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10/08/2018

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: O Pedro dá um tiro no pé do Santana Lopes

Secção Tiros nos pés

À medida que foi crescendo, Santana Lopes aproximou-se cada vez mais do paradigma daquela velha senhora com muito passado, pouco presente e nenhum futuro. Aqui no (Im)pertinências, uma das nossas fraquezas é uma certa simpatia pela pessoa do Pedro, sem que, contudo, isso abale a visão cartesiana do político Santana Lopes a quem há muito tirámos o retrato, em inúmeras ocasiões e principalmente em 20/10/2003 com presidente da CML e na série «Despedido por razões erradas», em que dissecámos o seu despedimento por Jorge Sampaio, que esperou apenas o tempo suficiente para José Sócrates se instalar na liderança do PS.

Santana Lopes poderia ter tido o bom senso de se despedir da política saindo por cima como presidente da Santa Casa, poupando-se à humilhação de ser derrotado por um candidato como Rio, submeteu-se à ainda maior humilhação de se propor colaborar com ele para pouco tempo depois se demitir de um partido a quem meses antes tinha declarado amor eterno, para criar um novo partido. Até para Santana Lopes, uma personagem doentiamente obcecado com a sua pessoa, como escrevi há uma dúzia de anos, isto é demais.

A reacção à iniciativa de criação de um novo partido, em que está a ser abandonado até pelos seus fiéis, não deveria ser surpresa para ninguém e muito menos para Santana Lopes.

Leva três afonsos pela sua firmeza e tesura, quatro bourbons por nada aprender nem esquecer e cinco chateubriands por não ter percebido que passou o tempo das novas esperanças e ficou apenas o tempo das velhas certezas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito boa análise. Sumária e boa.