de Luís Montenegro, porque vai a estas reuniões secretas, sai pela porta dos fundos, anda a implorar ir para o Governo ao mesmo tempo que diz que nunca estará no sistema. (…) Também tem sido um idiota inútil com Pedro Nuno Santos, útil para a esquerda, mas inútil do ponto de vista daqueles que queriam mudar o país». (DN)




«À justiça o que é da justiça»,

«Há 1.548 processos de valor acima de um milhão de euros parados nos tribunais administrativos e fiscais. Os casos, referentes à vida de tantas empresas em Portugal, somam mais de 12 mil milhões de euros.» (Negócios)

Está explicado o fracasso do Ferrovia 2020

Ponto de situação (Público):
  • 36.133 dias para além do que estava inicialmente previsto em todos os troços
  • 26.706.778 litros de combustível consumidos que poderiam ter sido evitados se as obras tivessem sido concluídas a tempo
Segundo o Dr. Cruz, presidente da IP, «a situação muito complicada de roubo de material» está a contribuir para atrasos nas obras.

Um Dr. Centeno sem tino

O Banco de Portugal está a procurar uma nova sede que poderá custar 240 milhões de euros para alojar os seus 1.800 funcionários que povoam um banco “central” que só trata da supervisão de bancos locais de meia-tigela que no total representam menos de 18 mil bancários, o que dá um apparatchik para cada dez bancários. Recorde-se que a CGD, o BCP, o Novo Banco, o BPI e o Santander Totta são supervisionados directamente pelo BCE que supervisiona grande parte da banca da UE com cerca de 4 mil funcionários..

Entretanto prossegue a campanha mediática de promoção do Dr. Centeno que produz títulos encomiásticos «Mercado alinha com Centeno e vê novo corte de juros em outubro».

Um Dr. Centeno com tino

Nas FAQ do Portal do Cliente Bancário do BdP a pergunta «O risco de incumprimento diminui com a garantia do Estado?» tem uma resposta que o (Im)pertinências subscreveria e já a deu:
«Não. Atendendo a que o devedor está a assumir um maior nível de endividamento face ao que resultaria se fosse verificado o limite máximo de 90% do rácio loan-to-value (LTV) previsto na Recomendação Macroprudencial, o risco de incumprimento do devedor aumenta.»
Fiscalidade pesada e complicada, o resultado de 50 anos de Estado sucial

mais liberdade

21/10/2024

Crónica de um Governo de Passagem (23)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Eu cativo, tu cativas, ele cativa, nós cativamos, vós cativais, eles cativam

Em Agosto do ano passado o Dr. Medina, o último cativador-em-chefe do Dr. Costa, anunciou o fim das cativações em 2024, esquecendo-se de nos dizer que em 2023 até Agosto ainda mantinha mais de metade das cativações.

Este ano, o Dr. Miranda Sarmento, o cativador-em-chefe do Dr. Montenegro, duplicou as cativações do Dr. Medina, com uma diferença, explicou o Dr. Sarmento, que estas suas cativações são uma reserva para imprevistos e por isso o Dr. Leitão Amaro lhes chama «dotação provisional». Talvez sejam diferentes. Teremos de esperar para confirmar que não são, como as cativações dos governos socialistas, um expediente que no caso do investimento público baptizei de autoestrada mexicana do PS.

Pela boca morre o peixe

O Dr. Medina, agora com a cartola de colunista, veio lembrar que o seu sucessor Dr. Miranda Sarmento «que durante anos afirmou que “era fácil pôr a economia a crescer acima de 3%”, e que apresentou em campanha eleitoral um cenário macroeconómico sempre crescente até chegar a 3,4% em 2028, diz-nos agora que a taxa de crescimento do PIB em 2028 será de 1,8%». Vem a propósito recordar que os governos podem sem dificuldade pôr as economias a decrescer, mas quanto a crescer só lhes restam criar as condições para induzir o crescimento que irá dar votos … ao governo seguinte.

A educação também é uma paixão para a AD? Sempre a falta de pessoal

Recordando: em oito anos de governo do Dr. Costa o número de alunos no ensino não universitário reduziu-se de 1.716.155 em 2015 para 1.610.300 em 2023, o número de professores aumentou de 141.274 para 149.816, pelo que o número de alunos por professor passou de 12,1 para 10,7. O governo do Dr. Montenegro disse que iria recrutar mais professores. Como quer que seja ainda há 24 mil alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina.

O Dr. Montenegro procura conquistar a sua quota de mercado no eleitorado do Estado sucial

Primeiro foram os pensionistas a serem cortejados, agora chegou a vez dos funcionários públicos a quem o governo aumentou mais 54 cêntimos (não se riam!) do que o previsto no acordo com a UGT.

E pluribus unum

Durante o governo Passos Coelho, que herdou 730 mil funcionários públicos do Eng. Sócrates e conseguiu despachar 75 mil, reduzindo-os para 655 mil funcionários, foi adoptada a regra “um por um”. Com os governos do Dr. Costa, que deixou de herança 750 mil, a regra foi modificada para “vários por um”. Agora, o governo do Dr. Montenegro recuperou essa regra o que se cumprida significa que manterá os 750 mil herdados enquanto por lá andar.

Turistas, esses nossos benfeitores

Até Agosto o excedente externo da economia do Portugal dos Pequeninos aumentou 2,9 mil milhões dos quais 1,3 mil milhões se ficaram a dever ao aumento do saldo das viagens e turismo. Sem o turismo a economia do Portugal dos Pequeninos estaria em sérias dificuldades.

O OE2025 à luz da inteligência artificial

A minha reduzida fé nos resultados da inteligência artificial no ponto em que nos encontramos sofreu um notável upgrade ao ler a seguinte resposta do ChatGPT a uma pergunta da jornalista Sónia Sapage:
«Se fosse para associar este OE a um partido político em Portugal, seria mais compatível com partidos como o Partido Socialista, ou mesmo o Bloco de Esquerda ou o Partido Comunista Português, dada a forte ênfase na intervenção estatal e nas políticas sociais.»