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10/03/2022

A propósito do Dia da Mulher sacrifica-se a inteligência à conformidade

A Dr.ª Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, é uma pessoa inteligente e bem informada e, apesar de não ter uma formação académica na área da medicina ou da biologia, tem perfeita noção que nesta área o que pode ser relevante é o sexo feminino ou masculino, isto, é a distinção entre fêmeas (cromossomas XX, sexo homogamético) e machos (cromossomas XY, sexo heterogamético), e não a orientação sexual do indivíduo a que a praga do marxismo cultural chama "género" do qual existirão cento e doze variedades, segundo os praticantes mais assanhados.

Sabendo isso, a Dr.ª Leonor Beleza numa sua entrevista ao DN no Dia da Mulher diz em determinada altura: 

«Havia a utilização de modelos animais masculinos na convicção de que tanto fazia e considerando que o sexo não seria relevante para aquilo que se estivesse a estudar. Hoje, sabe-se perfeitamente que é errado, os cientistas dizem que as células têm sexo, e portanto têm diferenças, e essas diferenças têm de ser olhadas e consideradas esteja a estudar-se o que se quiser, em toda a biologia isto é extremamente relevante.» 

Talvez percebendo que não mencionando a palavra mágica "género" divergiria do cânone do politicamente correcto e colocaria em risco a sua reputação na bolha da bem-pensância, a Dr.ª Leonor Beleza pôs em risco a sua inteligência salpicando o resto da entrevista com uma dezena de referências perfeitamente despropositadas a "género".

[Como já em tempos escrevi, a tropa doméstica do politicamente correcto usa a palavra "género" copiando os seus homólogos ianques, ignorando que o termo inglês equivalente a "género" em português é "genus"(do latim "genus", raça, família, origem, etc.) e não "gender". Ainda que a origem latina de ambos seja a mesma, o percurso foi diferente: genus (latim) -> gendre (francês antigo) -> gender (inglês)]

1 comentário:

Anónimo disse...

Perdoai a opinião:
1. A senhora não é inteligente: é esperta;
2. A senhora mão é se limpa do que fez enquanto ministra da saúde. Deu para entender, tomando Freud por muleta, as suas patetices contra os médicos.
Abraço