Um milhão de escutas telefónicas, eis o que nem a Pide alguma vez sonhou. Voltámos a ter medo de falar ao telefone
Mesmo descontando algum exagero do José Júdice - um dos meus colunistas preferidos - isto pode ser a solução para ocupar os utentes excedentários da vaca marsupial pública.
Ó doutor Mário, já pode exigir outra vez que regressem os GNRs do Iraque. Temos ocupação para todos.
Luz ao fundo do túnel de Pedro Santana
Ó doutor Pedro, ó filho, não será um comboio?
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
30/04/2004
LOG BOOK: To whom it may be concerned – the motherfuckers.
Summary for the sake of
There are a lot of motherfuckers who felt themselves instigated by Impertinências' impertinences. Such as the leftist flock, the senile left wing, the radical chic bunch, the Elbeegitee freaks (Lesbian, Bi, Gay, Transexual), the snobbish eyebrow right wingers and, of course, the capitulationist herd.
To all those motherfuckers who have sent me emails with virus, I wish they burn in the hells of theirs and be expelled from their shitty trade unions, get knocked to death in antiglobalization demonstrations, be left behind by their Elbeegitee companions, get the needle with the shot be buried into their eyes, be no more invited by the other snobbish creatures, or get sodomized with a dynamite cartridge by the Jihad militia.
Amen.
A quem é que o Impertinências poderá irritar? A quase toda a gente, diria um detractor. Reformulo a pergunta: a quem o Impertinência poderá irritar tanto assim?
Algumas pistas: a esquerdalhada, o esquerdismo senil, o radical chic, a liga dos mariconços. Só isto já faz muita gente, mesmo descontando os emplastros que usam vários chapéus.
Se juntarmos a esta já enorme turba de possíveis irritados os queques de direita e, saindo das fronteiras, os capitulacionistas militantes, então o potencial de irritação poderia submergir num ápice o Impertinências, já que tempo é coisa que não costuma faltar a essa sacanagem.
Felizmente apenas um pequeníssimo número visita o Impertinências. Pequeníssimo mas muito activo, como se pode ver pela lista de endereços dos sacanas que enviaram mensagens com vírus para a caixa de correio impertinente nas últimas duas semanas.
A todos esses javardos desejo que sejam expulsos dos respectivos sindicatos, apanhem sarrafada nas manifs contra a globalização, sejam chifrados e levem porrada dos seus parceiros mariconços, enterrem a agulha do chuto num olho, deixem de ser convidados pela socialite lá do bairro, sejam sodomizados com um tubo de dinamite por um radical islamita com quem tentavam dialogar, conforme o que lhes for aplicável.
Amen.
Lista abreviada dos biltres / Short list of the motherfuckers
Primeiro os francius / Frenchies first
ana.semebo@wanadoo.fr ; brunojacquelin@yahoo.fr ; chantal.m.founier@wanadoo.fr; charlesbarachon@club-internet.fr ; corinne.friquet@wanadoo.fr; didier.dupont17@wanadoo.fr ; djgrapher@yahoo.fr ; dominique-rouch@club-internet.fr ; fran.grignon@wanadoo.fr ; giem@libertysurf.fr ; i.staehle@wanadoo.fr ; jg.breton@wanadoo.fr ; mbd@tf1.fr ; nancy@ibs.fr ; olivier.gruson@legrand.fr ; salonjuridique@legiteam.fr ; sdurandsouffland@lefigaro.fr ; tamia.twain@wanadoo.fr ; vincentluca.s@wanadoo.fr
Dedicatória para os francius / Dedication to the frenchies
(Last one Borodino, 1812, the biggest slaughter in history until Somme, 1916)
e o resto dos safardanas / and the remainder jerks
16323@rly-xj02.mx.aol.com ; 27118@rly-xl04.mx.aol.com ; .pagaie@netcourrier.com ; aburillop@yahoo.es ; adeline.wrona@yahoo.com ; anna.codamo@accompany.ch ; alexdestreel@yahoo.com ; cdefreitas@association4d.org ; chick@candytops.co.za ; claire.thouvenin@atkearney.com ; christine.spohn@ates-mhz.com ; dabra99@hotmail.com ; eger@taovillage.com ; faitsetdocuments@europe.com ; fse-esf@fse-esf.org ; gilbert.gosseyn@vnumail.com ; info@colbo.nl ; josette.michy-giraud@afp.com ; kiskomeco@hotmail.com ; luccharcellay@hotmail.com ; mady.mignolet@euronet.be ; mail@timeatlantic.com ; mathieu@mainsdoeuvres.org ; melissa@editoraflamula.com.br ; mfbaracetti@taovillage.com ; mspss@gto.net.om ; mustafa@forgealliance.com ; rarrate@mac.com ; rebecca.hayat@delabel.virginmusic.com ; return@1000stocks.com ; saralanty@hotmail.com ; shark.inc@bluewin.ch ; spartacus@pavilion.co.uk ; vphrenaud@mageos.com ; yvesrigutto@convergys.com ;
There are a lot of motherfuckers who felt themselves instigated by Impertinências' impertinences. Such as the leftist flock, the senile left wing, the radical chic bunch, the Elbeegitee freaks (Lesbian, Bi, Gay, Transexual), the snobbish eyebrow right wingers and, of course, the capitulationist herd.
To all those motherfuckers who have sent me emails with virus, I wish they burn in the hells of theirs and be expelled from their shitty trade unions, get knocked to death in antiglobalization demonstrations, be left behind by their Elbeegitee companions, get the needle with the shot be buried into their eyes, be no more invited by the other snobbish creatures, or get sodomized with a dynamite cartridge by the Jihad militia.
Amen.
A quem é que o Impertinências poderá irritar? A quase toda a gente, diria um detractor. Reformulo a pergunta: a quem o Impertinência poderá irritar tanto assim?
Algumas pistas: a esquerdalhada, o esquerdismo senil, o radical chic, a liga dos mariconços. Só isto já faz muita gente, mesmo descontando os emplastros que usam vários chapéus.
Se juntarmos a esta já enorme turba de possíveis irritados os queques de direita e, saindo das fronteiras, os capitulacionistas militantes, então o potencial de irritação poderia submergir num ápice o Impertinências, já que tempo é coisa que não costuma faltar a essa sacanagem.
Felizmente apenas um pequeníssimo número visita o Impertinências. Pequeníssimo mas muito activo, como se pode ver pela lista de endereços dos sacanas que enviaram mensagens com vírus para a caixa de correio impertinente nas últimas duas semanas.
A todos esses javardos desejo que sejam expulsos dos respectivos sindicatos, apanhem sarrafada nas manifs contra a globalização, sejam chifrados e levem porrada dos seus parceiros mariconços, enterrem a agulha do chuto num olho, deixem de ser convidados pela socialite lá do bairro, sejam sodomizados com um tubo de dinamite por um radical islamita com quem tentavam dialogar, conforme o que lhes for aplicável.
Amen.
Lista abreviada dos biltres / Short list of the motherfuckers
Primeiro os francius / Frenchies first
ana.semebo@wanadoo.fr ; brunojacquelin@yahoo.fr ; chantal.m.founier@wanadoo.fr; charlesbarachon@club-internet.fr ; corinne.friquet@wanadoo.fr; didier.dupont17@wanadoo.fr ; djgrapher@yahoo.fr ; dominique-rouch@club-internet.fr ; fran.grignon@wanadoo.fr ; giem@libertysurf.fr ; i.staehle@wanadoo.fr ; jg.breton@wanadoo.fr ; mbd@tf1.fr ; nancy@ibs.fr ; olivier.gruson@legrand.fr ; salonjuridique@legiteam.fr ; sdurandsouffland@lefigaro.fr ; tamia.twain@wanadoo.fr ; vincentluca.s@wanadoo.fr
Dedicatória para os francius / Dedication to the frenchies
(Last one Borodino, 1812, the biggest slaughter in history until Somme, 1916)
e o resto dos safardanas / and the remainder jerks
16323@rly-xj02.mx.aol.com ; 27118@rly-xl04.mx.aol.com ; .pagaie@netcourrier.com ; aburillop@yahoo.es ; adeline.wrona@yahoo.com ; anna.codamo@accompany.ch ; alexdestreel@yahoo.com ; cdefreitas@association4d.org ; chick@candytops.co.za ; claire.thouvenin@atkearney.com ; christine.spohn@ates-mhz.com ; dabra99@hotmail.com ; eger@taovillage.com ; faitsetdocuments@europe.com ; fse-esf@fse-esf.org ; gilbert.gosseyn@vnumail.com ; info@colbo.nl ; josette.michy-giraud@afp.com ; kiskomeco@hotmail.com ; luccharcellay@hotmail.com ; mady.mignolet@euronet.be ; mail@timeatlantic.com ; mathieu@mainsdoeuvres.org ; melissa@editoraflamula.com.br ; mfbaracetti@taovillage.com ; mspss@gto.net.om ; mustafa@forgealliance.com ; rarrate@mac.com ; rebecca.hayat@delabel.virginmusic.com ; return@1000stocks.com ; saralanty@hotmail.com ; shark.inc@bluewin.ch ; spartacus@pavilion.co.uk ; vphrenaud@mageos.com ; yvesrigutto@convergys.com ;
29/04/2004
BLOGARIDADES: Iletrismo ainda vai. Galicismos é que não. (Recidiva nº 2)
Atrasado, mas não esquecido. Adicionado o assassinamento ao Glossário, resta esclarecer o equívoco da criação, indevidamente atribuída ao Impertinências pela doutora Charlotte.
O substantivo assassinamento só é impertinente por adopção. Não é novíssimo, nem único Os suspeitos da invenção são os etimologistas que produziram a 25ª edição do Dicionário de Cândido de Figueiredo. O que faz dele, infelizmente, um substantivo mais pernóstico do que popularucho, mas apesar de tudo da minha simpatia.
Numa pesquisa no Google, assassinamento apresenta 293 ocorrências, das quais 285 em páginas em italiano, porque se trata de uma belíssima palavra dessa língua, que seria uma vergonha uma língua que adoptou tantas outras, algumas manhosas, não adoptasse também esta.
Nova entrada para o Glossário das Impertinências que ficou assim:
Assassinamento (etimologês)
O assassínio por razões políticas em que não são suspeitos bebedores de «hasis» (charro, erva, merda). Por vezes também usado em vez de assassinato político, quando a língua materna dos suspeitos não é o inglês. Um substantivo com uma bela sonoridade, que talvez não exista em português, o que para o caso não interessa. Importante é que assassinamento, palavra infiltrada pela política, é mais um adjectivo do que um substantivo (teria dito Baptista-Bastos se se tivesse lembrado).
(Ferramenta com o qual, diz-se, o hassasi tomaria a sua poção de hasis preparando a sua alma para mais uma encomenda - um hassasinato, que outra coisa poderia ser?)
O substantivo assassinamento só é impertinente por adopção. Não é novíssimo, nem único Os suspeitos da invenção são os etimologistas que produziram a 25ª edição do Dicionário de Cândido de Figueiredo. O que faz dele, infelizmente, um substantivo mais pernóstico do que popularucho, mas apesar de tudo da minha simpatia.
Numa pesquisa no Google, assassinamento apresenta 293 ocorrências, das quais 285 em páginas em italiano, porque se trata de uma belíssima palavra dessa língua, que seria uma vergonha uma língua que adoptou tantas outras, algumas manhosas, não adoptasse também esta.
Nova entrada para o Glossário das Impertinências que ficou assim:
Assassinamento (etimologês)
O assassínio por razões políticas em que não são suspeitos bebedores de «hasis» (charro, erva, merda). Por vezes também usado em vez de assassinato político, quando a língua materna dos suspeitos não é o inglês. Um substantivo com uma bela sonoridade, que talvez não exista em português, o que para o caso não interessa. Importante é que assassinamento, palavra infiltrada pela política, é mais um adjectivo do que um substantivo (teria dito Baptista-Bastos se se tivesse lembrado).
(Ferramenta com o qual, diz-se, o hassasi tomaria a sua poção de hasis preparando a sua alma para mais uma encomenda - um hassasinato, que outra coisa poderia ser?)
28/04/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Não é um túnel. É o buraco negro das ambições do doutor Pedro.
Secção Entradas de leão e saídas de sendeiro
Túnel do Marquês: Santana culpa o Governo
Tem toda a razão.
Santana sem alternativa vai suspender obras do túnel
Não acredito. Ele é tão inventivo.
Carmona cala-se sobre túnel do Marquês
O silêncio é quase sempre a melhor opção.
PS questiona Durão sobre Túnel do Marquês
Fazem o papel deles, à maneira deles.
Túnel: Quercus quer referendo
Se fosse na área metropolitana, se calhar a Quercus teria uma surpresa.
Túnel do Marquês: Santana vai ter de parar obras
Isso não é problema. O problema vai ser tapar os buracos - o financeiro e o outro.
Cinco chateaubriands para o doutor Lopes que, diferentemente do visconde que um dia abençoou a divina providência por fazer passar os rios pelo meio das cidades, abençoou prematuramente o túnel pelo meio da cidade que o haveria de conduzir a Belém.
Túnel do Marquês: Santana culpa o Governo
Tem toda a razão.
Santana sem alternativa vai suspender obras do túnel
Não acredito. Ele é tão inventivo.
Carmona cala-se sobre túnel do Marquês
O silêncio é quase sempre a melhor opção.
PS questiona Durão sobre Túnel do Marquês
Fazem o papel deles, à maneira deles.
Túnel: Quercus quer referendo
Se fosse na área metropolitana, se calhar a Quercus teria uma surpresa.
Túnel do Marquês: Santana vai ter de parar obras
Isso não é problema. O problema vai ser tapar os buracos - o financeiro e o outro.
Cinco chateaubriands para o doutor Lopes que, diferentemente do visconde que um dia abençoou a divina providência por fazer passar os rios pelo meio das cidades, abençoou prematuramente o túnel pelo meio da cidade que o haveria de conduzir a Belém.
CASE STUDY: The Gubernator’s hits.
Summary for the sake of
It is a nasty surprise for the leftist flock what is going on in California. First, the Terminator Schwarzenegger dared enter the run for governor. Second, his win against the leftist darlings. Third, his ability to get support and advise from high minds as Berkshire Hathaway’s Warren Buffett and HP’s Carly Fiorino. Fourth, his clairvoyance to focus the real stuff and the drive, leadership and negotiator skills he have showed to handle the issues.
The Economist asks if his next trick will be to walk on water. Walk on sound ground it will be good enough.
(The Terminator in his governor incarnation / O Terminator na sua pele de Gubernator)
Deveria ser uma surpresa para as vários tribos da esquerdalhada o que se está a passar na Califórnia - se ao menos eles percebessem o que se está passar.
Primeiro, a ousadia do Terminator se candidatar a governador da 8ª economia do mundo, no estado onde nasceram quase todos as vagas de fundo da mudança social na segunda metade do século XX, que ainda hoje fazem babar o radical chic doméstico, sempre atrasado uma vaga.
Segundo, os californianos, os agentes dessa mudança e os filhos deles, elegeram Schwarzenegger, o culturista neoclássico.
Terceiro, o chimpanzé anabolizado rodeou-se de la crème de la crème - entre outros Warren Buffett, o Sage of Omaha, CEO da Berkshire Hathaway e Carly Fiorino, a presidente da Hewlett-Packard.
Depois, o Terminator, agora Gubernator, começou a atacar as minas de fragmentação financeiras e sociais lá deixadas pelo anterior governador democrata.
Iniciou agora o ataque a mais uma: o sistema de seguro social de acidentes de trabalho mais caro dos EU.
O Economist (provavelmente a melhor revista no mundo da economia e finanças) interroga-se se a seguir o Gubernator irá caminhar sobre as águas.
Não precisa. Basta-lhe caminhar sobre terra firme, que é uma coisa que um radical chic jamais conseguirá.
It is a nasty surprise for the leftist flock what is going on in California. First, the Terminator Schwarzenegger dared enter the run for governor. Second, his win against the leftist darlings. Third, his ability to get support and advise from high minds as Berkshire Hathaway’s Warren Buffett and HP’s Carly Fiorino. Fourth, his clairvoyance to focus the real stuff and the drive, leadership and negotiator skills he have showed to handle the issues.
The Economist asks if his next trick will be to walk on water. Walk on sound ground it will be good enough.
(The Terminator in his governor incarnation / O Terminator na sua pele de Gubernator)
Deveria ser uma surpresa para as vários tribos da esquerdalhada o que se está a passar na Califórnia - se ao menos eles percebessem o que se está passar.
Primeiro, a ousadia do Terminator se candidatar a governador da 8ª economia do mundo, no estado onde nasceram quase todos as vagas de fundo da mudança social na segunda metade do século XX, que ainda hoje fazem babar o radical chic doméstico, sempre atrasado uma vaga.
Segundo, os californianos, os agentes dessa mudança e os filhos deles, elegeram Schwarzenegger, o culturista neoclássico.
Terceiro, o chimpanzé anabolizado rodeou-se de la crème de la crème - entre outros Warren Buffett, o Sage of Omaha, CEO da Berkshire Hathaway e Carly Fiorino, a presidente da Hewlett-Packard.
