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21/03/2022

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (7)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

Os amanhãs que cantarão do Dr. Costa

A inflação continuou a crescer em Fevereiro de 5,1% para 5,9% na Zona Euro (4,4% em Portugal). A produção industrial em Portugal teve uma quebra homóloga de 5% em Dezembro e 4,2% em Janeiro, a segunda maior da UE. É apenas o princípio de uma provavelmente longa série de escolhos no caminho para o socialismo, agora que se começam a sentir as primeiras consequências económicas e financeiras da invasão da Ucrânia, num Portugal envelhecido, endividado, pouco produtivo, com empresários subsídio-dependentes e a maioria da população pendurada num Estado sucial pesado e ineficiente ocupado por um classe política medíocre. O caminho ainda que suavizado temporariamente com o peditório da bazuca não será fácil.

Governo desaparecido em combate, reaparece

A 4 mil km de S. Bento há um combate feroz, que para o governo parece ser num outro planeta longínquo, entre as forças do déspota Vladimir Putin e o povo ucraniano que luta pela defesa da sua liberdade e de uma democracia frágil invadida pelo déspota que a considera uma ameaça. E o que faz o governo e a sua tropa?

O governo pela boca do ministro da Defesa tranquilizou-nos com um «Portugal não sofrerá retaliações da Rússia» e o inefável Dr. Pedro Nuno Santos desfez as nossas dúvidas sobre se o governo tinha ouvido falar da invasão ao vigésimo dia classificando de «miserável» o ataque russo. A tropa, na circunstância representada nas televisões por uns generais, fala da guerra como se fosse um passeio para as tropas russas que em 4 semanas já tiveram mais baixas do que a tropa americana em 20 anos no Iraque.

Mas as acções falam mais alto do que as palavras e, por isso, para um exercício da NATO na Noruega (evidentemente uma manobra dissuasória) que mobiliza 30 mil tropas o governo envia 18 (dezoito) tropas, enfim um pouco mais do que o número de fuzileiros que, por desfastio, encheram de porrada quatro polícias à saída de uma discoteca.

Justiceiras do regime sob o foco da justiça

Primeiro, descobriu-se que a Dr.ª Mortágua que recebia ilegalmente emolumentos da SIC para fazer comentário político. De seguida, soube-se que está em risco de ser condenada em Tribunal a pagar uma indemnização por ter insultado Markos Leivikov e o pasquim online Esquerda.net viu-se obrigado a publicar o direito de resposta do insultado.

Por coincidência, pouco depois, veio a saber-se que a Dr. Gomes, outra justiceira do regime sempre de dedo apontado aos corruptos que ela consegue ver, está envolvida numa trapalhada de construção clandestina e fintas ao fisco relacionada com a sua propriedade no Parque Natural de Sintra-Cascais.

E, por falar em figuras notáveis da extinta geringonça (a Dr. Gomes pode ser considerada uma militante supranumerária da geringonça), ocorre-me citar que se confirmou ter a Festa do Avante! contado com participação de trabalhadores da câmara do Seixal. Nada mais natural.

O governo meteu-se no negócio do carvão e ficou sujo e os contribuintes ficaram limpos

Já por várias vezes tratei nas antigas crónicas e neste semanário da asneira do Dr. Costa acolitado pelo Eng. Fernandes e pelo Dr. Galamba de promover o fecho das centrais a carvão de Sines e do Pego (ver também este post do outro contribuinte). Volto à vaca fria a propósito das aldrabices do Eng. Fernandes sobre os custos de manter Sines a funcionar, aldrabices desfeitas, uma vez mais, no artigo O abandono do carvão por duas pessoas que sabem do que falam e pela insistência da Direção-Geral de Energia e Geologia em reactivar a duas centrais, reconhecendo que sem elas a rede eléctrica não dispõe de condições para compensar as intermitências das centrais eólicas e solares.

Minando o guito europeu

Segundo a plataforma Kohesio da CE, o actual quadro comunitário 2014-2020 financiou 1,5 milhões de projectos de 500 mil beneficiários, dos quais 164 mil projectos e 72 mil beneficiários respeitam a entidades portuguesas, ou seja, 11% dos projectos e 14% dos beneficiários num país que vale 1,5% do PIB e 2,2% da população da UE. Como diria S. Ex.ª, na mineração do guito somos dos melhores.

Se por um lado somos dos melhores na mineração do guito, temos que ser dos melhores a semear o guito pelos beneficiários. Se dúvidas ainda houver, desaparecerão com o acesso directo das freguesias aos fundos europeus exigido pela respectiva associação. É caso para perguntar: para quando o acesso directo dos cidadãos?

Take Another Plan

A “reestruturação” da TAP para o Dr. Pedro Nuno Santos é assim como a “operação especial” na Ucrânia para o Czar Putin: apesar de ambos ainda poderem conseguir destruir os objectos das suas acções, não era bem isso que eles pretendiam. O primeiro pretende salvar a TAP, ainda que à custa dos contribuintes, o segundo pretende reconstruir o Império Russo, mesmo que para isso destrua a Ucrânia. Falando da TAP, que é o que interessa para este Semanário de Bordo, em Janeiro desde ano transportou pouco mais de metade dos passageiros de Janeiro de 2020 e perdeu quota de mercado para a Ryanair.

Boa Nova (tomem nota na agenda)

O governo anunciou a aprovação da aquisição pela Transtejo de 10 navios elétricos no valor de 52,4 milhões de euros e anunciou o lançamento da primeira fase da linha de alta velocidade Lisboa-Porto que estará concluída entre 2026 e 2028 e até 2030 haverá uma ligação entre as duas cidades em 1h:15m. Ora se há coisa que estamos carecidos é de uma ligação rápida para os alfacinhas e os tripeiros se reunirem para tratar de negócios porque, como todos sabemos, essa coisa de reunir com o Zoom e o Teams não permite o convívio e a troca de afectos.

1 comentário:

a.leitão disse...

Como sempre o dedo na ferida!