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17/01/2020

Mitos (301) - O contrário do dogma do aquecimento global (XXIII) - A outra Greta

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Em retrospectiva: que o debate sobre o aquecimento global, principalmente sobre o papel da intervenção humana, é muito mais um debate ideológico do que um debate científico é algo cada vez mais claro. Que nesse debate as posições tendam a extremar-se entre os defensores do aquecimento global como obra humana – normalmente gente de esquerda – e os negacionistas – normalmente gente de direita – existindo muito pouco espaço para dúvida, ou seja para uma abordagem científica, é apenas uma consequência da deslocação da discussão do campo científico, onde predomina a racionalidade, para o campo ideológico e inevitavelmente político, onde predomina a crença.

Ainda que negacionistas e activistas climáticos, como gostam de chamar-se os defensores do aquecimento global como obra humana, usem todos a demagogia, a vantagem pende claramente para os activistas que, seguindo a tradição do esquerdismo, a usam abundante e despudoradamente com as tácticas do agitprop. A instrumentalização de Greta Thunberg é um exemplo particularmente chocante mas tem um antecedente já apagado da memória cada vez mais curta dos tempos.

Severn Cullis-Suzuki, em 1992, na UN Conference on Environment and Development
no Rio de Janeiro e Greta Thunberg em 2019 na UN Climate Action (créditos)
Em 1992 os activistas climáticos de então usaram a jovem Severn de 12 anos para recitar no púlpito a sua agenda, como 27 anos depois os actuais activistas climáticos usam com o mesmo propósito Greta Thunberg com 17 anos.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que é isso de ser negacionista?
Alguém lhe apresenta uma teoria que não está comprovada pelos factos. Quem não a aceita como válida até que tal aconteça, é negacionista de quê?
É incrível a influência que a esquerda tem na semântica de toda a gente, até nos que se afirmam conservadores ou mesmo nos desalinhados.