Depois, o Terminator, agora Gubernator, começou a atacar as minas de fragmentação financeiras e sociais lá deixadas pelo anterior governador democrata.
Iniciou agora o ataque a mais uma: o sistema de seguro social de acidentes de trabalho mais caro dos EU.
O Economist (provavelmente a melhor revista no mundo da economia e finanças) interroga-se se a seguir o Gubernator irá caminhar sobre as águas.
Não precisa. Basta-lhe caminhar sobre terra firme, que é uma coisa que um radical chic jamais conseguirá.
27/04/2004
SERVIÇO PÚBLICO: Delírios num verão quente em S. Bento. (ACTUALIZADO)
Por razões de higiene mental, devia ser prescrita pelos médicos do SNS a leitura em voz alta das actas da Assembleia Constituinte a todos os que padecem de esquerdismo senil.
Uma pequena amostra, que creio representativa, pode ler-se em vários posts do Jaquinzinhos, a quem ficamos a dever mais este serviço cívico, como lhe chamavam na época.
Eis aqui os links:
* Bloquices do Passado
* Mais Passos na Conquista da Liberdade
* Oh, a Albânia, esse país próspero e livre...
* Aulas Passadas
* Democracias
* Mais Passos Difíceis na Conquista da Liberdade
* Hemiciclo de Lacraus
* A Conquista da Liberdade de Expressão
Mea culpa?
Não me lembro desse verão parecer, à minha mente sob influência, tão delirante, confesso. Sinto-me culpado? Nem por isso. Pior foi ter usado fraldas uns anos antes.
Uma pequena amostra, que creio representativa, pode ler-se em vários posts do Jaquinzinhos, a quem ficamos a dever mais este serviço cívico, como lhe chamavam na época.
Eis aqui os links:
* Bloquices do Passado
* Mais Passos na Conquista da Liberdade
* Oh, a Albânia, esse país próspero e livre...
* Aulas Passadas
* Democracias
* Mais Passos Difíceis na Conquista da Liberdade
* Hemiciclo de Lacraus
* A Conquista da Liberdade de Expressão
Mea culpa?
Não me lembro desse verão parecer, à minha mente sob influência, tão delirante, confesso. Sinto-me culpado? Nem por isso. Pior foi ter usado fraldas uns anos antes.
CASE STUDY: Anatomia de um pronunciamento.
Pode achar-se que Vasco Pulido Valente é uma alma deprimida, um queiroziano vencido da vida (eu acho), mas tem que admirar-se a lucidez implacável com que disseca as fantasias revolucionárias do mítico 25 de Abril que ainda sobrevivem nas mentes alucinadas da esquerdalhada.
O seu Imitar a revolução no DN de hoje não é uma análise equilibrada e neutra, mas é um bom contraponto aos delírios que nesta altura do ano costumam inundar a imprensa.
O seu Imitar a revolução no DN de hoje não é uma análise equilibrada e neutra, mas é um bom contraponto aos delírios que nesta altura do ano costumam inundar a imprensa.
TRIVIALIDADES: Se já estão colados para quê colar mais?
Agentes da GNR colados à secretária
«Metade do contingente não faz serviços de policiamento, apenas cumpre tarefas burocráticas»
Soares defende a retirada da GNR do Iraque
Qual será a ideia dele? Não há cadeiras livres.
Relatório de Deus Pinheiro empurra reforma para 2005
E se usarmos os GNRs do Iraque para ajudar a empurrar?
«Metade do contingente não faz serviços de policiamento, apenas cumpre tarefas burocráticas»
Soares defende a retirada da GNR do Iraque
Qual será a ideia dele? Não há cadeiras livres.
Relatório de Deus Pinheiro empurra reforma para 2005
E se usarmos os GNRs do Iraque para ajudar a empurrar?
LOG BOOK: John Two Faces Kerry
Our Bodies Ourselves
Hundreds of thousands of protesters massed on the National Mall Sunday to demonstrate support for abortion rights and opposition to Bush administration policies on international family planning. Marchers from nearly 60 countries joined women from across the country, supported by Hilary Clinton and Nancy Pelosi. Counter demonstrators lined the march route, believing God is on their side, and knowing for sure the Prez is behind them: At an anti-abortion march in January he told them overturning the 1973 Roe v. Wade Supreme Court ruling is "a noble cause."
Meanwhile in Boston, Democratic presidential candidate John Kerry, who supports a woman's right to choose, took communion from a Catholic priest, the day after the Vatican said politicians who support abortion rights should be denied the Eucharist.
Beverly Hanly (Wired News, Furthermore Archive April 26th)
26/04/2004
ESTÓRIAS E MORAIS: Figurões e fotos para a história.
Estória
Era fatal. As comemorações dão nisto. As do 25 de Abril, cada vez mais transformadas em jornadas de visita aos cemitérios da história, serão sempre uma oportunidade para tentar pôr e tirar figurões da fotografia – exercício magistralmente executado pelo estalinismo, que é um dos «ismos» ainda presente nos gerontes que demandam essas comemorações.
Desta vez coube a sorte à doutora Isabel do Carmo, ex-bombista do PRP, que o presidente doutor Sampaio quis meter na foto com comenda ao peito e que os queques de direita da direcção do CDS quiseram tirar.
Ora em boa verdade nenhum deles merece lá figurar por direito próprio. A primeira porque se esqueceu da democracia durante os 8 anos em que andou a amadrinhar umas bombas, uns assaltos e umas execuções, fora do prazo de validade. Os segundos porque só se lembraram da democracia quando era impossível esquecê-la.
Moral
Há figurões que não deviam estar na foto e há figurões que deviam guardar silêncio.
Era fatal. As comemorações dão nisto. As do 25 de Abril, cada vez mais transformadas em jornadas de visita aos cemitérios da história, serão sempre uma oportunidade para tentar pôr e tirar figurões da fotografia – exercício magistralmente executado pelo estalinismo, que é um dos «ismos» ainda presente nos gerontes que demandam essas comemorações.
Desta vez coube a sorte à doutora Isabel do Carmo, ex-bombista do PRP, que o presidente doutor Sampaio quis meter na foto com comenda ao peito e que os queques de direita da direcção do CDS quiseram tirar.
Ora em boa verdade nenhum deles merece lá figurar por direito próprio. A primeira porque se esqueceu da democracia durante os 8 anos em que andou a amadrinhar umas bombas, uns assaltos e umas execuções, fora do prazo de validade. Os segundos porque só se lembraram da democracia quando era impossível esquecê-la.
Moral
Há figurões que não deviam estar na foto e há figurões que deviam guardar silêncio.
CASE STUDY: O radical chic britânico ouve o chamamento do Islão. / British posh high-brows converting to Islam.
Summary for the sake of
The last British census found 14,000 new souls converted to Islam, most of them appertaining to middle-upper class. According to Expresso, a Portuguese weekly newspaper, most of those souls were disappointed with the decay of western values.
One of those is Yvonne Ridley, a British journalist converted after imprisoned in 2001 in Afghanistan. This mother of one daughter whose father was a hole in a condom - she explained – still considers maternity as a run with a ball and a chain fastened to the legs.
Among the revelations brought to her by Islam is her understanding that for Islam «men and women are completely equal in value, spirituality and responsibility».
My goodness. Welcome on board you brand new Islamic souls escaped from western decay.
(Miss Ridley in Afghanistan with her balls and chains covered / A menina Ridley no Afeganistão escondendo as bolas e as correntes)
A Única, um dos 123 anexos do semanário do saco de plástico, está cada vez mais parecida com uma Reader’s Digest de pior qualidade – se é que isso é possível. Mas, como a Reader’s Digest, dá-nos informações úteis, como por exemplo nas pág. 30 e 31, onde nos desvenda que, na Grã Bretanha, «no período do último recenseamento converteram-se ao islamismo mais de 14.000 britânicos, sobretudo na classe média alta».
E porquê essas 14.000 almas ouviram o chamamento do Islão? Por estarem «desiludidos com a decadência dos valores ocidentais», explica-nos de Londres a doutora Eunice Goes.
Como paradigma do radical chic desiludido com a decadência dos valores ocidentais, a doutora Eunice apresenta-nos a jornalista Yvonne Ridley que, quando trabalhava para o Sunday Express em 2001 no Afeganistão, foi presa pelos talibã e se converteu ao islamismo.
Yvonne Ridley, mãe de uma filha cujo pai foi um inconveniente buraco num preservativo, como nos esclarece a peça, apesar da conversão continuou a manter alguns valores anteriores, como seja o de considerar a maternidade como «uma corrida com uma bola e uma corrente presa às pernas». Se é certo que manteve alguns valores, mais certo ainda é que teve, entretanto, importantes revelações e a grata surpresa que no islamismo «homens e mulheres são completamente iguais em valor, espiritualidade e responsabilidade».
Uhf, que alívio. E eu a atormentar-me com dúvidas.
The last British census found 14,000 new souls converted to Islam, most of them appertaining to middle-upper class. According to Expresso, a Portuguese weekly newspaper, most of those souls were disappointed with the decay of western values.
One of those is Yvonne Ridley, a British journalist converted after imprisoned in 2001 in Afghanistan. This mother of one daughter whose father was a hole in a condom - she explained – still considers maternity as a run with a ball and a chain fastened to the legs.
Among the revelations brought to her by Islam is her understanding that for Islam «men and women are completely equal in value, spirituality and responsibility».
My goodness. Welcome on board you brand new Islamic souls escaped from western decay.
(Miss Ridley in Afghanistan with her balls and chains covered / A menina Ridley no Afeganistão escondendo as bolas e as correntes)
A Única, um dos 123 anexos do semanário do saco de plástico, está cada vez mais parecida com uma Reader’s Digest de pior qualidade – se é que isso é possível. Mas, como a Reader’s Digest, dá-nos informações úteis, como por exemplo nas pág. 30 e 31, onde nos desvenda que, na Grã Bretanha, «no período do último recenseamento converteram-se ao islamismo mais de 14.000 britânicos, sobretudo na classe média alta».
E porquê essas 14.000 almas ouviram o chamamento do Islão? Por estarem «desiludidos com a decadência dos valores ocidentais», explica-nos de Londres a doutora Eunice Goes.
Como paradigma do radical chic desiludido com a decadência dos valores ocidentais, a doutora Eunice apresenta-nos a jornalista Yvonne Ridley que, quando trabalhava para o Sunday Express em 2001 no Afeganistão, foi presa pelos talibã e se converteu ao islamismo.
Yvonne Ridley, mãe de uma filha cujo pai foi um inconveniente buraco num preservativo, como nos esclarece a peça, apesar da conversão continuou a manter alguns valores anteriores, como seja o de considerar a maternidade como «uma corrida com uma bola e uma corrente presa às pernas». Se é certo que manteve alguns valores, mais certo ainda é que teve, entretanto, importantes revelações e a grata surpresa que no islamismo «homens e mulheres são completamente iguais em valor, espiritualidade e responsabilidade».
Uhf, que alívio. E eu a atormentar-me com dúvidas.
25/04/2004
DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: Um 25 de Abril impertinente. / My 25th April – no more excuses.
Summary for the sake of
Thirty years ago, in April 25th 1974, after six years of agonizing decay, and fifty years in power, half the time fighting a war in African colonies, the Portuguese dictatorial regime collapsed in a couple of hours by wear and tear.
Fifty years of dictatorship, 25 years of war in the colonies, and 18 months of revolutionary foolish done by the leftist flock in power were bad enough.
But 30 years after the dictatorship fall, the regime’s offenses prescribed definitely and the folks have no more excuses for not take care of their lives properly, not work or not manage their businesses competently or nor elect and empower honest and diligent politicians.
No more excuses.
O meu 25 de Abril foi o dia em que comecei a descobrir que as coisas não eram o que pareciam ser.
Em que comecei a descobrir que o país estava coalhado de democratas, socialistas e comunistas nunca antes vistos, nascidos nos escombros do colapso por vício próprio do edifício decadente do Estado Novo. Pouco a pouco, nos dias e meses seguintes, para minha surpresa, o coalho derramou-se pelo país numa maré do coming out, como lhe chamaríamos hoje. Em cada empregado servil, venerador, de espinha dobrada e mão estendida, havia um heróico sindicalista pronto a lutar pelos direitos dos trabalhadores e pelo «saneamento» do patrão.
Em que comecei a descobrir como tinha sido possível o marcelismo ter-se mantido de pé 6 longos anos, depois do Botas ter caído da célebre e providencial cadeira. Que nunca tinha havido uma oposição digna desse nome. Que a mole imensa do povinho lá tinha feito pela vidinha, esgueirando-se pelas frestas das fronteiras, pelas cunhas da tropa e pelas veredas das guerras do ultramar.
Em que comecei a perceber que o leitmotiv do drama não era uma ditadura suportada por uma direita retrógrada e infinitamente estúpida. Nem era uma ditadura provinciana, bafienta, decadente, de brandos costumes, que mantinha um número de presos políticos que envergonharia qualquer ditadura à séria (112, depois dum mês agitado de prisões - ver os nomes no post de estounua da Vareta Funda).
Em que comecei a perceber que também não era a guerra colonial, que em 25 anos fez o equivalente ao número de mortos de 4 ou 5 anos de guerra rodoviária. Nem a guerra cujo fim foi uma humilhante fuga às responsabilidades (nem mais um só soldado para as colónias, berravam os bloquistas avant la lettre) que desencadeou em Angola, Moçambique e Timor a enorme hecatombe humana dos 20 anos seguintes.
Em que comecei a perceber que o leitmotiv do drama era a resposta à pergunta: como foi possível a uma tal ditadura manter-se quase 50 longos anos sem ter sido seriamente ameaçada?
Em que comecei a perceber que o 25 de Abril foi princípio do fim das nossas desculpas como povo. Que nada adiantaria sacudir a água do capote, e mandar a coisa para cima dos eles que escolhemos para nos desgovernarem.
E foi neste 25 de Abril que descobri que já não me restava pachorra para aturar, mais um ano, as comemorações do gang do esquerdismo senil que se julga proprietário da data.
Thirty years ago, in April 25th 1974, after six years of agonizing decay, and fifty years in power, half the time fighting a war in African colonies, the Portuguese dictatorial regime collapsed in a couple of hours by wear and tear.
Fifty years of dictatorship, 25 years of war in the colonies, and 18 months of revolutionary foolish done by the leftist flock in power were bad enough.
But 30 years after the dictatorship fall, the regime’s offenses prescribed definitely and the folks have no more excuses for not take care of their lives properly, not work or not manage their businesses competently or nor elect and empower honest and diligent politicians.
No more excuses.
O meu 25 de Abril foi o dia em que comecei a descobrir que as coisas não eram o que pareciam ser.
Em que comecei a descobrir que o país estava coalhado de democratas, socialistas e comunistas nunca antes vistos, nascidos nos escombros do colapso por vício próprio do edifício decadente do Estado Novo. Pouco a pouco, nos dias e meses seguintes, para minha surpresa, o coalho derramou-se pelo país numa maré do coming out, como lhe chamaríamos hoje. Em cada empregado servil, venerador, de espinha dobrada e mão estendida, havia um heróico sindicalista pronto a lutar pelos direitos dos trabalhadores e pelo «saneamento» do patrão.
Em que comecei a descobrir como tinha sido possível o marcelismo ter-se mantido de pé 6 longos anos, depois do Botas ter caído da célebre e providencial cadeira. Que nunca tinha havido uma oposição digna desse nome. Que a mole imensa do povinho lá tinha feito pela vidinha, esgueirando-se pelas frestas das fronteiras, pelas cunhas da tropa e pelas veredas das guerras do ultramar.
Em que comecei a perceber que o leitmotiv do drama não era uma ditadura suportada por uma direita retrógrada e infinitamente estúpida. Nem era uma ditadura provinciana, bafienta, decadente, de brandos costumes, que mantinha um número de presos políticos que envergonharia qualquer ditadura à séria (112, depois dum mês agitado de prisões - ver os nomes no post de estounua da Vareta Funda).
Em que comecei a perceber que também não era a guerra colonial, que em 25 anos fez o equivalente ao número de mortos de 4 ou 5 anos de guerra rodoviária. Nem a guerra cujo fim foi uma humilhante fuga às responsabilidades (nem mais um só soldado para as colónias, berravam os bloquistas avant la lettre) que desencadeou em Angola, Moçambique e Timor a enorme hecatombe humana dos 20 anos seguintes.
Em que comecei a perceber que o leitmotiv do drama era a resposta à pergunta: como foi possível a uma tal ditadura manter-se quase 50 longos anos sem ter sido seriamente ameaçada?
Em que comecei a perceber que o 25 de Abril foi princípio do fim das nossas desculpas como povo. Que nada adiantaria sacudir a água do capote, e mandar a coisa para cima dos eles que escolhemos para nos desgovernarem.
E foi neste 25 de Abril que descobri que já não me restava pachorra para aturar, mais um ano, as comemorações do gang do esquerdismo senil que se julga proprietário da data.
