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21/04/2022

Dúvidas (335) - Afinal qual é versão oficial em que não devo acreditar?

Sou exortado pelo jornalismo de causas e até por comentários neste blogue a não acreditar na "versão oficial" dos acontecimentos da invasão da Ucrânia pela Rússia (a que chamam guerra na Ucrânia), o que me leva a um esclarecimento e me suscita uma dúvida. 

O esclarecimento é que sou pouco dado a acreditar seja no que for. A dúvida é que havendo pelo menos duas "versões oficiais" desses acontecimentos, qual das duas "versões oficiais" me aconselham a não acreditar? 

Por um lado temos a versão oficial da NATO (para simplificar admito que todos os estados-membros têm a mesma versão) que é escrutinada e comentada em milhares de jornais e canais de televisão por dezenas de milhares de jornalistas e comentadores de todas correntes ideológicas e livremente discutida por milhões de cidadãos dos estados-membros, tão livremente discutida que é pública e abertamente contraditada nos mesmos jornais e canais pelos crentes da versão oficial do governo russo.

Do outro lado temos a versão oficial do governo russo que é divulgada quase ipsis verbis por jornais e canais de televisão russos que a reproduzem fielmente, versão que ninguém ousa colocar em causa, sob pena de ser multado, na melhor hipótese, preso na hipótese mais provável e assassinado na pior hipótese.

Quando escrevo ninguém, não é exacto. Há dois tipos de cidadãos russos que colocam em causa a versão oficial russa: (1) os que, como Alexei Navalny, já estão presos, e (2) os que estão no exterior, como Oleg Tinkov, um empresário russo, que escreveu na sua conta Instagram «os generais (russos), acordando de ressaca, perceberam que tinham um exército de merda. E como pode ser bom o exército se tudo no país é uma merda e atolado em nepotismo, bajulação e servilismo?»

E, por falar em invasão e versões, permito-me colocar mas uma dúvida: a líder parlamentar do PCP quando disse «alguém que personifica um poder xenófobo e belicista, rodeado e sustentado por forças de cariz fascista e neonazi» estava a referir-se a quem?

5 comentários:

Anónimo disse...

Pode-se acreditar no que se quiser.Se é uma questão de fé, ou se crê na religião americana ou na russa. É giro brincar com versões e narrativas. Levantar heróis com pés de barro, demonizar outros.
Estou fora! Só me interessa procurar a verdade, os factos. Fico-me por aí. Não me interessa convencer ninguém. Cada um que faça o seu caminho.
Li há uns anos numa revista americana que um soldado japonês da II Grande Guerra, andou umas dezenas de anos escondido nas florestas de um país do continente asiático porque não acreditava quando lhe diziam que a guerra já tinha terminado.
Em Portugal um grande número de pessoas acredita que os militares fizeram o golpe de 74 porque queriam dar liberdade ao povo e instaurar uma democracia. Já passaram 48 anos e há muito informação publicada. É inútil. Eyes are useless when the mind is blind.

Jorge disse...

Eu acredito nos ucranianos atingidos pelas bombas , misseis e balas russas.Nunca uma guerra foi tão acompanhada e escrutinada por jornalistas de todo o mundo. Quando alguém diz sem se rir que os massacres da população ucraniana são levados a cabo pelas forças ucranianas, entramos no campo da doença mental. É melhor não responder a pessoas que estão doentes.

Bilder disse...

check https://portugalnonevoeiro.blogspot.com/2022/04/o-que-diria-dafonso-no-parlamento.html

Anónimo disse...

Para mim é assunto = ao litro.
Preferiria ver a CS e os blogues analisarem as políticas dos abortos, v.g. — há muitos abortos na política.
O aborto seguro é um aborto em que só uma pessoa morre...
Abraço

Anónimo disse...

"Se nós aceitamos que uma mãe possa matar o seu próprio filho, como podemos dizer às outras pessoas para não se matarem umas às outras?"
Tão simples !!!
Abraço