Contratar médicos estrangeiros não deveria ser um problema. O que deveriam ser problemas são as razões que levam o governo a procurar essa solução e as condições em que os estrangeiros são contratados
O governo anunciou que pretende contratar médicos brasileiros e os interesses corporativos agitaram-se. «Benesses dadas a médicos brasileiros revoltam portugueses», titula um jornal citando médicos e sindicalistas “revoltados”. Ninguém se questiona por que faltam médicos no SNS de um país que tem 5,5 médicos por mil habitantes, muito acima da média de 3,5 por mil da OCDE e o terceiro maior índice na UE que tem em média 3,8 por mil.
Curiosamente, não me lembro de os mesmos interesses corporativos se terem revoltado quando o governo fez um acordo com o governo comunista de Cuba que se apropriou de grande parte dos salários dos médicos cubanos em Portugal.
O surto inventivo que nos assalta
Ainda recentemente aqui se desmistificou o alegado surto inventivo que o governo, as luminárias ao seu serviço e os jornalistas de causas celebram de cada vez que são divulgados dados sobre as patentes. Os dados a que então me referi eram os do European Patent Office, agora acrescento os dados das patentes nacionais pedidas em Portugal (com critérios menos exigentes): 138 em 2022 o número mais baixo nos últimos 13 anos.
A produção de graduados favorece o desenvolvimento dos países para onde emigram os graduados provenientes dos países que esperavam desenvolver-se à custa desses graduados
Vasco Pulido Valente foi um dos poucos cépticos no Portugal dos Pequeninos que ousou dizer não conhecer nenhum país que se tivesse desenvolvido à custa de aumentar o número de graduados.
Vasco Pulido Valente foi um dos poucos cépticos no Portugal dos Pequeninos que ousou dizer não conhecer nenhum país que se tivesse desenvolvido à custa de aumentar o número de graduados.
O que a realidade nos mostra, no caso português, é que nos 12 meses terminados em Junho o emprego dos graduados diminuiu 128 mil, o que deve corresponder ao contingente de graduados “exportados” via emigração que não chegou para compensar um número ainda maior de “licenciados” com o ensino básico presumivelmente na sua maioria “importados” via imigração.
Boa nova
A escassez de boas notícias é tanta que a ministra da Agricultura se vê obrigada a dizer ao povo «o governo não vai cortar o abastecimento de água».
Levado pela mesma escassez, o Dr. Centeno, lá do seu sossego no BdP, também anunciou que o teste de stress para os créditos à habitação iria ser reduzido de 3% para 1,5% o que foi muito saudado porque a memória é curta e ninguém já se lembra da génese da crise do subprime.
O Estado sucial é um caloteiro
O Estado governado pelo PS do Dr. Costa paga aos seus fornecedores com um atraso que pode ultrapassar 700 dias. No caso dos hospitais, o prazo médio de pagamento é superior a 100 dias e em 7 deles superior a 200 dias (fonte).
(Continua)
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