24/04/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: A insustentável leveza da pesada herança do professor Sousa Franco. (REINCIDÊNCIA)
«O défice pelos anos que fui responsável foi o mais baixo de toda a história democrática portuguesa e a dívida pública teve a maior redução de sempre, sem quaisquer truques e trampolinices», declarou hoje o farol das finanças públicas professor Sousa Franco.
O Impertinências não costuma citar-se mas, face à contumaz reincidência do professor, faço uma excepção e republico o post de 16-12-2003.
(O contumaz reincidente)
Secção Insultos à inteligência
Numa entrevista à Visão publicada no dia 11, o professor Sousa Franco passou a manteiga no doutor Durão Barroso, apenas para aguilhoar com vara comprida a doutora Manuela Ferreira Leite. Está no seu pleno direito de emitir opiniões.
Se ficasse por aí, não ficava bem, nem mal, ficava. Mas o seu ego intumescido não resistiu a cumprimentar-se, a pretexto da sua suposta pesada herança. Deu razão ao Impertinente que a semana passada recordava o trágico destino dos governantes portugueses que carregam as pesadas heranças recebidas dos seus antecessores.
«Herança pesada teve o governo Guterres quando eu entrei. Sabe qual é a média dos dez défices anuais do professor Cavaco Silva? É de 5,9 por cento. No último ano ainda estava nos 5,7 por cento, quando dois anos depois tínhamos de estar abaixo dos três. E estivemos.», disse o professor Sousa Franco.
Distraído, o professor não referiu alguns factos relevantes, ocorridos durante o seu consolado, que explicam o milagre operado, tais como:
1) a componente juros das despesas públicas diminuiu entre 1995 e 2000 de 6,2% para 3,2%, devido à baixa das taxas europeias, propagada gradualmente para a economia portuguesa;
2) a diferença de 3% do PIB subtraída aos 5,7% da pesada herança do professor Cavaco Silva teria baixado o défice para 2,7%, se o professor Sousa Franco não tivesse aberto a tampa do baú ao engenheiro Guterres para afogar os problemas com dinheiro;
2) assim aumentou a despesa pública total de 44,8% em 1995 para 46,8% do PIB para 2000;
3) significando que as despesas públicas sem juros aumentaram de 38,6% para 43,6%, isto é 5% do PIB;
4) enquanto isso, as despesas públicas da Zona Euro diminuíram no mesmo período de 48,2% para 44,2%;
5) o aumento líquido do n.º de funcionários públicos foi de 50.000, em 5 anos.
É caso para dizer que o professor Sousa Franco se-atolou-se em contradições. Ganha 3 bourbons por não ter aprendido nada desde que saiu do governo, 3 pilatos retroactivos pelo lavar das mãos no assalto ao baú, e 2 ignóbeis porque não é possível que seja tudo distracção.
O Impertinências não costuma citar-se mas, face à contumaz reincidência do professor, faço uma excepção e republico o post de 16-12-2003.
(O contumaz reincidente)
Secção Insultos à inteligência
Numa entrevista à Visão publicada no dia 11, o professor Sousa Franco passou a manteiga no doutor Durão Barroso, apenas para aguilhoar com vara comprida a doutora Manuela Ferreira Leite. Está no seu pleno direito de emitir opiniões.
Se ficasse por aí, não ficava bem, nem mal, ficava. Mas o seu ego intumescido não resistiu a cumprimentar-se, a pretexto da sua suposta pesada herança. Deu razão ao Impertinente que a semana passada recordava o trágico destino dos governantes portugueses que carregam as pesadas heranças recebidas dos seus antecessores.
«Herança pesada teve o governo Guterres quando eu entrei. Sabe qual é a média dos dez défices anuais do professor Cavaco Silva? É de 5,9 por cento. No último ano ainda estava nos 5,7 por cento, quando dois anos depois tínhamos de estar abaixo dos três. E estivemos.», disse o professor Sousa Franco.
Distraído, o professor não referiu alguns factos relevantes, ocorridos durante o seu consolado, que explicam o milagre operado, tais como:
1) a componente juros das despesas públicas diminuiu entre 1995 e 2000 de 6,2% para 3,2%, devido à baixa das taxas europeias, propagada gradualmente para a economia portuguesa;
2) a diferença de 3% do PIB subtraída aos 5,7% da pesada herança do professor Cavaco Silva teria baixado o défice para 2,7%, se o professor Sousa Franco não tivesse aberto a tampa do baú ao engenheiro Guterres para afogar os problemas com dinheiro;
2) assim aumentou a despesa pública total de 44,8% em 1995 para 46,8% do PIB para 2000;
3) significando que as despesas públicas sem juros aumentaram de 38,6% para 43,6%, isto é 5% do PIB;
4) enquanto isso, as despesas públicas da Zona Euro diminuíram no mesmo período de 48,2% para 44,2%;
5) o aumento líquido do n.º de funcionários públicos foi de 50.000, em 5 anos.
É caso para dizer que o professor Sousa Franco se-atolou-se em contradições. Ganha 3 bourbons por não ter aprendido nada desde que saiu do governo, 3 pilatos retroactivos pelo lavar das mãos no assalto ao baú, e 2 ignóbeis porque não é possível que seja tudo distracção.
TRIVIA / TRIVIALIDADES: M. Bové strikes again. / O Senhor Bové ataca de novo.
McDonald’s CEO Mr. Cantalupo, who was 60, died of a suspected heart attack at a huge convention in Orlando, Florida, for more than 12,000 employees.
Suspected heart attack? Bullshit. Call it suspected attack in the heart, instead. Who is the prime suspect? No doubt Monsieur Bové himself, disguised in the middle of those 12,000 hamburger slaves, his flamboyant moustache hidden behind une baguette et un morceau de fromage du pays.
How? Just putting an ounce of salt in Mr. Cantalupo's unhealthy hamburger. Did he need the salt? Probably not – the stuff had enough poison - but Monsieur Bové aime la perfeccion.
Why the assassination? Work in progress. I’ll be back, soon.
(The deceased, still happy, with 3 of his hamburger slaves / O falecido, ainda feliz, com 3 dos seus escravos do hamburguer)
(The suspected hero and his flamboyant moustache with Zeropa's flag / O principal suspeito com o frondoso bigode e bandeira da Órópa)
O senhor Cantalupo presidente executivo da McDonald, de 60 anos, morreu durante uma convenção em Orlando, com 12.000 empregados, alegadamente de ataque cardíaco.
Tretas. A verdade é que ele foi alvo dum atentado perpetrado pelo Monsieur Bové, disfarçado no meio da matula de 12.000 escravos do hamburguer, com o seu magnífico bigode convenientemente escondido com une baguette et un morceau de fromage du pays.
Como? perguntareis. Simplesmente pondo uma pitada de sal no horroroso e doentio hamburguer do senhor Cantalupo. Para quê o sal, se a coisa em si mesmo é quase mortal? Porque Monsieur Bové é um perfeccionista.
Porquê o assassinato? Assassinato não, assassinamento. Estou a trabalhar nisso. Voltarei ao assunto.
Suspected heart attack? Bullshit. Call it suspected attack in the heart, instead. Who is the prime suspect? No doubt Monsieur Bové himself, disguised in the middle of those 12,000 hamburger slaves, his flamboyant moustache hidden behind une baguette et un morceau de fromage du pays.
How? Just putting an ounce of salt in Mr. Cantalupo's unhealthy hamburger. Did he need the salt? Probably not – the stuff had enough poison - but Monsieur Bové aime la perfeccion.
Why the assassination? Work in progress. I’ll be back, soon.
(The deceased, still happy, with 3 of his hamburger slaves / O falecido, ainda feliz, com 3 dos seus escravos do hamburguer)
(The suspected hero and his flamboyant moustache with Zeropa's flag / O principal suspeito com o frondoso bigode e bandeira da Órópa)
O senhor Cantalupo presidente executivo da McDonald, de 60 anos, morreu durante uma convenção em Orlando, com 12.000 empregados, alegadamente de ataque cardíaco.
Tretas. A verdade é que ele foi alvo dum atentado perpetrado pelo Monsieur Bové, disfarçado no meio da matula de 12.000 escravos do hamburguer, com o seu magnífico bigode convenientemente escondido com une baguette et un morceau de fromage du pays.
Como? perguntareis. Simplesmente pondo uma pitada de sal no horroroso e doentio hamburguer do senhor Cantalupo. Para quê o sal, se a coisa em si mesmo é quase mortal? Porque Monsieur Bové é um perfeccionista.
Porquê o assassinato? Assassinato não, assassinamento. Estou a trabalhar nisso. Voltarei ao assunto.
23/04/2004
BLOGARIDADES: Iletrismo ainda vai. Galicismos é que não. (Recidiva)
Agora é definitivo. O assassinato é mesmo um galicismo. Vou ter que expurgar do Impertinências esse substantivo amaricado, distraidamente semeado pelos posts .
A alternativa também não é boa. Assassínio, ensina-nos a doutora Charlotte, parece ser o assassinato cometido pelos bebedores de hasis, ou seja, explica-nos ainda, com infinita paciência, os bebedores de haxixe, que hoje chamaríamos os consumidores de erva, ou de merda, no linguajar do segmento médio-baixo da tribo.
Entre o assassinato, inspirado pelo colaboracionismo francês, e o assassínio, inspirado pelo Bloco de Esquerda do século XI, venha o diabo e escolha.
Eu por mim fico-me por assassinamento, uma palavra sólida que soa bem e que, segundo o meu dicionário de plástico, é uma palavra tão boa como qualquer outra.
Amanhã, com mais tempo, vou acrescentá-la ao Glossário das Impertinências.
A alternativa também não é boa. Assassínio, ensina-nos a doutora Charlotte, parece ser o assassinato cometido pelos bebedores de hasis, ou seja, explica-nos ainda, com infinita paciência, os bebedores de haxixe, que hoje chamaríamos os consumidores de erva, ou de merda, no linguajar do segmento médio-baixo da tribo.
Entre o assassinato, inspirado pelo colaboracionismo francês, e o assassínio, inspirado pelo Bloco de Esquerda do século XI, venha o diabo e escolha.
Eu por mim fico-me por assassinamento, uma palavra sólida que soa bem e que, segundo o meu dicionário de plástico, é uma palavra tão boa como qualquer outra.
Amanhã, com mais tempo, vou acrescentá-la ao Glossário das Impertinências.
22/04/2004
BLOGARIDADES: Iletrismo ainda vai. Galicismos é que não. (ACTUALIZADO)
Li com preocupação o que a doutora Charlotte do bomba inteligente nos ensina sobre o substantivo assassinato , que vamos buscar ao inglês em vez de usarmos o nosso assassínio.
Reconheço que tenho maltratado a língua usando amiúde o assassinato. Mas buscar ao inglês? Hum. Como é que o assassination inglês dá o assassinato em português? Na na. Cheirava-me mais ao assassinat indecisivo e capitulacionista desses maricas franceses. O dicionário de plástico que tenho sempre aqui à mão na unidade E: confirma os meus piores receios - a coisa é um «galicismo a evitar».
Com o não saber escrever ainda me conformo. Galicismos é que são imperdoáveis. Prefiro adoptar a tese da doutora Charlotte.
ACTUALIZAÇÃO
Fica prometido. A partir de agora só assassínios. Nada de assassinatos.
Reconheço que tenho maltratado a língua usando amiúde o assassinato. Mas buscar ao inglês? Hum. Como é que o assassination inglês dá o assassinato em português? Na na. Cheirava-me mais ao assassinat indecisivo e capitulacionista desses maricas franceses. O dicionário de plástico que tenho sempre aqui à mão na unidade E: confirma os meus piores receios - a coisa é um «galicismo a evitar».
Com o não saber escrever ainda me conformo. Galicismos é que são imperdoáveis. Prefiro adoptar a tese da doutora Charlotte.
ACTUALIZAÇÃO
Fica prometido. A partir de agora só assassínios. Nada de assassinatos.
ESTÓRIA E MORAL / SHORT STORY AND BIG MORAL: Óleo para untar a burocracia. / Oil-for-Bribe program.
Story
Allegations of Widespread Corruption Involve Saddam Hussein, U.N. Senior Officials told Abc News (via NO PASARAN!).
«Saddam diverted to his personal bank accounts approximately $5 billion from the United Nations Oil-for-Food program»
Saddam? No surprise. Who else could be involved besides the usual suspects? Well, guess who? White Snow and the seven Dwarfs?
How could uncle Saddam divert the money without a little help from his friends? Hard to believe. Who can be such helpful friends of him? Want a cue? Bet on «Benon Sevan, the Cyprus-born U.N. undersecretary general who ran the program for six years» and other U.N. Senior Officials.
Who talked about involving deeply UN staff in transition period? It wasn’t me.
Moral
Birds of a feather flock together.
(O Passarão Chefe, ainda pela hora de Paris / Big Bird in Chief, at Paris time)
Estória
Monumental gamanço escreveu a ABC News (via NO PASARAN!), a propósito das investigações que levam a concluir que o tio Saddam se abotoou com 5 mil milhões de dólares do programa das NU Petróleo por Comida, com a ajuda adivinhem de quem?
Ao que parece de quem tinha a faca na mão e só lhe faltava o queijo - Benon Sevan, subsecretário geral das NU responsável durante 6 anos por esse programa e outros altos funcionários das NU.
Quem anda a pedir um maior envolvimento das NU no Iraque no período de transição? Eu não.
Moral
Aves da mesma pena andam juntas.
Allegations of Widespread Corruption Involve Saddam Hussein, U.N. Senior Officials told Abc News (via NO PASARAN!).
«Saddam diverted to his personal bank accounts approximately $5 billion from the United Nations Oil-for-Food program»
Saddam? No surprise. Who else could be involved besides the usual suspects? Well, guess who? White Snow and the seven Dwarfs?
How could uncle Saddam divert the money without a little help from his friends? Hard to believe. Who can be such helpful friends of him? Want a cue? Bet on «Benon Sevan, the Cyprus-born U.N. undersecretary general who ran the program for six years» and other U.N. Senior Officials.
Who talked about involving deeply UN staff in transition period? It wasn’t me.
Moral
Birds of a feather flock together.
(O Passarão Chefe, ainda pela hora de Paris / Big Bird in Chief, at Paris time)
Estória
Monumental gamanço escreveu a ABC News (via NO PASARAN!), a propósito das investigações que levam a concluir que o tio Saddam se abotoou com 5 mil milhões de dólares do programa das NU Petróleo por Comida, com a ajuda adivinhem de quem?
Ao que parece de quem tinha a faca na mão e só lhe faltava o queijo - Benon Sevan, subsecretário geral das NU responsável durante 6 anos por esse programa e outros altos funcionários das NU.
Quem anda a pedir um maior envolvimento das NU no Iraque no período de transição? Eu não.
Moral
Aves da mesma pena andam juntas.
21/04/2004
TRIVIALIDADES: Da crise das instituições lusas aos tomates de Blair, passando pelos submarinos e o contentamento do doutor Soares.
Volte senhor engenheiro!
Depois do défice e da recessão, depois dos escândalos da pedofilia, da corrupção na BT e de todos os outros escândalos pequenos e médios, chega a vez de três instituições respeitáveis – o exército, o futebol e o poder local, por esta ordem – serem postas em causa na pessoa do senhor major Valentim Loureiro.
Alguém se lembra de se desenterrarem cadáveres e se tirarem esqueletos dos armários durante o consolado do senhor engenheiro Guterres? Bem que ele tinha razão, ao deixar para trás o pântano sujo e partir para o Olimpo.
O governo vai comprar dois submarinos novos por 770 milhões de euros
A marinha é que, por enquanto, não está em causa. Mas dois não é uma boa ideia. Um amigo marinheiro explicou-me que precisamos de 3 submarinos porque, com a falta de verbas, ao fim de algum tempo, a coisa ficará assim: um submarino só emerge, outro só imerge e o terceiro não imerge nem emerge, fica só para as peças.
Durão mergulha em campanha no Alqueva
Esta, sim, é uma boa ideia. Sem submarinos, sem equipamento, o nosso Cherne mergulha no Alqueva, mostrando aos espanhóis que por lá andam a investir, que podem eles investir à vontade, mas quem mergulha somos nós e o resto é conversa. Enquanto mergulha, o nosso primeiro garante-nos «eles não tiram a terra daqui e a levam para outro lado».
Soares «contentíssimo» com opção de Zapatero
A coisa não é para menos. Intermediar o diálogo entre a Órópa e o doutor Being Laden é definitivamente a sua vocação. Já tem que fazer quando terminar o mandato no PE.
Tony Blair desafia britânicos a decidir uma vez por todas
O Tony tem uns tomates à altura das orelhas, é o que é. Haja deus. Numa Órópa de capitulacionistas quase só a jangada de pedra britânica é que não ajoelha. Aqui a tradição ainda é o que foi e o Tony ainda é a alma mais parecida com o defunto Winston.
Depois do défice e da recessão, depois dos escândalos da pedofilia, da corrupção na BT e de todos os outros escândalos pequenos e médios, chega a vez de três instituições respeitáveis – o exército, o futebol e o poder local, por esta ordem – serem postas em causa na pessoa do senhor major Valentim Loureiro.
