Outras preces
No encerramento da sessão solene de abertura do ano judicial, uma cerimónia tão excitante como um funeral com a presença das figuras de cera da justiça do Estado Sucial, S. Ex.ª o PR, mostrando um grande sentido de oportunidade, elaborou sobre a dignificação dos magistrados e o «prestígio social da justiça» que na sua visão se atingirá aumentando-lhe os réditos que já excedem os do primeiro-ministro.
Ao contrário, S. Ex.ª entende que em relação às tenças dos «titulares de órgãos de soberania de base electiva» o que em presidencialês significa os deputados, os autarcas, etc., «é indesejável o reajustamento».
É mais um dos típicos equívocos presidenciais, pois que, do ponto de vista dos resultados da justiça, por um lado, e da produção legislativa e da governação, por outro, nenhuma dessas classes corporativas justifica qualquer reajustamento a não ser uma redução das tenças. Acontece, porém, que os magistrados já são soberbamente bem pagos e com os salários que se pagam aos políticos atraem-se principalmente imbecis, chico-espertos a trabalharem para o futuro e corruptos a trabalharem para o presente, ou, no plano do pensamento milagroso, ricos com espírito de missão.
Em consequência o que S. Ex.ª propõe é que fique tudo como dantes, quartel-general em Abrantes.
Em tempo: então S. Ex.ª, segundo a jornalista porta-voz, não iria fazer de quase morto até às eleições? Sabendo-se que estar quase morto é o contrário de estar quase vivo, parece que S. Ex.ª não consegue de todo manter o recato. Lá se vai o meu voto prometido se S. Ex.ª ficasse quase morto.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
13/01/2020
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (95) - Que fique tudo como dantes, quartel-general em Abrantes
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário