Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

20/04/2022

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (97) - E o vencedor é "Não és homem, não és nada ..."

Graças à pachorra de António Araújo que compilou no artigo «Frases de Guerra» no DN umas largas dezenas de pensamentos, factos alternativos e teorias da conspiração produzidos por quase outros tantos eméritos membros do comentariado doméstico, incluindo alguns políticos, ficou disponível um acervo da produção das elites do Portugal dos Pequeninos sobre o presidente Vladimir Vladimirovitch Putin e a sua invasão da Ucrânia.

"Não és homem, não és nada ..."

Sendo todos pensamentos de altíssimo nível provenientes de personalidades de elevado gabarito, foi difícil a escolha mas resolvi destacar meia dúzia e entre eles premiar pela sua originalidade e profundidade o do Dr Nogueira Pinto:

"Esta guerra anunciada na Ucrânia só tem por objetivo impedir a exportação de gás russo para a Alemanha e, assim, reconfigurar o mapa europeu ao sabor do ditado de Washington." (Francisco Louçã, Expresso, 15/2/2022, dias antes da invasão da Ucrânia pela Rússia)

"Isto à luz do direito internacional está totalmente imaculado." (Alexandre Guerreiro, Record TV Europa, 24/2/2022, no dia da invasão da Ucrânia)

"O modo como o Presidente dos Estados Unidos foi sucessivamente anunciando datas para uma invasão russa da Ucrânia lembra os pueris "Não és homem, não és nada ..." dos tempos em que parecia mal não ser "homem" e se esperava que o acicatado, ofendido na sua masculinidade e sem olhar a consequências, provasse desvairadamente que o era." (Jaime Nogueira Pinto, Observador, 26/2/2022, criticando a política da administração Biden relativamente à Ucrânia)

"E esse ambiente que é típico do "mccarthismo" (...) criou-se um ambiente que ou se papagueia o que diz a NATO ou é-se um agente de Moscovo" (Fernando Rosas, Público, 25/3/2022)

"[crimes de guerra] poderiam ter sido evitados, se não houvesse invasão e, depois disso, se o regime ucraniano não se tivesse decidido por uma resistência suicida" (António Jacinto Pascoal, Público, 29/3/2022)

"A guerra entre a Rússia e a Ucrânia serviu para agudizar análises que já Marx, Engels e, mais tarde, Gramsci, haviam identificado." (Ricardo Meireles Santos, jornal A Voz do Operário, 1/4/2022)

3 comentários:

Bilder disse...

check https://bilder-livros.blogspot.com/2022/04/alem-das-narrativas-oficiais.html

Ricardo A disse...

As ditas narrativas oficiais estão de tal maneira inculcadas nas mentes do pessoal(por via do constante bombardeamento "informativo")que mesmo aqueles que sabem da fraude(ou desconfiam) caem na esparrela continuamente(e a dita pandemia ainda veio contribuir mais para isso,desde que temos as tais "fact-checkers" seja nas tvs ou redes sociais não se pode levantar dúvidas às narrativas sem se ser apelidado de conspiracionista-negacionista ou mesmo excumangado de toda a livre expressão).

Anónimo disse...

Caro Senhor

A política de divulgação dos previstos movimentos das tropas Russas pelo presidente Biden, foi de um ridículo atróz para quem não faz qualquer tenção de ajudar directamente a Ucânia.

Os EUA , ou aceitavam, nem que transitóriamente, a Ucrânia na Nato ( e os seus aliados estariam para isso ?) e olhava Putin directamente nos olhos ( exactamente, Western Style), ou calava-se, apoiava como podia ( é o que está a fazer ), e não andava a gritar pelo lobo na esperança que ele não viesse.

Jaime Nogueira Pinto criticou a atitude do presidente dos EUA, não justificou a invasão.

Cumprimentos

Vasco Silveira

PS: todas as outras afirmações são de facto extraordináris, e, na imprensa, não merecem comentário ou referência: tirámos hoje a máscara, mas continuamos a ser tratados como palhaços.

Vasco Silveira