Alguém se lembra de se desenterrarem cadáveres e se tirarem esqueletos dos armários durante o consolado do senhor engenheiro Guterres? Bem que ele tinha razão, ao deixar para trás o pântano sujo e partir para o Olimpo.
O governo vai comprar dois submarinos novos por 770 milhões de euros
A marinha é que, por enquanto, não está em causa. Mas dois não é uma boa ideia. Um amigo marinheiro explicou-me que precisamos de 3 submarinos porque, com a falta de verbas, ao fim de algum tempo, a coisa ficará assim: um submarino só emerge, outro só imerge e o terceiro não imerge nem emerge, fica só para as peças.
Durão mergulha em campanha no Alqueva
Esta, sim, é uma boa ideia. Sem submarinos, sem equipamento, o nosso Cherne mergulha no Alqueva, mostrando aos espanhóis que por lá andam a investir, que podem eles investir à vontade, mas quem mergulha somos nós e o resto é conversa. Enquanto mergulha, o nosso primeiro garante-nos «eles não tiram a terra daqui e a levam para outro lado».
Soares «contentíssimo» com opção de Zapatero
A coisa não é para menos. Intermediar o diálogo entre a Órópa e o doutor Being Laden é definitivamente a sua vocação. Já tem que fazer quando terminar o mandato no PE.
Tony Blair desafia britânicos a decidir uma vez por todas
O Tony tem uns tomates à altura das orelhas, é o que é. Haja deus. Numa Órópa de capitulacionistas quase só a jangada de pedra britânica é que não ajoelha. Aqui a tradição ainda é o que foi e o Tony ainda é a alma mais parecida com o defunto Winston.
DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: «Portugal pode ter uma Nokia?» / Why not a Portuguese Nokia of the Seas?
Summary for the sake of
Can a lunatic question have a wise response? It could, but hardly. So when a journalist inquired a half retired business luminary about our lovely country having a Nokia of the environment or a Nokia of the science of the seas or any other damned Nokia, he got the response «I think so, provided we want it and we put the ingredients needed together». He didn’t mentioned the ingredients, but for sure he would need a lot – Nokia net sales of 36.6 billion USD are about one third of Portuguese GDP and more than the annual exports figure.
É preciso explicar porquê só agora trato do tema. Tudo começou quando limpava ontem à noite, por incumbência da patroa, algumas pratas cá da casa com um produto apropriado e jornais velhos para dar o polimento final como, explicou ela, manda a boa técnica.
Realizava a operação com a preciosa ajuda do semanário do saco de plástico. Ao esfregar a faca de trinchar com uma folha do suplemento Economia reparo na angustiante pergunta no título «Portugal pode ter uma Nokia?».
Foi irresistível. Suspendi o polimento e li sofregamente. A Ordem dos Economistas e o Expresso organizaram um almoço com o engenheiro Murteira Nabo, na sua qualidade de presidente da Cotec, o bastonário da OE e outras luminárias.
Segundo o relato do saco de plástico, por altura das sobremesas, o jornalista pergunta com audácia «Portugal tem capacidade para criar uma Nokia no domínio do ambiente ou das ciências marítimas ou noutro sector?»
A pergunta audaz, audaz resposta. O engenheiro Nabo responde «Eu acho que tem, desde que queira fazê-lo e desde que junte os ingredientes necessários.»
Foi nessa altura que a patroa perguntou o porquê da pausa e do meu ar apalermado. Respondi-lhe «Ó filha temos que ir almoçar a este restaurante. Deve ter uma garrafeira soberba».
Can a lunatic question have a wise response? It could, but hardly. So when a journalist inquired a half retired business luminary about our lovely country having a Nokia of the environment or a Nokia of the science of the seas or any other damned Nokia, he got the response «I think so, provided we want it and we put the ingredients needed together». He didn’t mentioned the ingredients, but for sure he would need a lot – Nokia net sales of 36.6 billion USD are about one third of Portuguese GDP and more than the annual exports figure.
É preciso explicar porquê só agora trato do tema. Tudo começou quando limpava ontem à noite, por incumbência da patroa, algumas pratas cá da casa com um produto apropriado e jornais velhos para dar o polimento final como, explicou ela, manda a boa técnica.
Realizava a operação com a preciosa ajuda do semanário do saco de plástico. Ao esfregar a faca de trinchar com uma folha do suplemento Economia reparo na angustiante pergunta no título «Portugal pode ter uma Nokia?».
Foi irresistível. Suspendi o polimento e li sofregamente. A Ordem dos Economistas e o Expresso organizaram um almoço com o engenheiro Murteira Nabo, na sua qualidade de presidente da Cotec, o bastonário da OE e outras luminárias.
Segundo o relato do saco de plástico, por altura das sobremesas, o jornalista pergunta com audácia «Portugal tem capacidade para criar uma Nokia no domínio do ambiente ou das ciências marítimas ou noutro sector?»
A pergunta audaz, audaz resposta. O engenheiro Nabo responde «Eu acho que tem, desde que queira fazê-lo e desde que junte os ingredientes necessários.»
Foi nessa altura que a patroa perguntou o porquê da pausa e do meu ar apalermado. Respondi-lhe «Ó filha temos que ir almoçar a este restaurante. Deve ter uma garrafeira soberba».
20/04/2004
CASE STUDY: Continuação das reflexões pascais.
Inquietava-se o Impertinências na Páscoa pelo «infortúnio da destruição de valor dos últimos cinco anos» que o BCP tem levado a cabo com notável perseverança. Inquietação gratuita, como se pode ver pelas diligências do engenheiro Jardim Gonçalves aqui relatadas, que o senhor Paolo Borsalino, leitor do Diário Económico, comentou hoje com notável impertinência assim:
Atenção ! Jardim Gonçalves é uma velha raposa .. ! Foi iniciada uma campanha de comunicação bastante agressiva ! Que visa desviar a atenção de todos os accionistas e camuflar os resultados catastróficos do BCP ...! Jardim Gonçalves multiplica os comunicados de imprensa sobre a eventual compra do BCP por um Banco estrangeiro com muito "CAPITAL", querendo fazer acreditar que o BCP é o negócio do século, desta forma alimenta artificialmente o valor das suas acções para travar a todo o custo a queda livre na bolsa das acções BCP, com o anuncio dos péssimos resultados que ai vêm ! Basta dar uma vista de olhos pela imprensa económica holandesa e belga para constatar que a FORTIS não está interessada no BCP !! Bem tentado Jardim, já começas a aprender as velhas técnicas da "Contra-informação" aplicadas pelo velho KGB !!
Atenção ! Jardim Gonçalves é uma velha raposa .. ! Foi iniciada uma campanha de comunicação bastante agressiva ! Que visa desviar a atenção de todos os accionistas e camuflar os resultados catastróficos do BCP ...! Jardim Gonçalves multiplica os comunicados de imprensa sobre a eventual compra do BCP por um Banco estrangeiro com muito "CAPITAL", querendo fazer acreditar que o BCP é o negócio do século, desta forma alimenta artificialmente o valor das suas acções para travar a todo o custo a queda livre na bolsa das acções BCP, com o anuncio dos péssimos resultados que ai vêm ! Basta dar uma vista de olhos pela imprensa económica holandesa e belga para constatar que a FORTIS não está interessada no BCP !! Bem tentado Jardim, já começas a aprender as velhas técnicas da "Contra-informação" aplicadas pelo velho KGB !!
ESTÓRIA E MORAL: A velhice militante.
Estória
Um milhar de velhotes e velhotas, convocados pelos departamentos do Partido Comunista CGTP e MURPI, maninfestaram-se no sábado passado na Praça da Ribeira com uma pertinácia que desmentia o seu alegado estado de reformados. Com enérgicos cânticos, tais como «Grândola Vila Morena», e palavras de ordem inspiradas, tais como "Está na hora, está na hora, do Governo se ir embora" e "Política de Durão, não é solução", estes pensionistas são um exemplo vivo da política errada de reformas que manda para casa os geadas ainda com bom corpo para dar ao manifesto.
Moral
Mal que não tem cura é a velhice e a loucura (ditado popular).
Um milhar de velhotes e velhotas, convocados pelos departamentos do Partido Comunista CGTP e MURPI, maninfestaram-se no sábado passado na Praça da Ribeira com uma pertinácia que desmentia o seu alegado estado de reformados. Com enérgicos cânticos, tais como «Grândola Vila Morena», e palavras de ordem inspiradas, tais como "Está na hora, está na hora, do Governo se ir embora" e "Política de Durão, não é solução", estes pensionistas são um exemplo vivo da política errada de reformas que manda para casa os geadas ainda com bom corpo para dar ao manifesto.
Moral
Mal que não tem cura é a velhice e a loucura (ditado popular).
19/04/2004
ESTÓRIAS E MORAL / SHORT STORIES AND BIG MORAL: Capitulação e mentira. / Surrender and deceit.
Estórias / Stories
(1) Capitulação / Surrender
Zapatero ajoelha para melhor receber o golpe / Spain PM orders Iraq troops home
(2) Mentira / Deceit
Estarão os iraquianos mal informados? / BBC poll finds most Iraqis say their lives are better
Destaques da BBC do inquérito Oxford Research International: / The highlights of the Iraq survey are as follows:
• Overall, 70% of Iraqis say that their life these days is good, compared with 29% who say their life is bad.
• Compared with just before the war in 2003, 57% of Iraqis now say their life is better overall, compared with 19% who say it is worse and 23% who say it is about the same.
• 71% of Iraqis expect their lives to be better in a year from now, compared with 6% who expect life to be worse and 9% who say life will remain about the same.
• Half of Iraqis (49%) believe the invasion of Iraq by the US-led coalition was right, compared with 39% who thought it was wrong.
• Opinion was evenly split on whether the invasion humiliated Iraq (41%) or liberated it (42%). Almost one in five respondents (17%) refused to comment.
(Inquérito do Oxford Research International / Oxford Research International’s survey)
Moral
Não me ocorre nenhuma. / I can remember none.
(1) Capitulação / Surrender
Zapatero ajoelha para melhor receber o golpe / Spain PM orders Iraq troops home
(2) Mentira / Deceit
Estarão os iraquianos mal informados? / BBC poll finds most Iraqis say their lives are better
Destaques da BBC do inquérito Oxford Research International: / The highlights of the Iraq survey are as follows:
• Overall, 70% of Iraqis say that their life these days is good, compared with 29% who say their life is bad.
• Compared with just before the war in 2003, 57% of Iraqis now say their life is better overall, compared with 19% who say it is worse and 23% who say it is about the same.
• 71% of Iraqis expect their lives to be better in a year from now, compared with 6% who expect life to be worse and 9% who say life will remain about the same.
• Half of Iraqis (49%) believe the invasion of Iraq by the US-led coalition was right, compared with 39% who thought it was wrong.
• Opinion was evenly split on whether the invasion humiliated Iraq (41%) or liberated it (42%). Almost one in five respondents (17%) refused to comment.
(Inquérito do Oxford Research International / Oxford Research International’s survey)
Moral
Não me ocorre nenhuma. / I can remember none.
18/04/2004
CASE STUDY: O Estado é incorrigível. / State is hopeless.
Summary for the sake of
Now is public. The huge amount of money of European subsidy for professional training that had flooded during the second half of the 80’s was thrown away into the wrong pockets.
Is this way the old way of handling the res publica? Hardly. There are more recent examples of the same old way. The professional Brazilian managing team hired to recover Portuguese airline state company, who has been performing a pretty good job, is now under pressure of political lobbies to resign.
One can foresee that the same will arise sooner or later with TV state company, also under recover by a professional management team, when new election time will come.
The leftist flock who love state companies and have been using these two success examples to ground their creed, will have their case endangered soon.
Quase vinte anos depois o ministro Bagão Félix vem denunciar o que todos sabíamos. Sob a batuta do salvador da Pátria, professor Cavaco Silva, os seus governos torraram dez mil milhões de euros de subsídios comunitários para formação profissional. Em grande parte esse dinheiro acabou transformado em viaturas TT e vivendas de mau gosto por esse país. Foi um fenómeno só comparável à pimenta das Índias e ao ouro do Brasil.
Não é paradoxal que os portugueses possam ter que escolher na próximas eleições presidenciais entre o professor que nunca tem dúvidas e raramente se engana e o engenheiro que só tem dúvidas e raramente acerta, responsáveis pela dissipação de duas oportunidades históricas para ultrapassar o crónico atraso lusitano?
Não sei se já está confirmado ou não. Mas é fatal. A equipa de Fernando Pinto que pôs termo a quase 30 anos de incompetência e corrupção e iniciou uma recuperação sustentada da TAP irá embora. Ninguém competente tem pachorra para aturar as sacanices de quadros incompetentes instalados em camadas pelos sucessivos comissários políticos, ou as aleivosias dos aparelhos partidários, ou as patacoadas presidenciais do engenheiro cervejeiro.
Lá se vai a penúltima esperança da esquerdalhada de demonstrar que as empresas públicas podem ser viáveis desde que.
Faço aqui o prognóstico que o governo, à medida que se aproximarem as eleições legislativas de 2006, resistirá cada vez menos a utilizar, uma vez mais, a RTP como uma câmara de eco para propagar aos incréus os milagres que semeou durante a segunda metade «social» da sua governação. É difícil imaginar o doutor Almerindo Marques, que não precisa da RTP para demonstrar nada, nem precisa do seu dinheiro, esteja disposto a fazer o frete e a ser chateado pelos seus amigos do PS, desta vez por boas razões.
Lá se irá a última esperança da esquerdalhada de demonstrar que as empresas públicas podem ser viáveis desde que.
Now is public. The huge amount of money of European subsidy for professional training that had flooded during the second half of the 80’s was thrown away into the wrong pockets.
Is this way the old way of handling the res publica? Hardly. There are more recent examples of the same old way. The professional Brazilian managing team hired to recover Portuguese airline state company, who has been performing a pretty good job, is now under pressure of political lobbies to resign.
One can foresee that the same will arise sooner or later with TV state company, also under recover by a professional management team, when new election time will come.
The leftist flock who love state companies and have been using these two success examples to ground their creed, will have their case endangered soon.
Quase vinte anos depois o ministro Bagão Félix vem denunciar o que todos sabíamos. Sob a batuta do salvador da Pátria, professor Cavaco Silva, os seus governos torraram dez mil milhões de euros de subsídios comunitários para formação profissional. Em grande parte esse dinheiro acabou transformado em viaturas TT e vivendas de mau gosto por esse país. Foi um fenómeno só comparável à pimenta das Índias e ao ouro do Brasil.
Não é paradoxal que os portugueses possam ter que escolher na próximas eleições presidenciais entre o professor que nunca tem dúvidas e raramente se engana e o engenheiro que só tem dúvidas e raramente acerta, responsáveis pela dissipação de duas oportunidades históricas para ultrapassar o crónico atraso lusitano?
Não sei se já está confirmado ou não. Mas é fatal. A equipa de Fernando Pinto que pôs termo a quase 30 anos de incompetência e corrupção e iniciou uma recuperação sustentada da TAP irá embora. Ninguém competente tem pachorra para aturar as sacanices de quadros incompetentes instalados em camadas pelos sucessivos comissários políticos, ou as aleivosias dos aparelhos partidários, ou as patacoadas presidenciais do engenheiro cervejeiro.
Lá se vai a penúltima esperança da esquerdalhada de demonstrar que as empresas públicas podem ser viáveis desde que.
Faço aqui o prognóstico que o governo, à medida que se aproximarem as eleições legislativas de 2006, resistirá cada vez menos a utilizar, uma vez mais, a RTP como uma câmara de eco para propagar aos incréus os milagres que semeou durante a segunda metade «social» da sua governação. É difícil imaginar o doutor Almerindo Marques, que não precisa da RTP para demonstrar nada, nem precisa do seu dinheiro, esteja disposto a fazer o frete e a ser chateado pelos seus amigos do PS, desta vez por boas razões.
Lá se irá a última esperança da esquerdalhada de demonstrar que as empresas públicas podem ser viáveis desde que.
17/04/2004
ESTÓRIAS E MORAL / SHORT STORIES AND BIG MORAL: Traição, capitulação e terror. / Treason, surrender and terror.
Estórias / Stories
(1) Traição / Treason
Collaborators released, resistants executed / Colaboracionistas libertados, resistentes executados
(2) Capitulação / Surrender
Terroristas gravaram mensagem com ameaças a Zapatero / Terrorists had recorded a tape with threats to Zapatero
(3) Terror
Hamas leader killed in blast / Morto numa explosão o grão sacerdote do culto da morte
Moral
A traição compensou, desta vez, a capitulação e o terror não compensaram / Treason paid back this time, surrender and terror don’t.
(1) Traição / Treason
Collaborators released, resistants executed / Colaboracionistas libertados, resistentes executados
(2) Capitulação / Surrender
Terroristas gravaram mensagem com ameaças a Zapatero / Terrorists had recorded a tape with threats to Zapatero
(3) Terror
Hamas leader killed in blast / Morto numa explosão o grão sacerdote do culto da morte
Moral
A traição compensou, desta vez, a capitulação e o terror não compensaram / Treason paid back this time, surrender and terror don’t.
16/04/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA / CONTINUOUS APPRAISAL: Bla-bla. / Bla-bla. (ACTUALIZADO)
Summary for the sake of
Senõr Zapatero asks for conversation as a way to rule Spain. Talk, talk, and talk. We the Portuguese folks know very well what it truly means – something like former prime minister Mr. Guterres’ flee from the swamp he really filled during his 6 years conversation.
Secção Perguntas impertinentes
Zapatero propõe diálogo como plano de Governo.
Onde é que já ouvimos isto?
Dois ignóbeis, por não pagar os direitos ao nosso engenheiro das correntes frouxas, três urracas, por já se estar a pôr de cócoras e dois chateaubriands por não ter percebido que em Espanha não há vaga para presidente da República e o lugar da Internacional Socialista já está preenchido.
ACTUALIZAÇÃO:
Será isto a pactologia a que se referia o pensador e professor Carrilho,
Senõr Zapatero asks for conversation as a way to rule Spain. Talk, talk, and talk. We the Portuguese folks know very well what it truly means – something like former prime minister Mr. Guterres’ flee from the swamp he really filled during his 6 years conversation.
Secção Perguntas impertinentes
Zapatero propõe diálogo como plano de Governo.
Onde é que já ouvimos isto?
Dois ignóbeis, por não pagar os direitos ao nosso engenheiro das correntes frouxas, três urracas, por já se estar a pôr de cócoras e dois chateaubriands por não ter percebido que em Espanha não há vaga para presidente da República e o lugar da Internacional Socialista já está preenchido.
ACTUALIZAÇÃO:
Será isto a pactologia a que se referia o pensador e professor Carrilho,
ESTÓRIA E MORAL / SHORT STORY AND BIG MORAL: Visão sinistra. / What matters?
Summary for the sake of
If any leftist soul looks at the Brazilian situation with a murder rate of 27 per 100 thousand, and skyrocketing every day, what that soul would say? And what if this rate is tenfold for men in their 15-24 years in Rio de Janeiro? And what about a president who is making his mind to send troops to fight civilian thugs in the «morros»? No wonder that president had seen his net approval rate drop from 60 pct to 15 pct.
Well, perhaps that soul would ask their peers for a demonstration of the whole flock against their former darling Lula.
Would he? I’m not sure. In the end what matters to that sort of souls is who, not what.
(The Economist, April 3rd)
Estória
O que se pode dizer dum país em que «a taxa de vítimas de homicídio cresceu 130% de 11,7 por 100 mil habitantes para 27» em 20 anos, e não pára de crescer? Que «perde, só na década de 90, quase 370 mil pessoas por homicídio». Que numa das suas regiões em 2000 teve «205 homicídios por 100 mil entre os indivíduos do sexo masculino dos 15 aos 24 anos». Um país que tem um presidente que admite enviar a tropa para conter civis amotinados nos bairros pobres da 2ª maior cidade. Um país onde a polícia federal está em greve há mais de um mês.
Não admira que esse presidente tenha visto a sua aprovação em 15 meses de 60% diminuir para 15%.
Quem é este presidente? É José Inácio da Silva, conhecido como Lula, o darling da esquerdalhada, pelo menos até recentemente. Inexplicavelmente eles não convocam nenhuma maninfestação, nem fazem da coisa uma causa.
(Visto com olhos de esquerda – é a visão sinistra, por outras palavras)
Moral
O que importa não é a situação. O que importa é o presidente.
If any leftist soul looks at the Brazilian situation with a murder rate of 27 per 100 thousand, and skyrocketing every day, what that soul would say? And what if this rate is tenfold for men in their 15-24 years in Rio de Janeiro? And what about a president who is making his mind to send troops to fight civilian thugs in the «morros»? No wonder that president had seen his net approval rate drop from 60 pct to 15 pct.
Well, perhaps that soul would ask their peers for a demonstration of the whole flock against their former darling Lula.
Would he? I’m not sure. In the end what matters to that sort of souls is who, not what.
(The Economist, April 3rd)
Estória
O que se pode dizer dum país em que «a taxa de vítimas de homicídio cresceu 130% de 11,7 por 100 mil habitantes para 27» em 20 anos, e não pára de crescer? Que «perde, só na década de 90, quase 370 mil pessoas por homicídio». Que numa das suas regiões em 2000 teve «205 homicídios por 100 mil entre os indivíduos do sexo masculino dos 15 aos 24 anos». Um país que tem um presidente que admite enviar a tropa para conter civis amotinados nos bairros pobres da 2ª maior cidade. Um país onde a polícia federal está em greve há mais de um mês.
Não admira que esse presidente tenha visto a sua aprovação em 15 meses de 60% diminuir para 15%.
Quem é este presidente? É José Inácio da Silva, conhecido como Lula, o darling da esquerdalhada, pelo menos até recentemente. Inexplicavelmente eles não convocam nenhuma maninfestação, nem fazem da coisa uma causa.
(Visto com olhos de esquerda – é a visão sinistra, por outras palavras)
Moral
O que importa não é a situação. O que importa é o presidente.
15/04/2004
14/04/2004
DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: O inferno e o céu, por uma vez juntos. / Hell and Heaven together, once.
Summary for the sake of
What can a responsible citizen do to smooth the damned paper work required to accomplish with his bloody tax duties in a country where tax evasion is national sport?
Maybe, while doing so, listen to those delicatessens as Cecilia Bartoli ‘s Vivaldi and Salieri Albums.
Cecilia, you’re breaking my heart, …Oh Cecilia, I’m down on my knees
(A Bela Diva/ The Singing Beauty)
A coisa mais próxima do inferno para um cidadão pontualmente contribuinte num país cujo desporto nacional é a evasão fiscal? Baixar 20 MB da tralha necessária para a declaração electrónica do IRS, fazer as danadas contas e preencher o sacana do m/3.
O inferno propriamente dito? Preencher o m/3 dum profissional liberal a quem nenhum cliente paga uma pataca sem um recibinho verde.
Uma coisa próxima do céu para qualquer cidadão que não seja completamente duro de ouvido? Escutar o Vivaldi Album da Cecilia Bartoli.
Outra coisa igualmente próxima do céu? Escutar o Salieri Album da Cecilia Bartoli.
O céu propriamente dito? Ouvir um e depois o outro.
E o purgatório? Bom, o purgatório é ter que saborear estas delícias com o nariz em frente do écran com o sacana do m/3.
What can a responsible citizen do to smooth the damned paper work required to accomplish with his bloody tax duties in a country where tax evasion is national sport?
Maybe, while doing so, listen to those delicatessens as Cecilia Bartoli ‘s Vivaldi and Salieri Albums.
Cecilia, you’re breaking my heart, …Oh Cecilia, I’m down on my knees
(A Bela Diva/ The Singing Beauty)
A coisa mais próxima do inferno para um cidadão pontualmente contribuinte num país cujo desporto nacional é a evasão fiscal? Baixar 20 MB da tralha necessária para a declaração electrónica do IRS, fazer as danadas contas e preencher o sacana do m/3.
O inferno propriamente dito? Preencher o m/3 dum profissional liberal a quem nenhum cliente paga uma pataca sem um recibinho verde.
Uma coisa próxima do céu para qualquer cidadão que não seja completamente duro de ouvido? Escutar o Vivaldi Album da Cecilia Bartoli.
Outra coisa igualmente próxima do céu? Escutar o Salieri Album da Cecilia Bartoli.
O céu propriamente dito? Ouvir um e depois o outro.
E o purgatório? Bom, o purgatório é ter que saborear estas delícias com o nariz em frente do écran com o sacana do m/3.
CASE STUDY: A contextualidade episódica dos líderes europeus. / Le Penseur’s bullshit.
Summary for the sake of
This is another tribute to the penseur, franchouille kind, and former minister of Culture (something like a minister of the Cult) professor Manuel Maria Carrilho, for his coining of another entry to the Glossary of Impertinence. This time the entry is «Valuing Episodic Contextuality» (the European leaders are valuing), what seems to me something like Saving Their Asses. The context of the Valuing Episodic Contextuality is his article «Terrorism and Democracy», where he also wrote stuff more trivial such as most of the European politicians still strive to enter 21st century.
(O pensador à direita, acompanhado dum concorrrente à esquerda / Le Penseur at right, with a competitor at left)
O professor Carrilho é uma das luminárias domésticas favoritas do Impertinências. Já foi citado um sem número de vezes a propósito do seu site e alvo de cumprimentos e homenagens várias, como aqui pela criação do termo poliquês Pactologia, aqui pela sua posição incontornável no futuro dos alfacinhas.
Uma vez mais o professor derrama o seu pensamento original pelas colunas das suas Contingências no Expresso da Páscoa dedicadas ao tema, também ele incontornável, «Terrorismo e democracia». O professor não se dirige apenas aos leitores do semanário do saco de plástico, ele assume profeticamente o seu destino nacional e recomenda coisas «aos portugueses».
A par dessas verdade eternas, o professor escreve algumas coisas mais próximas da realidade, que o Impertinências percebe e subscreve alegremente, como esta: «uma boa parte da classe política europeia não conseguiu de facto entrar no séc. XXI».
Foi nas colunas do professor que o Impertinências bebeu mais erudição e colheu um novo termo que vai directo ao Glossário:
Valorizar a contextualidade episódica (filosofês-politiquês)
O mesmo que amarrar-se à sela do cavalo do poder, para utilizar uma imagem cara ao general Otelo. Exemplo: «os líderes europeus revelam uma perigosa insensibilidade a este fenómeno (qual fenómeno?), valorizando mais a sua contextualidade episódica do que a sua novidade radical ...» (professor Manuel Maria Carrilho, in Contingências no número da Páscoa de 2004 do semanário do saco de plástico).
This is another tribute to the penseur, franchouille kind, and former minister of Culture (something like a minister of the Cult) professor Manuel Maria Carrilho, for his coining of another entry to the Glossary of Impertinence. This time the entry is «Valuing Episodic Contextuality» (the European leaders are valuing), what seems to me something like Saving Their Asses. The context of the Valuing Episodic Contextuality is his article «Terrorism and Democracy», where he also wrote stuff more trivial such as most of the European politicians still strive to enter 21st century.
(O pensador à direita, acompanhado dum concorrrente à esquerda / Le Penseur at right, with a competitor at left)
O professor Carrilho é uma das luminárias domésticas favoritas do Impertinências. Já foi citado um sem número de vezes a propósito do seu site e alvo de cumprimentos e homenagens várias, como aqui pela criação do termo poliquês Pactologia, aqui pela sua posição incontornável no futuro dos alfacinhas.
Uma vez mais o professor derrama o seu pensamento original pelas colunas das suas Contingências no Expresso da Páscoa dedicadas ao tema, também ele incontornável, «Terrorismo e democracia». O professor não se dirige apenas aos leitores do semanário do saco de plástico, ele assume profeticamente o seu destino nacional e recomenda coisas «aos portugueses».
A par dessas verdade eternas, o professor escreve algumas coisas mais próximas da realidade, que o Impertinências percebe e subscreve alegremente, como esta: «uma boa parte da classe política europeia não conseguiu de facto entrar no séc. XXI».
Foi nas colunas do professor que o Impertinências bebeu mais erudição e colheu um novo termo que vai directo ao Glossário:
Valorizar a contextualidade episódica (filosofês-politiquês)
O mesmo que amarrar-se à sela do cavalo do poder, para utilizar uma imagem cara ao general Otelo. Exemplo: «os líderes europeus revelam uma perigosa insensibilidade a este fenómeno (qual fenómeno?), valorizando mais a sua contextualidade episódica do que a sua novidade radical ...» (professor Manuel Maria Carrilho, in Contingências no número da Páscoa de 2004 do semanário do saco de plástico).
13/04/2004
O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: Mais que fazer do que andar a cheirar o bolor e a naftalina.
A propósito do meu post de quinta-feira santa, um detractor do Impertinências insultou-me amavelmente assim: «insinuar que o povo tem mais que fazer do que andar a cheirar o bolor e a naftalina não passa duma impertinência elitista e reaccionária».
Só posso concordar. Em todo o caso, gostaria de acrescentar alguns exemplos de coisas mais importantes que povo tem para fazer.
Beber uns copos. Não falo do milhão de bebedores excessivos e 800 mil alcoólicos com os fígados desfeitos prematuramente por cirroses ou tumores, nem mesmo do excesso de zelo de virar 20 e tal bebidas por dia, como nos diz o doutor Rui Tato Marinho. Falo dos outros, a quem beber uns copos só pode fazer bem à saúde e ao humor.
Empurrar a família para dentro do chaço, sentar a sogra e o seu bigode no banco de trás, a fazer tricô e a tomar conta do puto, ir almoçar fora e, depois do almoço e dos arrotos, fazer o quilo durante o passeio dos tristes, é também uma actividade relevante. Não falo de ter um acidente, mesmo sabendo que o médico Tato Marinho admite que, no mínimo, 40% dos acidentes envolvam condutores alcoolizados. Falo dum passeio higiénico para respirar o ar do campo, temperado pelo escape de todos os automóveis dos portugueses que nessa tarde resolverão fazer a digestão ao volante.
Finalmente, escapar incólume à maior sinistralidade rodoviária europeia, chegar a casa, e sucumbir a uma bela sesta, contrariando a neurologista doutora Teresa Paiva que nos alerta para que os portugueses deitam-se cada vez mais tarde e levantam-se mais cedo e em relação aos espanhóis ... dormem em média menos meia hora (uáu).
Esquecendo os museus, que de resto poderão estar fechados, e seguindo estes meus conselhos, os portugueses ficarão bem menos estressados, melhorando assim a sua posição no ranking europeu do estresse onde tão mal classificados estão (ver Health in the EU under the microscope, STAT/04/34, 8 March 2004).
Só posso concordar. Em todo o caso, gostaria de acrescentar alguns exemplos de coisas mais importantes que povo tem para fazer.
Beber uns copos. Não falo do milhão de bebedores excessivos e 800 mil alcoólicos com os fígados desfeitos prematuramente por cirroses ou tumores, nem mesmo do excesso de zelo de virar 20 e tal bebidas por dia, como nos diz o doutor Rui Tato Marinho. Falo dos outros, a quem beber uns copos só pode fazer bem à saúde e ao humor.
Empurrar a família para dentro do chaço, sentar a sogra e o seu bigode no banco de trás, a fazer tricô e a tomar conta do puto, ir almoçar fora e, depois do almoço e dos arrotos, fazer o quilo durante o passeio dos tristes, é também uma actividade relevante. Não falo de ter um acidente, mesmo sabendo que o médico Tato Marinho admite que, no mínimo, 40% dos acidentes envolvam condutores alcoolizados. Falo dum passeio higiénico para respirar o ar do campo, temperado pelo escape de todos os automóveis dos portugueses que nessa tarde resolverão fazer a digestão ao volante.
Finalmente, escapar incólume à maior sinistralidade rodoviária europeia, chegar a casa, e sucumbir a uma bela sesta, contrariando a neurologista doutora Teresa Paiva que nos alerta para que os portugueses deitam-se cada vez mais tarde e levantam-se mais cedo e em relação aos espanhóis ... dormem em média menos meia hora (uáu).
Esquecendo os museus, que de resto poderão estar fechados, e seguindo estes meus conselhos, os portugueses ficarão bem menos estressados, melhorando assim a sua posição no ranking europeu do estresse onde tão mal classificados estão (ver Health in the EU under the microscope, STAT/04/34, 8 March 2004).
12/04/2004
ESTÓRIA E MORAL / SHORT STORY AND BIG MORAL: Tristezas não pagam dívidas. / Care killed the cat.
Summary for the sake of
In the last Friday Thirteen I told you the depression that are killing Portuguese souls and about several remedies prescribed by our luminaries to cure the disease.
There are ones that explain such sadness with the huge debt of businesses and families’ debts still skyrocketing pushed by holidays and travels on credit.
Surprised? Well, you already know the other three intrusive therapies – spin doctors, cannabis and the third I can’t remember - why not a fourth over the counter prescription?
Why care? If you can’t pay it, forget it and travel far away.
E a estória completa
Porque tarda a retoma? Talvez ajude lembrar que «as empresas portuguesas são as mais endividadas da Europa do euro ... com uma dívida à banca de 105% do produto interno bruto (PIB), quando a média calculada para um grupo de seis das principais economias europeias não ultrapassa os 80%», escreve o DN de hoje.
Sem esquecer que o «endividamento das famílias portuguesas pode chegar aos 130% do rendimento disponível já em 2004» (não contando com cheques pré-datados e leasing), é maior do que as médias dos países europeus (entre os 110% e os 120%), cujas famílias tem um rendimento disponível superior a 50% do português. Nos últimos dois anos o endividamento terá passado de 103% para 130%, escreve ainda o DN.
Preocupava-se o Blasfémias porque, enquanto isso, «o Algarve e a Madeira cheios, voos para as Canárias, Baleares, Brasil e Caraíbas de há muito esgotados», o que talvez seja possível porque «muitos pacotes turísticos já incluem o financiamento “à la longue”».
Não vejo motivo para preocupações. Viajar a crédito é uma terapia bem menos intrusiva do que as outras que já tinham sido propostas, pela Missão: Portugal (terapia: conferências), Bloco de Esquerda (terapia: cannabis) e Compromisso Portugal (terapia ainda em estudo), como tive ocasião de contar na última sexta-feira 13.
Moral
Tristezas não pagam dívidas.
In the last Friday Thirteen I told you the depression that are killing Portuguese souls and about several remedies prescribed by our luminaries to cure the disease.
There are ones that explain such sadness with the huge debt of businesses and families’ debts still skyrocketing pushed by holidays and travels on credit.
Surprised? Well, you already know the other three intrusive therapies – spin doctors, cannabis and the third I can’t remember - why not a fourth over the counter prescription?
Why care? If you can’t pay it, forget it and travel far away.
E a estória completa
Porque tarda a retoma? Talvez ajude lembrar que «as empresas portuguesas são as mais endividadas da Europa do euro ... com uma dívida à banca de 105% do produto interno bruto (PIB), quando a média calculada para um grupo de seis das principais economias europeias não ultrapassa os 80%», escreve o DN de hoje.
Sem esquecer que o «endividamento das famílias portuguesas pode chegar aos 130% do rendimento disponível já em 2004» (não contando com cheques pré-datados e leasing), é maior do que as médias dos países europeus (entre os 110% e os 120%), cujas famílias tem um rendimento disponível superior a 50% do português. Nos últimos dois anos o endividamento terá passado de 103% para 130%, escreve ainda o DN.
Preocupava-se o Blasfémias porque, enquanto isso, «o Algarve e a Madeira cheios, voos para as Canárias, Baleares, Brasil e Caraíbas de há muito esgotados», o que talvez seja possível porque «muitos pacotes turísticos já incluem o financiamento “à la longue”».
Não vejo motivo para preocupações. Viajar a crédito é uma terapia bem menos intrusiva do que as outras que já tinham sido propostas, pela Missão: Portugal (terapia: conferências), Bloco de Esquerda (terapia: cannabis) e Compromisso Portugal (terapia ainda em estudo), como tive ocasião de contar na última sexta-feira 13.
Moral
Tristezas não pagam dívidas.
11/04/2004
DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: O Principezinho aviador. / Finding a flying Maquisard.
Summary for the sake of
Al-Jazeera sur Seine told us the finding in Mediterranean sea offshore Marseille of fragments of the wreck of Saint-Exupéry's airplane Lightning P-38 crashed 60 years ago.
This deserves a mention for two reasons. First, Saint-Exupéry’s Le Petit Prince had enlightened my children’s imagination a dozen of evenings. Second, Saint-Exupéry was flying in a reconnaissance mission for the Allies (read Americans) in their fight against Nazis and for that he was a very rare kind of French. At those times of treason (a French specialty), they were mostly of the collaborationist kind. Saint-Exupéry was a flying Maquisard.
Faz no dia 31 de Julho 60 anos, desapareceu o Lightning P-38 de Antoine de Saint-Exupéry, que voava numa missão de reconhecimento ao serviço dos Aliados (leia-se dos americanos). Foram agora encontrados mais destroços comprovadamente pertencentes ao seu avião. A notícia foi dada há dois dias pelo Al-Jazira sur Seine, como lhe chama o Merde in France, que inexplicavelmente deixou passar a efeméride em branco.
Saint-Exupéry alumiou algumas noites dos meus filhos com o seu Le Petit Prince – onde, dizem as más línguas, ele se retrata e conta a estória que teria sido inspirada pela sua fuga a uma amante megera.
Saint-Exupéry figura neste Diário de Bordo pelos seus méritos de candeia dos filhos de imensa gente, e por ser um bom exemplo de francês, raro naqueles tempos de traição (uma especialidade francesa): um maquisard dos ares, um não colaboracionista.
Al-Jazeera sur Seine told us the finding in Mediterranean sea offshore Marseille of fragments of the wreck of Saint-Exupéry's airplane Lightning P-38 crashed 60 years ago.
This deserves a mention for two reasons. First, Saint-Exupéry’s Le Petit Prince had enlightened my children’s imagination a dozen of evenings. Second, Saint-Exupéry was flying in a reconnaissance mission for the Allies (read Americans) in their fight against Nazis and for that he was a very rare kind of French. At those times of treason (a French specialty), they were mostly of the collaborationist kind. Saint-Exupéry was a flying Maquisard.
Faz no dia 31 de Julho 60 anos, desapareceu o Lightning P-38 de Antoine de Saint-Exupéry, que voava numa missão de reconhecimento ao serviço dos Aliados (leia-se dos americanos). Foram agora encontrados mais destroços comprovadamente pertencentes ao seu avião. A notícia foi dada há dois dias pelo Al-Jazira sur Seine, como lhe chama o Merde in France, que inexplicavelmente deixou passar a efeméride em branco.
Saint-Exupéry alumiou algumas noites dos meus filhos com o seu Le Petit Prince – onde, dizem as más línguas, ele se retrata e conta a estória que teria sido inspirada pela sua fuga a uma amante megera.
Saint-Exupéry figura neste Diário de Bordo pelos seus méritos de candeia dos filhos de imensa gente, e por ser um bom exemplo de francês, raro naqueles tempos de traição (uma especialidade francesa): um maquisard dos ares, um não colaboracionista.
10/04/2004
ESTÓRIA E MORAL: O soneto e a emenda do doutor Isaltino.
Estória
O doutor Isaltino de Morais mostrou ser um exemplo do princípio de Peter. Fez um bom trabalho como presidente da câmara de Oeiras, apesar dos fumos de corrupção - dos andares e terrenos que em surdina se comentava lhe iam adornando o património pela mão generosa de promotores e construtores.
Mal chegou a ministro derrapou fatalmente nas suas contas na Suíça, com o dinheiro do seu sobrinho taxista, contou ele. Teve o bom senso de se demitir e ficar calado. Por pouco tempo.
Na sua entrevista a O Independente de quinta-feira passada, o doutor Isaltino conta estórias mirabolantes que não precisavam de ser contadas e diz coisas que não precisavam de ser ditas - «Durão pediu-me para ficar», diz o título. Um pouco de senso, uma boa gestão do silêncio, o relativismo ético dominante e a curta memória do povo permitiriam uma providencial prescrição moral e o regresso pela porta dos fundos, antes das próximas eleições legislativas.
Moral
Pior a emenda do que o soneto.
O doutor Isaltino de Morais mostrou ser um exemplo do princípio de Peter. Fez um bom trabalho como presidente da câmara de Oeiras, apesar dos fumos de corrupção - dos andares e terrenos que em surdina se comentava lhe iam adornando o património pela mão generosa de promotores e construtores.
Mal chegou a ministro derrapou fatalmente nas suas contas na Suíça, com o dinheiro do seu sobrinho taxista, contou ele. Teve o bom senso de se demitir e ficar calado. Por pouco tempo.
Na sua entrevista a O Independente de quinta-feira passada, o doutor Isaltino conta estórias mirabolantes que não precisavam de ser contadas e diz coisas que não precisavam de ser ditas - «Durão pediu-me para ficar», diz o título. Um pouco de senso, uma boa gestão do silêncio, o relativismo ético dominante e a curta memória do povo permitiriam uma providencial prescrição moral e o regresso pela porta dos fundos, antes das próximas eleições legislativas.
Moral
Pior a emenda do que o soneto.
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lubrificando as engrenagens,
relativismo
09/04/2004
TRIVIALIDADES: Informações inúteis.
Caso tivessem planeado visitar, entre hoje e o domingo de Páscoa, museus, palácios, monumentos e sítios arqueológicos, dependentes do Ministério da Cultura, desistam. Estarão fechados, pelo menos alguns deles, como estiveram nos últimos 14 anos desde que o doutor Santana Lopes, na época em que foi ministro da Cultura e contraiu o síndroma de Chopin, ofendeu os seus direitos adquiridos retirando-lhes o feriado da sexta-feira santa.
Desde então a Federação dos Sindicatos dos Utentes da Vaca Marsupial Pública (FSUVMP) convoca todos os anos uma greve para esta altura.
Greve que não tem grandes consequências porque os nossos museus são o que são, e, ainda que fossem outros, o povo tem mais que fazer do que andar a cheirar o bolor e a naftalina.
E os turistas? Turistas que venham a Portugal para ver museus só podem ser parvos. Sendo parvos, é bem feito que lhes fechem nas trombas as portas dos museus.
Desde então a Federação dos Sindicatos dos Utentes da Vaca Marsupial Pública (FSUVMP) convoca todos os anos uma greve para esta altura.
Greve que não tem grandes consequências porque os nossos museus são o que são, e, ainda que fossem outros, o povo tem mais que fazer do que andar a cheirar o bolor e a naftalina.
E os turistas? Turistas que venham a Portugal para ver museus só podem ser parvos. Sendo parvos, é bem feito que lhes fechem nas trombas as portas dos museus.
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direitos adquiridos
08/04/2004
CASE STUDY: Reflexões pascais - W. Buffett, o capitalista impertinente. / Easter rumination - W. Buffett, the Sage of Omaha.
Summary for the sake of
Warren Buffett, chairman of Berkshire Hathaway, is my favorite capitalist. He wasn’t ever caught by bear market, and he seems always riding the bull.
From his Letter to shareholders I have picked in your intention a few excerpts:
«Charlie and I detest taking even small risks unless we feel we are being adequately compensated for doing so. About as far as we will go down that path is to occasionally eat cottage cheese a day after the expiration date on the carton.»
...
«Borsheim’s the largest jewelry store in the country … will have two shareholder-only events. … Borsheim’s operates on a gross margin that is fully twenty percentage points below that of its major rivals, so the more you buy, the more you save – at least that’s what my wife and daughter tell me. (Both were impressed early in life by the story of the boy who, after missing a street car, walked home and proudly announced that he had saved 5¢ by doing so. His father was irate: “Why didn’t you miss a cab and save 85¢?”)»
...
«Charlie and I have a great time at the annual meeting. And you will, too. So join us at the Qwest for our annual Woodstock for Capitalists.»
(A foto do Sage dizendo para os seus botões: crise, qual crise? Só se for uma assim pequenina.. / Sage's photo wondering: Bear market? What bloody thing is that? This size?)
Warren Buffett é o presidente da Berkshire Hathaway e um dos maiores investidores do mundo. Para ele não há bear market. Nos 40 anos de 1964 a 2003 o book value por acção da Berkshire Hathaway aumentou em média mais de 20% por ano. WB, também conhecido como o Sage de Omaha, é desde Outubro passado conselheiro económico de Arnold Schwarzenegger, também conhecido por Arnie e Conan o Bárbaro.
Lembrei-me dele um outro dia quando lia a Palavra do Presidente aos accionistas do BCP, entre os quais, quis o destino, em má hora, que eu me encontrasse, partilhando o infortúnio da destruição de valor dos últimos cinco anos.
Podemos comparar as 3 páginas do «pronunciamento das dificuldades» do engenheiro Jardim Gonçalves com as mais de 20 coloridas páginas da Letter to shareholders do Sage. Para aguçar o apetite, podem ler-se os excertos acima.
Será que se o senhor engenheiro for ao Woodstock for Capitalists ele e os accionistas do BCP ficarão mais animados?
Warren Buffett, chairman of Berkshire Hathaway, is my favorite capitalist. He wasn’t ever caught by bear market, and he seems always riding the bull.
From his Letter to shareholders I have picked in your intention a few excerpts:
«Charlie and I detest taking even small risks unless we feel we are being adequately compensated for doing so. About as far as we will go down that path is to occasionally eat cottage cheese a day after the expiration date on the carton.»
...
«Borsheim’s the largest jewelry store in the country … will have two shareholder-only events. … Borsheim’s operates on a gross margin that is fully twenty percentage points below that of its major rivals, so the more you buy, the more you save – at least that’s what my wife and daughter tell me. (Both were impressed early in life by the story of the boy who, after missing a street car, walked home and proudly announced that he had saved 5¢ by doing so. His father was irate: “Why didn’t you miss a cab and save 85¢?”)»
...
«Charlie and I have a great time at the annual meeting. And you will, too. So join us at the Qwest for our annual Woodstock for Capitalists.»
(A foto do Sage dizendo para os seus botões: crise, qual crise? Só se for uma assim pequenina.. / Sage's photo wondering: Bear market? What bloody thing is that? This size?)
Warren Buffett é o presidente da Berkshire Hathaway e um dos maiores investidores do mundo. Para ele não há bear market. Nos 40 anos de 1964 a 2003 o book value por acção da Berkshire Hathaway aumentou em média mais de 20% por ano. WB, também conhecido como o Sage de Omaha, é desde Outubro passado conselheiro económico de Arnold Schwarzenegger, também conhecido por Arnie e Conan o Bárbaro.
Lembrei-me dele um outro dia quando lia a Palavra do Presidente aos accionistas do BCP, entre os quais, quis o destino, em má hora, que eu me encontrasse, partilhando o infortúnio da destruição de valor dos últimos cinco anos.
Podemos comparar as 3 páginas do «pronunciamento das dificuldades» do engenheiro Jardim Gonçalves com as mais de 20 coloridas páginas da Letter to shareholders do Sage. Para aguçar o apetite, podem ler-se os excertos acima.
Será que se o senhor engenheiro for ao Woodstock for Capitalists ele e os accionistas do BCP ficarão mais animados?
07/04/2004
SERVIÇO PÚBLICO / PUBLIC SERVICE: Eurabia a prostituta e outras informações úteis. / Eurabia the whore, and other profitable information.
Summary for the sake of
Good news and bad news.
Good news such as the Portuguese government’s decision to employ in the cleaning of forests those receivers of public charity aged between 18 and 30 years and provided with 2 arms and 2 legs (head is not mandatory).
Other good news, coming through Merde in France such as the publication of Oriana Fallacy’s "The Strength of Reason" about «Europe becomes more and more a province of Islam» and turning itself into Eurabia, the prostitute.
And bad news such the leftist flock celebrating the Theater’s Day the way they use to. Smokes high, pants down, screams, queers playing with dildos and showing and smelling each other’s genitalia.
QUERES BOLOTA? TREPA.
Ainda não acredito. A coisa já foi despachada, mas olhos que não vêem, coração que não sente. Pode ficar-se por mais uma ejaculação do órgão legislativo. Mas se for em frente, eu e todos os cidadãos que pagam impostos, contrariadamente mas pontualmente, ficaremos aliviados.
De que se trata, afinal? Trata-se de pôr os excluídos que recebem o óbolo dos contribuintes a fazer por se incluírem.
«De acordo com um despacho conjunto dos ministérios da Segurança Social e da Agricultura, o programa ocupacional orientado para a protecção da floresta será promovido pelas autarquias locais, destinando-se sobretudo aos cerca de 20 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) que têm entre 18 e 30 anos e se encontram inscritos nos centros de emprego.»
EURABIA A PROSTITUTA
O Merde in France, sempre atento remete-nos para o novo livro de Oriana Fallaci La Forza della Ragione que nos fala de Eurabia, a antiga Europa e actual província do Islão, «que se vendeu e se vende ao inimigo como uma prostituta». À parte a paixão semi-fundamentalista, a velhota é bem capaz de ter razão.
(A impertinente velhota, quando nova)
DIA MUNDIAL DO TEATRO
O Dicionário do Diabo descreve-nos o que poderia ser sido o Dia Mundial do Teatro ou uma festa de berloquistas.
Pelo seu interesse, transcrevo quase todo o texto, o que nos permite fruir a experiência antropológica do contacto com outras as espécies alienígenas, sem correr os riscos inerentes ao trabalho de campo.
«Havia gente a fumar coisas. Era a festa do Bloco. Depois, mais gente em pé, geralmente nova, de escuro. Penteados problemáticos. Saiotes. Entrei. No palco, gozava-se com as freiras e o Ministério da Cultura. Depois, uma mulher de cabelo azul, com as mamas de fora (mas sem mamas) fez uma arenga zangada contra os EUA, nação criminosa que adora sangue, ossos esmigalhados e petróleo. Depois, houve mais uma chinfrineira. Slides. Um gay com a cara pintada. Um rapaz de rabo de fora filmava tudo. Duas senhoras vestidas de puta conversavam. Mais gozo sobre freiras. Um efebo mostrou a pila (com glande para fora). Um radical com motivos étnicos mostrou a pila (com glande para dentro). E brandiu um dildo. Houve gente a erguer o punho. Gritaram-se palavras de ordem. Mais chinfrineira. Depois, pôs-se tudo a cantar. Com risinhos. Feitos parvos. E acabou-se. Quando saí, houve um maduro que me tentou convencer que aquilo fora um espectáculo do Dia Mundial do Teatro. Naaaaaa. Eu reconheço uma festa do Bloco à légua.»
Obrigado doutor Pedro Mexia por ter estoicamente enfrentado graves riscos para partilhar connosco esta experiência.
Good news and bad news.
Good news such as the Portuguese government’s decision to employ in the cleaning of forests those receivers of public charity aged between 18 and 30 years and provided with 2 arms and 2 legs (head is not mandatory).
Other good news, coming through Merde in France such as the publication of Oriana Fallacy’s "The Strength of Reason" about «Europe becomes more and more a province of Islam» and turning itself into Eurabia, the prostitute.
And bad news such the leftist flock celebrating the Theater’s Day the way they use to. Smokes high, pants down, screams, queers playing with dildos and showing and smelling each other’s genitalia.
QUERES BOLOTA? TREPA.
Ainda não acredito. A coisa já foi despachada, mas olhos que não vêem, coração que não sente. Pode ficar-se por mais uma ejaculação do órgão legislativo. Mas se for em frente, eu e todos os cidadãos que pagam impostos, contrariadamente mas pontualmente, ficaremos aliviados.
De que se trata, afinal? Trata-se de pôr os excluídos que recebem o óbolo dos contribuintes a fazer por se incluírem.
«De acordo com um despacho conjunto dos ministérios da Segurança Social e da Agricultura, o programa ocupacional orientado para a protecção da floresta será promovido pelas autarquias locais, destinando-se sobretudo aos cerca de 20 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) que têm entre 18 e 30 anos e se encontram inscritos nos centros de emprego.»
EURABIA A PROSTITUTA
O Merde in France, sempre atento remete-nos para o novo livro de Oriana Fallaci La Forza della Ragione que nos fala de Eurabia, a antiga Europa e actual província do Islão, «que se vendeu e se vende ao inimigo como uma prostituta». À parte a paixão semi-fundamentalista, a velhota é bem capaz de ter razão.
(A impertinente velhota, quando nova)
DIA MUNDIAL DO TEATRO
O Dicionário do Diabo descreve-nos o que poderia ser sido o Dia Mundial do Teatro ou uma festa de berloquistas.
Pelo seu interesse, transcrevo quase todo o texto, o que nos permite fruir a experiência antropológica do contacto com outras as espécies alienígenas, sem correr os riscos inerentes ao trabalho de campo.
«Havia gente a fumar coisas. Era a festa do Bloco. Depois, mais gente em pé, geralmente nova, de escuro. Penteados problemáticos. Saiotes. Entrei. No palco, gozava-se com as freiras e o Ministério da Cultura. Depois, uma mulher de cabelo azul, com as mamas de fora (mas sem mamas) fez uma arenga zangada contra os EUA, nação criminosa que adora sangue, ossos esmigalhados e petróleo. Depois, houve mais uma chinfrineira. Slides. Um gay com a cara pintada. Um rapaz de rabo de fora filmava tudo. Duas senhoras vestidas de puta conversavam. Mais gozo sobre freiras. Um efebo mostrou a pila (com glande para fora). Um radical com motivos étnicos mostrou a pila (com glande para dentro). E brandiu um dildo. Houve gente a erguer o punho. Gritaram-se palavras de ordem. Mais chinfrineira. Depois, pôs-se tudo a cantar. Com risinhos. Feitos parvos. E acabou-se. Quando saí, houve um maduro que me tentou convencer que aquilo fora um espectáculo do Dia Mundial do Teatro. Naaaaaa. Eu reconheço uma festa do Bloco à légua.»
Obrigado doutor Pedro Mexia por ter estoicamente enfrentado graves riscos para partilhar connosco esta experiência.
06/04/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA / CONTINUOUS APPRAISAL: Quem não tem cão, caça com gato. / It could be better, it could be worse.
Summary for the sake of
In the second anniversary of Mr. Durão Barroso’s government, what can we say? It could be better, it could be worse. It could be better, if government happen to have more guts. It could be worse, if Mr. Guterres’ disgraceful government happen to be in office still.
Secção Entradas de leão e saídas de sendeiro
O governo do doutor Durão Barroso faz hoje dois anos. Faz igualmente dois anos que terminou formalmente o consolado do engenheiro Guterrres, a quem devemos a demonstração que é possível não governar durante 6-anos-6.
Pode-se avaliar a governação do doutor Durão Barroso de diferentes pontos de vista, a saber:
Comparando-a com a não-governação do engenheiro Guterres – é uma comparação desonesta mas, se a fizermos, o governo do doutor Durão Barroso está a ser um sucesso;
Comparando-a com o que gostaríamos que fosse – depende; por mim dava-lhe um medíocre; um adepto do anterior governo deveria dar-lhe um bom menos;
Comparando-a com o programa de governo – poucos o leram e, desses, quase todos o esqueceram.
Apesar da mediocridade da sua acção, há algumas pequenas coisas que temos que levar a seu crédito, tais como:
+ Uma abordagem mais assertiva e voluntarista à governação – parece um aspecto menor, mas não acho que seja, afinal «governar é descontentar» escreveu Anatole France;
+ Um controlo limitado do défice – só pode criticar a insuficiência das medidas quem, como eu, defende uma desparasitação da vaca marsupial pública; a esquerdalhada que sustenta que o papel do governo é dar emprego, deveria meter a viola no saco;
+ Algumas medidas tímidas para racionalizar a administração pública – idem;
+ A reforma bem sucedida de algumas EP’s – a RTP e a TAP (leve-se a crédito do doutor Coelho ter contratado um equipa capaz)
+ O toque rectal no império sem fronteiras dos médicos - genéricos e hospitais SA;
+ Reforma da segurança social – a alteração do regime de pensões adiou a falência do sistema por mais uns anos;
+ Reforma da legislação laboral – uma ligeira lubrificação das dinossáuricas leis do trabalho;
+ Uma mitigação do desbragamento no financiamento do ensino superior – não se ter ajoelhado perante os lóbis universitários e maninfestações da canalha estudantil (que, num mês, gasta em gasolina as propinas dum ano) não é uma coisa menor neste país de songamongas.
Tudo o resto, incluindo as múltiplas ejaculações dos órgãos legislativos, é coisa para esquecer, garantindo a continuidade dos descalabros guterristas.
Não vale dizer que não se avançou na convergência real, porque isso depende quase tanto do governo como a meteorologia – a única coisa que se pode fazer é ter um tecto para nos abrigar do mau tempo.
Em suma, é o governo possível no país possível.
Por tudo isto, merece o governo 2 afonsos, 3 urracas, 4 pilatos e um número indeterminado de chateuabriands. Na segunda parte do mandato arrisca-se apanhar só com bourbons e ignóbeis.
In the second anniversary of Mr. Durão Barroso’s government, what can we say? It could be better, it could be worse. It could be better, if government happen to have more guts. It could be worse, if Mr. Guterres’ disgraceful government happen to be in office still.
Secção Entradas de leão e saídas de sendeiro
O governo do doutor Durão Barroso faz hoje dois anos. Faz igualmente dois anos que terminou formalmente o consolado do engenheiro Guterrres, a quem devemos a demonstração que é possível não governar durante 6-anos-6.
Pode-se avaliar a governação do doutor Durão Barroso de diferentes pontos de vista, a saber:
Comparando-a com a não-governação do engenheiro Guterres – é uma comparação desonesta mas, se a fizermos, o governo do doutor Durão Barroso está a ser um sucesso;
Comparando-a com o que gostaríamos que fosse – depende; por mim dava-lhe um medíocre; um adepto do anterior governo deveria dar-lhe um bom menos;
Comparando-a com o programa de governo – poucos o leram e, desses, quase todos o esqueceram.
Apesar da mediocridade da sua acção, há algumas pequenas coisas que temos que levar a seu crédito, tais como:
+ Uma abordagem mais assertiva e voluntarista à governação – parece um aspecto menor, mas não acho que seja, afinal «governar é descontentar» escreveu Anatole France;
+ Um controlo limitado do défice – só pode criticar a insuficiência das medidas quem, como eu, defende uma desparasitação da vaca marsupial pública; a esquerdalhada que sustenta que o papel do governo é dar emprego, deveria meter a viola no saco;
+ Algumas medidas tímidas para racionalizar a administração pública – idem;
+ A reforma bem sucedida de algumas EP’s – a RTP e a TAP (leve-se a crédito do doutor Coelho ter contratado um equipa capaz)
+ O toque rectal no império sem fronteiras dos médicos - genéricos e hospitais SA;
+ Reforma da segurança social – a alteração do regime de pensões adiou a falência do sistema por mais uns anos;
+ Reforma da legislação laboral – uma ligeira lubrificação das dinossáuricas leis do trabalho;
+ Uma mitigação do desbragamento no financiamento do ensino superior – não se ter ajoelhado perante os lóbis universitários e maninfestações da canalha estudantil (que, num mês, gasta em gasolina as propinas dum ano) não é uma coisa menor neste país de songamongas.
Tudo o resto, incluindo as múltiplas ejaculações dos órgãos legislativos, é coisa para esquecer, garantindo a continuidade dos descalabros guterristas.
Não vale dizer que não se avançou na convergência real, porque isso depende quase tanto do governo como a meteorologia – a única coisa que se pode fazer é ter um tecto para nos abrigar do mau tempo.
Em suma, é o governo possível no país possível.
Por tudo isto, merece o governo 2 afonsos, 3 urracas, 4 pilatos e um número indeterminado de chateuabriands. Na segunda parte do mandato arrisca-se apanhar só com bourbons e ignóbeis.
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saídas de sendeiro
TRIVIALIDADES / TRIVIA: Miscelânea. / Miscellany.
SECRET LESBIAN SISTERS
«Lynne V. Cheney is more than just the woman behind the man in the secret bunker. Vice President Dick Cheney's wife is also a writer and a history nut, according to her official White House bio. What you won't find listed there, however, is Sisters, her 1981 novel about feminism in the Old West. According to Publishers Weekly, the pulp romance title packs "lots of turgid prose, heaving bosoms, female characters who are proto-feminists and practice safe sex with multiple partners -- and a juicy lesbian subplot." Fans of racy historical fiction who missed Cheney's book the first time around needn't wait much longer for a fresh blast from the seedy past: Penguin Group USA plans to reissue Sisters next week.»
(Furthermore, Wired News)
ARTISTS’ CORNER
The bones are scarce and the doggies are a legion. Drama, jealousy, libertarian yells, oaths of independency, those are the cruel dilemmas of a smallish milieu of hungry artists and starving penseurs, fiercely fighting for subsidies and show time.
ASSAULTING THE VAULT OF THE POOR ARTISTS
Nothing is so bad that couldn’t get worse. Now writers and musicians suspect that father and daughter crypto-communist managers of authors national association sucked the money since many years and left behind huge debts, including to Social Security. We can’t trust these fellows people’s friends anymore, these days.
Trivialidades são Blogaridades fora da Bloguilha. São conversas para entreter. É o refúgio da preguiça do Impertinências.
O CONTO LÉSBICO DA 2ª DAMA IANQUE
Quem diria? No pior pano, cai a melhor nódoa. Ver o texto original Secret Lesbian Sisters - não estou com pachorra para traduzir.
O CANTINHO DOS ARTISTAS
Quereis saber o que é o Portugal dos Pequeninos Artistas e Intelectuais? Lede na Pluma Caprichosa da nossa doutora Clara Ferreira Alves, na revista do Expresso «Única» (nunca um nome foi tão apropriado), sob o sugestivo título «O Santana, parte II», os dramas, os ciúmes, as disputas das escassas mordomias, o rosnar de dentes apertados nas modestas sinecuras, os gritos libertários, os assomos de independência, enfim os dilemas da nossa intelectualidade e do nosso meio artístico minorca, enfatuado e redundante.
Minorca? Sim, minorca. «As minorcas voejavam dentro das redes com grande espalhafato de suas rémiges pretas e brancas» (Aquilino Ribeiro).
O ASSALTO AO BAÚ DOS ARTISTAS
Já se desconfiava há muito, mas agora há, cada vez mais, menos dúvidas. Os poucos cobres, afora os subsídios, amealhados em direitos de autor pelos nossos artistas da pena e da música podem andar há anos a ser torrados, em benefício próprio e alheio, pela dupla comuno-troglodítica do presidente Luís Francisco Rebello e da directora geral, sua filha. A última auditoria revelou mais uma dívida de 2 milhões de euros à Segurança Social. Para quem defende a ditadura do proletariado, não está mal.
«Lynne V. Cheney is more than just the woman behind the man in the secret bunker. Vice President Dick Cheney's wife is also a writer and a history nut, according to her official White House bio. What you won't find listed there, however, is Sisters, her 1981 novel about feminism in the Old West. According to Publishers Weekly, the pulp romance title packs "lots of turgid prose, heaving bosoms, female characters who are proto-feminists and practice safe sex with multiple partners -- and a juicy lesbian subplot." Fans of racy historical fiction who missed Cheney's book the first time around needn't wait much longer for a fresh blast from the seedy past: Penguin Group USA plans to reissue Sisters next week.»
(Furthermore, Wired News)
ARTISTS’ CORNER
The bones are scarce and the doggies are a legion. Drama, jealousy, libertarian yells, oaths of independency, those are the cruel dilemmas of a smallish milieu of hungry artists and starving penseurs, fiercely fighting for subsidies and show time.
ASSAULTING THE VAULT OF THE POOR ARTISTS
Nothing is so bad that couldn’t get worse. Now writers and musicians suspect that father and daughter crypto-communist managers of authors national association sucked the money since many years and left behind huge debts, including to Social Security. We can’t trust these fellows people’s friends anymore, these days.
Trivialidades são Blogaridades fora da Bloguilha. São conversas para entreter. É o refúgio da preguiça do Impertinências.
O CONTO LÉSBICO DA 2ª DAMA IANQUE
Quem diria? No pior pano, cai a melhor nódoa. Ver o texto original Secret Lesbian Sisters - não estou com pachorra para traduzir.
O CANTINHO DOS ARTISTAS
Quereis saber o que é o Portugal dos Pequeninos Artistas e Intelectuais? Lede na Pluma Caprichosa da nossa doutora Clara Ferreira Alves, na revista do Expresso «Única» (nunca um nome foi tão apropriado), sob o sugestivo título «O Santana, parte II», os dramas, os ciúmes, as disputas das escassas mordomias, o rosnar de dentes apertados nas modestas sinecuras, os gritos libertários, os assomos de independência, enfim os dilemas da nossa intelectualidade e do nosso meio artístico minorca, enfatuado e redundante.
Minorca? Sim, minorca. «As minorcas voejavam dentro das redes com grande espalhafato de suas rémiges pretas e brancas» (Aquilino Ribeiro).
O ASSALTO AO BAÚ DOS ARTISTAS
Já se desconfiava há muito, mas agora há, cada vez mais, menos dúvidas. Os poucos cobres, afora os subsídios, amealhados em direitos de autor pelos nossos artistas da pena e da música podem andar há anos a ser torrados, em benefício próprio e alheio, pela dupla comuno-troglodítica do presidente Luís Francisco Rebello e da directora geral, sua filha. A última auditoria revelou mais uma dívida de 2 milhões de euros à Segurança Social. Para quem defende a ditadura do proletariado, não está mal.
05/04/2004
CASE STUDY: Pior do que ter ido é ter ficado. / I’d rather be a hammer than a nail. (VERSÃO CORRIGIDA)
Summary for the sake of
«Descendants of black American slaves are to sue Lloyd's of London for insuring ships used in the trade ... for ongoing injuries that these people suffer from», BBC News wrote.
A former Portuguese ambassador remarked in Expresso that those who should sue instead are the ones descendants of black Africans whose ancestors were disregarded and not brought to the United States.
By the way, I would remind another reason to entitle that second kind of descendants to be indemnified: they are victims of themselves and of their corrupt and incompetent African leaders. They can’t vote, they only have a few dollars of income per day, they have one-third probability to be infected by AIDS and they neither have Medicaid nor Medicare and they have half of the expectation of life of the slave descendants.
A Lloyd’s Corporation, nascida nas mesas da Coffee House de Edward Lloyd em 1688, é uma das instituições financeiras mais originais e a mais antiga nos seguros do Reino Unido, e do mundo. Ao assumir uma proporção respeitável dos riscos ligados às principais actividades, desde o comércio marítimo até ao lançamento de satélites, passando por quase todos os grandes projectos de engenharia, ajudou a criar o mundo como o conhecemos hoje.
Um dos riscos que a Lloyd’s segurou nos séculos XVII e XVIII foi o do transporte de escravos nos navios negreiros, principalmente para os Estados Unidos, tal como a Fidelidade o fez para Portugal - ainda recentemente, podia ver-se, num dos expositores do seu edifício do Largo do Corpo Santo, um fac-símile dum registo com algumas apólices de seguro de escravos.
Edward Fagan, um advogado americano que representou vítimas no caso do ouro nazi, representa agora (ver BBC News) um grupo de descendentes de escravos numa acção contra várias instituições entre elas a Lloyd’s. A acção em nome de alguns dos 44 milhões de negros americanos que descendem dos escravos baseia-se em «ongoing injuries that these people suffer from».
Um dos queixosos confessa até «I suffer from the injury of not knowing who I am», queixa que, apesar de comovente, não é muito original porque eu e mais 10.238.435 almas lusas residentes queixamo-nos do mesmo.
O embaixador José Cutileiro escreveu, tirando-me as palavras da boca, no seu Mundo dos Outros, no Expresso do passado sábado: «deveriam (as indemnizações) ser pagas não aos descendentes dos escravos trazidos para os Estados Unidos, mas aos descendentes daqueles que os negreiros deixaram ficar em África».
Embora concordando com o embaixador Cutileiro, recordo que, com as finanças públicas arrombadas, esta não é uma boa oportunidade para defender a sua tese. Do ponto de vista das finanças, será melhor aceitar a tese do advogado Edward Fagan.
Será muito mais barato mandar a Fidelidade, agora Fidelidade Mundial, ir sacar aos cofres do seu accionista CDG mais umas massas para ressarcir as almas dos nossos irmãos africanos residentes em Portugal, do que distribuir grana pelos milhões espalhados por essas infindáveis savanas angolanas e moçambicanas. Sem esquecer que que, no caso de Angola, o presidente Eduardo dos Santos tem mais obrigação do que nós e mais dinheiro do que as nossas exauridas finanças.
Seja como for, convém também pensar na oportunidade de nós, os descendentes dos lusitanos, accionarmos os romanos por ainda hoje não sabermos quem somos.
«Descendants of black American slaves are to sue Lloyd's of London for insuring ships used in the trade ... for ongoing injuries that these people suffer from», BBC News wrote.
A former Portuguese ambassador remarked in Expresso that those who should sue instead are the ones descendants of black Africans whose ancestors were disregarded and not brought to the United States.
By the way, I would remind another reason to entitle that second kind of descendants to be indemnified: they are victims of themselves and of their corrupt and incompetent African leaders. They can’t vote, they only have a few dollars of income per day, they have one-third probability to be infected by AIDS and they neither have Medicaid nor Medicare and they have half of the expectation of life of the slave descendants.
A Lloyd’s Corporation, nascida nas mesas da Coffee House de Edward Lloyd em 1688, é uma das instituições financeiras mais originais e a mais antiga nos seguros do Reino Unido, e do mundo. Ao assumir uma proporção respeitável dos riscos ligados às principais actividades, desde o comércio marítimo até ao lançamento de satélites, passando por quase todos os grandes projectos de engenharia, ajudou a criar o mundo como o conhecemos hoje.
Um dos riscos que a Lloyd’s segurou nos séculos XVII e XVIII foi o do transporte de escravos nos navios negreiros, principalmente para os Estados Unidos, tal como a Fidelidade o fez para Portugal - ainda recentemente, podia ver-se, num dos expositores do seu edifício do Largo do Corpo Santo, um fac-símile dum registo com algumas apólices de seguro de escravos.
Edward Fagan, um advogado americano que representou vítimas no caso do ouro nazi, representa agora (ver BBC News) um grupo de descendentes de escravos numa acção contra várias instituições entre elas a Lloyd’s. A acção em nome de alguns dos 44 milhões de negros americanos que descendem dos escravos baseia-se em «ongoing injuries that these people suffer from».
Um dos queixosos confessa até «I suffer from the injury of not knowing who I am», queixa que, apesar de comovente, não é muito original porque eu e mais 10.238.435 almas lusas residentes queixamo-nos do mesmo.
O embaixador José Cutileiro escreveu, tirando-me as palavras da boca, no seu Mundo dos Outros, no Expresso do passado sábado: «deveriam (as indemnizações) ser pagas não aos descendentes dos escravos trazidos para os Estados Unidos, mas aos descendentes daqueles que os negreiros deixaram ficar em África».
Embora concordando com o embaixador Cutileiro, recordo que, com as finanças públicas arrombadas, esta não é uma boa oportunidade para defender a sua tese. Do ponto de vista das finanças, será melhor aceitar a tese do advogado Edward Fagan.
Será muito mais barato mandar a Fidelidade, agora Fidelidade Mundial, ir sacar aos cofres do seu accionista CDG mais umas massas para ressarcir as almas dos nossos irmãos africanos residentes em Portugal, do que distribuir grana pelos milhões espalhados por essas infindáveis savanas angolanas e moçambicanas. Sem esquecer que que, no caso de Angola, o presidente Eduardo dos Santos tem mais obrigação do que nós e mais dinheiro do que as nossas exauridas finanças.
Seja como for, convém também pensar na oportunidade de nós, os descendentes dos lusitanos, accionarmos os romanos por ainda hoje não sabermos quem somos.
04/04/2004
CASE STUDY: As pontes são feitas para cair. / Bridge over troubled waters.
Summary for the sake of
Three years ago, in North Portugal a bridge over river Douro collapsed. Since years inspections had been performed and had been showed evidence of gradual removal by the water flow of the bottom sands embracing the pillars.
One day, in March 2001, the bridge eventually collapsed throwing a bus with sixty people within into the river and killing most of them.
Last week a judge decided that the bridge collapse had natural causes. Possibly he meant that is natural for a bridge to collapse eventually one day.
«O juiz de instrução criminal de Castelo de Paiva concluiu que a ponte Hintze Ribeiro caiu por causas naturais» (ver aqui, por exemplo).
Praticamente todas as forças vivas, como se chamavam no tempo do doutor Salazar, se pronunciaram sobre o assunto invocando escândalos, vergonhas, culpas solteiras, solidariedades, justiças, com a possível única excepção do doutor Mário Soares, ocupado no combate ao fascismo nos Estados Unidos. Única excepção? Não. O Impertinências, ocupado com outros combates, também passou ao lado da ponte.
É agora altura de dizer que todas essas reacções acaloradas são pura retórica, nuns casos, e hipocrisia, noutros.
Concordo com o senhor doutor juiz de Castelo de Paiva. As pontes em Portugal caiem ou cairão algum dia, como qualquer outra obra cai ou cairá, por causas naturais.
Repare-se que o douto juiz não escreveu no seu despacho «caso de força maior», isto é ele não quis dizer «facto cuja verificabilidade não era razoavelmente previsível e cujos efeitos não podiam ser evitados», ou act of god, na doutrina anglo-saxónica. No espírito esclarecido do juiz, deus não era para ali chamado. Ele escreveu causas naturais, mostrando grande sabedoria e um profundo conhecimento da alma nacional.
Toda a gente de bom senso sabe perfeitamente que é da natureza das pontas caírem, mas tarde ou mais cedo. Porque não haveria de cair a de Hintze Ribeiro?
Veja-se o que se passou com as pontes romanas, por exemplo. Das centenas que as legiões construíram, quantas restam hoje?
Three years ago, in North Portugal a bridge over river Douro collapsed. Since years inspections had been performed and had been showed evidence of gradual removal by the water flow of the bottom sands embracing the pillars.
One day, in March 2001, the bridge eventually collapsed throwing a bus with sixty people within into the river and killing most of them.
Last week a judge decided that the bridge collapse had natural causes. Possibly he meant that is natural for a bridge to collapse eventually one day.
«O juiz de instrução criminal de Castelo de Paiva concluiu que a ponte Hintze Ribeiro caiu por causas naturais» (ver aqui, por exemplo).
Praticamente todas as forças vivas, como se chamavam no tempo do doutor Salazar, se pronunciaram sobre o assunto invocando escândalos, vergonhas, culpas solteiras, solidariedades, justiças, com a possível única excepção do doutor Mário Soares, ocupado no combate ao fascismo nos Estados Unidos. Única excepção? Não. O Impertinências, ocupado com outros combates, também passou ao lado da ponte.
É agora altura de dizer que todas essas reacções acaloradas são pura retórica, nuns casos, e hipocrisia, noutros.
Concordo com o senhor doutor juiz de Castelo de Paiva. As pontes em Portugal caiem ou cairão algum dia, como qualquer outra obra cai ou cairá, por causas naturais.
Repare-se que o douto juiz não escreveu no seu despacho «caso de força maior», isto é ele não quis dizer «facto cuja verificabilidade não era razoavelmente previsível e cujos efeitos não podiam ser evitados», ou act of god, na doutrina anglo-saxónica. No espírito esclarecido do juiz, deus não era para ali chamado. Ele escreveu causas naturais, mostrando grande sabedoria e um profundo conhecimento da alma nacional.
Toda a gente de bom senso sabe perfeitamente que é da natureza das pontas caírem, mas tarde ou mais cedo. Porque não haveria de cair a de Hintze Ribeiro?
Veja-se o que se passou com as pontes romanas, por exemplo. Das centenas que as legiões construíram, quantas restam hoje?
03/04/2004
DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: Não vá para dentro, lá fora. / Domestic affairs.
Summary for the sake of
Domestic affairs.
Seguindo o mau costume dos políticos domésticos falarem dos assuntos internos no estrangeiro, o presidente da República deu uma indirecta ao governo, num seminário em Cabo Verde com empresários dos dois países. Disse o doutor Sampaio, que Cabo Verde cumpre, «na globalidade, as condições do Pacto de Estabilidade, que tantas dores de cabeça provocam em Portugal, conseguindo, mesmo assim, alcançar taxas de crescimento económico elevadas».
Acontece que aquele país, para o qual tive a oportunidade de trabalhar meia dúzia de anos, e os seus problemas têm tanto a ver com Portugal como um gafanhoto (uma espécie abundante naquelas ilhas) tem a ver com o lince da serra da Malcata (uma espécie da qual os fanáticos do ambiente já só se encontram os excrementos).
Por razões fáceis de compreender (ver, por exemplo, o survey do Banco Mundial sobre Cabo Verde) não faz qualquer sentido comparar com Portugal um país com uma população residente que é metade da cidade de Lisboa, um PIB per capita que é um décimo do português, um rendimento disponível total inferior ao dos eleitores alfacinhas do Bloco de Esquerda, um país cujo consumo privado é 3% superior ao PIB, isto é consome mais do que produz, e que exporta 32% do PIB e importa 68%.
É claro que o orçamento do governo de Cabo Verde é, nalguns anos, equilibrado e até com superavit, porque entre as receitas se incluem donativos da ajuda bilateral e multilateral. Aliás, o total anual destes donativos ultrapassa frequentemente as receitas correntes do governo.
Não haverá ninguém na Casa Civil do presidente da República capacitado para o poupar a fazer figuras tristes?
Domestic affairs.
Seguindo o mau costume dos políticos domésticos falarem dos assuntos internos no estrangeiro, o presidente da República deu uma indirecta ao governo, num seminário em Cabo Verde com empresários dos dois países. Disse o doutor Sampaio, que Cabo Verde cumpre, «na globalidade, as condições do Pacto de Estabilidade, que tantas dores de cabeça provocam em Portugal, conseguindo, mesmo assim, alcançar taxas de crescimento económico elevadas».
Acontece que aquele país, para o qual tive a oportunidade de trabalhar meia dúzia de anos, e os seus problemas têm tanto a ver com Portugal como um gafanhoto (uma espécie abundante naquelas ilhas) tem a ver com o lince da serra da Malcata (uma espécie da qual os fanáticos do ambiente já só se encontram os excrementos).
Por razões fáceis de compreender (ver, por exemplo, o survey do Banco Mundial sobre Cabo Verde) não faz qualquer sentido comparar com Portugal um país com uma população residente que é metade da cidade de Lisboa, um PIB per capita que é um décimo do português, um rendimento disponível total inferior ao dos eleitores alfacinhas do Bloco de Esquerda, um país cujo consumo privado é 3% superior ao PIB, isto é consome mais do que produz, e que exporta 32% do PIB e importa 68%.
É claro que o orçamento do governo de Cabo Verde é, nalguns anos, equilibrado e até com superavit, porque entre as receitas se incluem donativos da ajuda bilateral e multilateral. Aliás, o total anual destes donativos ultrapassa frequentemente as receitas correntes do governo.
Não haverá ninguém na Casa Civil do presidente da República capacitado para o poupar a fazer figuras tristes?
02/04/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA / CONTINUOUS APPRAISAL: Esperar e falar não custa. Custa é meter a mão no saco dos lacraus. / Domestic affairs.
Summary for the sake of
Domestic affairs.
Secção Insultos à inteligência
«Os 31 hospitais-empresa realizaram mais 16,3 por cento de cirurgias, mais 9,3 por cento de consultas externas e os seus custos aumentaram, em termos contabilísticos, "apenas 3,9 por cento", no ano passado comparativamente com 2002. A produtividade cresceu 5,1 por cento, de 17,1 para 18 doentes tratados por colaborador», escreveu o Público.
Qual o título adequado para uma notícia destas? «Hospitais-empresa gastaram mais 75 milhões em 2003», evidentemente.
O anterior ministro da Saúde doutor Correia de Campos diz ao Público que «estava à espera de melhores resultados. Estes hospitais estavam folgados, tinham gente a mais e capacidade de produção não aproveitada.»
Esqueceu-se de acrescentar que esses hospitais tinham os problemas que ele e a sua colega doutora Maria de Belém lá deixaram, durante 6 anos que durou a paixão do engenheiro Guterres pela Saúde.
Três ignóbeis para premiar o profissionalismo e objectividade do Público e quatro chateaubriands para premiar a dificuldade do doutor Correia de Campos perceber que «estar à espera de melhores resultados» do seu sucessor é admitir a inutilidade dos dois anos que por lá passou.
Domestic affairs.
Secção Insultos à inteligência
«Os 31 hospitais-empresa realizaram mais 16,3 por cento de cirurgias, mais 9,3 por cento de consultas externas e os seus custos aumentaram, em termos contabilísticos, "apenas 3,9 por cento", no ano passado comparativamente com 2002. A produtividade cresceu 5,1 por cento, de 17,1 para 18 doentes tratados por colaborador», escreveu o Público.
Qual o título adequado para uma notícia destas? «Hospitais-empresa gastaram mais 75 milhões em 2003», evidentemente.
O anterior ministro da Saúde doutor Correia de Campos diz ao Público que «estava à espera de melhores resultados. Estes hospitais estavam folgados, tinham gente a mais e capacidade de produção não aproveitada.»
Esqueceu-se de acrescentar que esses hospitais tinham os problemas que ele e a sua colega doutora Maria de Belém lá deixaram, durante 6 anos que durou a paixão do engenheiro Guterres pela Saúde.
Três ignóbeis para premiar o profissionalismo e objectividade do Público e quatro chateaubriands para premiar a dificuldade do doutor Correia de Campos perceber que «estar à espera de melhores resultados» do seu sucessor é admitir a inutilidade dos dois anos que por lá passou.
01/04/2004
AVALIAÇÃO CONTÍNUA / CONTINUOUS APPRAISAL: Parece mentira mas é verdade. / It seems a joke, but it is humiliation.
Summary for the sake of
The Portuguese parliament approved unanimously a vote of sorrow for the shoot down of Yassin, the old paralytic terrorist. One could understand the sorrow of the leftist flock as well as the sorrow of troglodyte communists. But how can one understand such sorrow of the other MP’s? Unless they are shitty chicken MP’s.
Secção Albergue espanhol
Se não fosse o Abrupto não me tinha dado conta do voto de pesar por unanimidade do parlamento sobre o acto higiénico dos israelitas, perdão, o assassinato do velhinho tetraplégico pelos lacaios semitas. O Abrupto já escreveu com a pertinência dum insider o que havia a escrever acerca «da Assembleia da República aprovar um voto de pesar pela morte de um terrorista».
Resta-me escrever as impertinências.
Os deputados da esquerdalhada dispersos por vários grupos parlamentares ganham os bourbons do costume, por continuarem a ser iguais a si próprios, e uns quantos ignóbeis, por nem sequer tentarem ser diferentes.
Ficam também convocados para aprovar, durante os próximos fins de semana, feriados e férias parlamentares, um voto de pesar por sessão, em intenção de cada um das centenas de civis israelitas que foram mortos ou feridos gravemente pelas bombas islâmicas ambulantes inspiradas por Yassin, o xeque paralítico.
Os outros deputados ganham cinco urracas e um certificado de estupidez e cobardia políticas.
Uns e outros devem abater dois anos na contagem para a apetecível reforma com 8 anos de frequência do galinheiro semicircular.
The Portuguese parliament approved unanimously a vote of sorrow for the shoot down of Yassin, the old paralytic terrorist. One could understand the sorrow of the leftist flock as well as the sorrow of troglodyte communists. But how can one understand such sorrow of the other MP’s? Unless they are shitty chicken MP’s.
Secção Albergue espanhol
Se não fosse o Abrupto não me tinha dado conta do voto de pesar por unanimidade do parlamento sobre o acto higiénico dos israelitas, perdão, o assassinato do velhinho tetraplégico pelos lacaios semitas. O Abrupto já escreveu com a pertinência dum insider o que havia a escrever acerca «da Assembleia da República aprovar um voto de pesar pela morte de um terrorista».
Resta-me escrever as impertinências.
Os deputados da esquerdalhada dispersos por vários grupos parlamentares ganham os bourbons do costume, por continuarem a ser iguais a si próprios, e uns quantos ignóbeis, por nem sequer tentarem ser diferentes.
Ficam também convocados para aprovar, durante os próximos fins de semana, feriados e férias parlamentares, um voto de pesar por sessão, em intenção de cada um das centenas de civis israelitas que foram mortos ou feridos gravemente pelas bombas islâmicas ambulantes inspiradas por Yassin, o xeque paralítico.
Os outros deputados ganham cinco urracas e um certificado de estupidez e cobardia políticas.
Uns e outros devem abater dois anos na contagem para a apetecível reforma com 8 anos de frequência do galinheiro semicircular.
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