A propósito da entrevista de ontem à RTP de S. Ex.ª (*) o picareta falante, Rui Ramos (que em tempos depositou esperança no presidente-comentador), escreveu no Observador:
«A política portuguesa, do ponto de vista do Presidente, é um conjunto de caprichos ideológicos temperados pela impotência colectiva. O comentador presidencial insinuou assim que o povo nunca poderá ser mais do que uma simples audiência de televisão, porque não há meios de acção política, e nem o governo, nem a oposição, nem ele próprio têm força para nada. A única coisa que nos resta é, enquanto espectadores, continuarmos no sofá a ver TV. Talvez aconteça alguma coisa. Mas o mais certo é não acontecer nada. Eis a lição do presidente comentador.
A imprensa, recorrendo ao palavreado empresarial que passa por análise política, louvava ontem o Presidente pela “gestão do regime”. É a “gestão do regime” num país em divergência da UE, e onde a escola pública, entre confinamentos e greves, deixou de funcionar. Não, o Presidente não é a causa nem o maior responsável. Pode até ser que não seja a solução. Mas é certamente parte do problema.»
(*) Declaração de interesse: A conselho médico, não vejo os pronunciamentos do Dr. Marcelo pelo que não posso confirmar o rigor da apreciação de Rui Ramos.
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