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27/03/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (59a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

O segredo está no anúncio

Em contraponto à notícia dos seis meses de atraso na modernização da Linha do Oeste, o Dr. Galambra anunciou uma fábrica de comboios, querendo significar que o fornecedor que ganhar o concurso irá montar as carruagens em Portugal.

O Dr. Costa pelo seu lado anunciou que desde 2006 o seu governo conseguiu contar quatro mil imóveis devolutos do Estado e irá transformá-los em cerca de oito mil apartamentos de arrendamento acessível. Não disse quando, mas se foram necessários sete anos para contar os devolutos, transformá-los em oito mil apartamentos é coisa para umas décadas, o que é bom para acertar a oferta com a procura, uma vez que a população residente está a diminuir.

Não havia lugar para ilusões. Ela avisou ao que vinha

«Queremos que esta política fique como o SNS ou a escola pública» disse a Dr. Marina, ministra da Habitação, referindo-se ao plano “Mais Habitação”. Ninguém reparou na sinceridade da ministra e andou-se a discutir desnecessariamente.

O Dr. Siza Vieira teve um ataque de sizo desde que foi despedido pelo Dr. Costa

Em entrevista ao Negócios, o Dr. Siza desmontou a farsa do Dr. Costa sobre a inflação e o suposto papel dos supermercados, dizendo o óbvio, que não foi demonstrado o aumento das margens, que aumentaram sobretudo os preços na produção o que até é “saudável” porque estavam muito baixos.

Primeiro tenta-se responsabilizar alguém, depois logo se vê

Com a inflação dos produtos alimentares o Dr. Costa usou a sua táctica favorita e começou tentar encontrar um culpado – os supermercados. A coisa não correu bem e o Dr. Costa tirou da cartola à pressa um pacote de medidas de apoio às famílias e empresas, sendo a coisa tão mal amanhada e precipitada que a criatura que tanto gosta de anunciar boas-novas estava no estrangeiro e teve que enviar um trio de apoderados, a quem interrompeu a partir de Bruxelas.

Primeiro estranha-se, depois entranha-se. O Portugal dos Pequeninos é mesmo pequenino e isso acontece

A Dr.ª Stéphanie Sá da Silva, que por acaso é esposa do Dr. Medina, foi por coincidência directora jurídica da TAP, tendo-se cruzado com a Dr. ª Alexandra Reis, que entretanto renunciou/demitiu-se, recebendo uma indemnização de 500 mil euros com pareceres positivos de duas sociedades de advogados, uma delas tendo como sócio o irmão do Dr. Marcelo, pareceres sobre os quais se ignora a opinião da directora jurídica da TAP nessa altura. A Dr. Alexandra Reis foi por acaso nomeada secretária de Estado pelo Dr. Medina, que por acaso, recorde-se, é esposo da Dr.ª Stéphanie, Dr.ª Stéphanie a quem, por coincidência, foi pago um bónus de cerca de 20 mil euros no ano em que trabalhou 8 meses e a TAP teve um prejuízo de 118 milhões.

É preciso segurar a freguesia eleitoral

Uma parte significativa dos quase 750 mil funcionários públicos constituem freguesia que o PS tem de manter, se não feliz, pelo menos apaziguada, e daí estar disposto a acelerar a “progressão na carreira, um expediente para evitar coisas desagradáveis como ter que avaliar o desempenho e determinar a remuneração em concordância.

Cada vez menos alunos, cada vez mais professores

A parceria Fenprof-ministério da Educação vem há décadas usando expedientes para justificar a falta de professores e a necessidade do seu aumento, que vão desde a criação de novas disciplinas até à redução do número de alunos a pretexto de responder às “necessidades educativas especiais” de alguns deles. O resultado deste último expediente é que 55,6% das turmas só tem 20 alunos.

A insustentável leveza da política de investimento do FEFSS

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social cujas reservas se destinam a garantir o pagamento futuro das pensões aplicou 2,7 milhões em acções do Crédit Suisse, um banco agora resgatado cujos problemas são publicamente conhecidos há 10 anos. O FEFSS registou uma perda de 95%.

«Empresa Financeiramente Apoiada Continuamente (pelo) Estado Central»

Enquanto o governo anda há dois anos a tentar vender o que comprou à Dr.ª Isabel dos Santos, a situação da EFACEC não pára de se degradar. De 2021 para 2022 as encomendas caíram para metade, as receitas baixaram quase 30% e a margem bruta diminuiu 300%.

(Continua) 

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá.
A notícia do Público acerca da percentagem de 55.6% de turmas com 20 alunos não pode estar correcta.