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10/08/2023

Não tarda, os "lucros excessivos" dos bancos convertem-se em necessidade de dinheiro dos contribuintes

Não conheço nenhum outro país cuja imprensa publique regularmente fotos
dos presidentes dos maiores bancos perfilados. Antigamente eram quatro,
incluindo o DDT, mas excluindo o Santander que no passado era representado
por Horta Osório, a quem os outros chamavam o "amigo dos espanhóis"

Alguns factos públicos (*), mas mal conhecidos, sobre a banca e a propósito dos "juros baixos" dos depósitos e dos "lucros excessivos" que no Portugal dos Pequeninos são todos os resultados líquidos, com excepção dos prejuízos aos quais, invariavelmente, se seguirão os subsídios com os dinheiros dos contribuintes, segundo o princípio de Reagan 
«If it moves, tax it. If it keeps moving, regulate it. And if it stops moving, subsidize it.»

Desde a crise de 2011 até 2017 a banca teve prejuízos acumulados de 13.715 milhões, ou o equivalente a 5,7% do PIB de 2022. Desses 13.715 milhões ainda só recuperou 10.340 milhões.

Entre 2008 e 2018 a liquidez estava em média entre os 2% e os 3% e chegou a atingir 5% do total de activos. Como a dívida pública tinha taxas negativas, os depósitos dos clientes começaram a crescer fazendo a liquidez chegar aos 14% do activo total pelo que «remunerar depósitos seria como pedir ao dono de um deserto que comprasse areia».

Entretanto, os juros dos depósitos estão a subir, o crédito está estagnado, quer na componente dos créditos à habitação, quer dos crédito para investimento, e o BCE já anunciou que vai deixar de remunerar os depósitos das reservas dos bancos. Em consequência, já faltou mais para voltarmos a enterrar dinheiro nos bancos.

(*) Sirvo-me dos dados citados por João Duque (incluindo a areia).

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