Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

01/08/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (76b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 76a)

Job for the girls

Primeiro, constatou-se que a CReSAP, criada pelo governo PSD-CDS para fazer escolhas de quadros directivos com base na competência, tem falta de candidatos à altura, apesar dos bons salários e da pouca exigência. Havendo que nomear um presidente para a Agência para o Desenvolvimento e Coesão e na falta de candidatos com competência, a nomeação de uma antiga secretária de Estado do Orçamento tornou-se incontornável.

Take Another Plan. Take 1 - A TAP em primeiro lugar à frente do FCP e do SCP

O Dr. Pedro Nuno, agora em pousio a preparar a sua ascensão a secretário-geral da agremiação, disse um dia que poria as pernas dos banqueiros alemães a tremer, o que nunca aconteceu, desde logo porque os banqueiros alemães só ouviram falar dele quando a criatura foi brincar aos empresários na TAP. Os banqueiros a quem as pernas tremem são os portugueses que só emprestam dinheiro à TAP a taxas mais altas do que as dos clubes de futebol e a 2,3 vezes mais altas do que as da Iberia.

Take Another Plan. Take 2 - Parece mentira, mas poderia ser verdade

«Os resultados que nós falamos relativamente ao crescimento do PIB português não seriam os mesmos se não tivéssemos a TAP», garantiu o Dr. Medina. Claro que não. A começar porque poderíamos ter aplicado os 3.200 milhões lá torrados em investimento produtivo e a acabar porque os turistas que estão a ajudar a adiar o próximo resgate teriam de continuar a viajar na Easyjet que não tem o hábito de «deitar dinheiro para a sanita».

Take Another Plan. Take 3 - A privatização será quando for

Segundo o Dr. Medina, o processo de privatização da TAP avança «nas próximas semanas», durará «vários meses», «não estará concluído» este ano, «só estará concluído em 2024». Segundo o Dr. Mendes, secretário do Dr. Medina, TAP será vendida no primeiro semestre de 2024

«A educação é a nossa paixão»

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior anunciou a um novo modelo de financiamento das universidades em que deixaram de contar a investigação científica produzida e o grau de desenvolvimento científico do corpo docente e o financiamento passará a depender quase em exclusivo do número de alunos de cada universidade.

Com a inevitável baixa da qualidade que resultará a prazo de tal medida, talvez o governo consiga reduzir o número de jovens licenciados (nos últimos anos, metade do número total de licenciados) que encontram oportunidades de trabalho no estrangeiro e emigram.

Se a melhoria da economia se deve ao seu governo, como diz o Dr. Costa, a quem se deverá a sua pioria?

No segundo trimestre as exportações registaram uma queda homóloga de 5,2% o que só não teve impacto no défice comercial, que está de volta, porque as importações caíram 6,2%.


Como o crescimento da procura interna não foi suficiente para compensar a desaceleração das exportações, o PIB estagnou no segundo trimestre. 

«Pagar a dívida é ideia de criança»

Enquanto o Dr. Medina e o seu ajudante Dr. Mendes vão anunciando a imparável redução da dívida pública no futuro (menos de 100% do PIB em 2024), no presente o endividamento da economia, isto é, o somatório das dívidas das famílias, das empresas não financeiras e do Estado continua a aumentar e atingiu 804,4 mil milhões de euros, um novo recorde.

Sem comentários: