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18/03/2022

"Parem de imaginar que Putin vai ser deposto, as fantasias não ajudam a Ucrânia"

Foi com o título acima que Anastassia Fedyk, Yuriy Gorodnichenko, Tania Babina, Tetyana Balyuk e James Hodson que, pelos vistos, sabem do que falam, publicaram o artigo «Stop imagining Putin’s overthrow. Fantasies won’t help Ukraine» (o Público publicou uma tradução) onde os autores lembram aos distraídos:

«As massas russas não se levantarão contra Putin. A campanha de desinformação da Rússia é abrangente e implacável. Políticos da oposição estão presos ou exilados, os mídia independentes foram encerrados e novas leis draconianas ameaçam até 15 anos de prisão para quem falar a verdade sobre a invasão da Ucrânia. Alimentados com essa propaganda, a maioria dos russos diz que o seu presidente tem razão, que os militares russos não atacaram deliberadamente áreas civis e que os ucranianos são nazistas.»

Que outra coisa poderia explicar o Czar ter feito um discurso como o de quarta-feira sabendo que não só não haveria nenhum jornal ou canal de televisão ou mesmo posts nas redes sociais que o contraditassem ou o confrontassem com o chorrilho de mentiras puras ou grosseiras distorções da realidade, como estando seguro que a maioria do povo russo aceitaria passivamente patranhas como o governo  ucraniano estar a perpetrar o genocídio da minoria russa no Donbas e a desenvolver armas nucleares e biológicas cujo alvo seria a Rússia, tudo financiado pelo Pentágono.

Para quem duvide, pode ler aqui o discurso integral em russo (o Chrome ou o Edge poderão traduzir) ou, em alternativa, ler aqui um resumo da tradução em inglês.

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