E essas manchetes têm salientado as consequências da contestação e da revolta muitas vezes violenta contra as instituições, característica de um povo individualista com significativa distância ao poder, como mostraram os estudos do antropologista holandês Geert Hofsted. Um povo de quem Sarah Afonso, pintora e mulher de Almada Negreiros, que viveu e trabalhou alguns anos em Paris, disse à sua nora (*) serem o contrário dos portugueses, porque sendo notáveis como povo não são grande coisa como pessoas. Sarah Afonso poderia também ter dito que, ao contrário dos portugueses, os franceses têm elites de grande qualidade (quoique trop dirigistes) e é aqui que está o busílis.
(*) Citado de memória de Conversas com Sarah Affonso (1982), de Maria José de Almada Negreiros
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