Da extrema dificuldade de decompor os plásticos de polietileno, cujo exemplo mais corrente é o vulgar saco de plástico, resulta que a reciclagem produz uma sopa de polímeros que só serve para fabricar produtos de baixo valor e isso é um dos obstáculos à reciclagem economicamente sustentável ou seja, a adoptar a "economia circular", para usar o chavão que faz salivar as almas sensíveis.
Um novo processo (Catalytic deconstruction of waste polyethylene with ethylene to form propylene) desenvolvido o ano passado por uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia e do Berkeley Lab, num projecto financiado pelo departamento de Energia dos EU, usa catalisadores para decompor os polímeros longos de polietileno em propileno a partir do qual se pode fabricar plástico de alto valor, como o polipropileno, talvez possa superar essa dificuldade.
Ao contrário dos processos em uso que exigem altas temperaturas e produzem componentes de pouca procura e baixo valor, o novo processo poderá reduzir a necessidade de produção de propileno a partir de em combustíveis fósseis. É um processo de upcycling que permite transformar resíduos praticamente inúteis em produtos de alto valor ao mesmo tempo, que reduz o uso de combustíveis fósseis.
É um exemplo de como se é verdade que a ciência e a tecnologia permitem desenvolver produtos e processos industriais que criam novos problemas, como a poluição, é igualmente verdade que também podem ajudar a resolvê-los, desde que existam soluções económicas viáveis. E é também um exemplo de como um governo pode incentivar e apoiar a investigação e o desenvolvimento destas soluções em vez de incentivar e apoiar grupos de lunáticos que querem fazer do combate às mudanças climáticas e à poluição uma arma para acabar o "capitalismo".
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