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29/08/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (80b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 80a)

Take Another Plan. É preciso mudar alguma coisa para tudo ficar na mesma

Começam as movimentações para garantir que tudo vai ficar na mesma. Está em formação um consórcio nacional, ao qual poderá aderir o Señor Efromovich que já se tinha candidatado à privatização da TAP em 2013 e não conseguiu obter as garantias bancárias necessárias, o que já seria dizer muito sobre tal consórcio. Falta acrescentar que esse consórcio inclui o Dr. Diogo Lacerda Machado, que o seu preenchido currículo inclui a amizade do Dr. António Costa e, entre muitos outros feitos, a intervenção na compra da VEM pela TAP, no SIRESP, nos helicópteros Kamov, etc. (um grande etc., ver aqui, ali e acoli).

E que tal começar por reter os trabalhadores altamente qualificados?

Foi promulgado o decreto do parlamento transpondo a directiva sobre as condições de entrada e de residência de trabalhadores estrangeiros altamente qualificados. A directiva é sobretudo importante para os países para onde vão os cerca de 50 mil trabalhadores portugueses altamente qualificados que emigram anualmente. Para Portugal é igual ao litro.

O défice mais grave da administração pública é o défice de numeracia

«INE estima que efetivos nas Forças Armadas tenham diminuído mais de 20% no ano passado, mas Ministério da Defesa fala em queda de 5%. Autoridade estatística aconselha "cautela" na leitura.» (Observador)

Jobs for the Boys

O governo do Dr. Costa desvirtuou completamente a CReSAP, criada pelo governo PSD-CDS para fazer escolhas com base na competência, tem aqui sido lembrado repetidamente. Mais um exemplo: os cargos de secretário-geral e secretário-geral adjunto do Fundo Ambiental foram “preenchidos” por dois apparatchiks em “regime de substituição", um deles ex-adjunto do Dr. Galamba.

O Estado sucial como fábrica de empregos

Uma das poucas reformas do Estado sucial que o governo PSD-CDS conseguiu fazer por imposição da troika foi a redução do número de freguesias de 4.259 para 3.092. Em 2021 o PS fez aprovar pela Lei n.º 39/2021, de 24 de Junho um novo regime jurídico de criação, modificação e extinção de freguesias que permitirá criar mais umas centenas. Sem surpresa, nas freguesias o emprego cresceu 9,5% no segundo trimestre. O segundo sector que mais cresceu foi o dos “técnicos superiores”, mais adequado aos Boys graduados, com mais 2.284 no segundo trimestre.

Por coincidência, o artigo do Expresso que narra a odisseia inenarrável da nova sede do BdP, que é um bom exemplo do funcionamento desta prestigiada instituição, refere que a dita dispõe de 1.721 apparatchiks que representam 4,6% dos cerca de 37 mil bancários em Portugal. Comparando com a França (país que não se tornou notável pela agilidade das suas instituições), a Banque de France dispõe de 9.100 apparatchiks que representam 2,6% dos cerca de 350 mil bancários franceses.

«Pagar a dívida é ideia de criança»

O endividamento da economia (Estado, empresas não financeiras e famílias) voltou a aumentar de 12,9 mil milhões (o Estado aumentou 13,4 mil milhões) para 806,9 mil milhões de euros.

Tiro de bazuca no pé

Enquanto o governo e os patetas úteis celebram a reprogramação do PRR para 22,2 mil milhões, as pessoas mais lúcidas duvidam da capacidade do país «absorver um choque de procura desta magnitude, quando estamos em níveis máximos de emprego» e numa conjuntura inflacionária.

Os fundos europeus e o turismo substituíram o ouro do Brasil

Os jornais celebraram o excedente de 2,1 mil milhões no 1.º semestre das balanças corrente e de capital (ou seja o resultado líquido das importações e exportações de bens e serviços e dos movimentos financeiros) passando ao lado do facto desse excedente se dever exclusivamente ao saldo positivo das viagens e turismo (1,5 mil milhões) e ao aumento das entradas dos fundos europeus (0,5 mil milhões) (BPstat). O economista Luís Cabral compara estes afluxos do turismo e dos fundos à entrada do ouro brasileiro nos séculos 17 e 18 e lembra que «quando acabou o ouro, Portugal não tinha nem ouro nem indústria».

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