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01/10/2021

Os efeitos da Covid-19 na sustentabilidade dos sistemas distributivos de segurança social

Em consequência do aumento da mortalidade resultante da Covid-19, pela primeira vez em décadas a esperança de vida diminuiu em todos os países, com excepção das mulheres dinamarquesas, norueguesas e finlandesas. Diminuiu mais nos homens do que nas mulheres e menos nos países com melhor qualidade de vida, como se pode ver no gráfico seguinte.

Fonte

A redução da esperança de vida tem muitos efeitos negativos, principalmente nos que morreram antes de tempo e nas suas famílias, e, como quase tudo na vida, tem pelo menos uma consequência positiva: os sistemas de segurança social baseados do regime distributivo (pay-as-you-go) sem ajustamento da esperança de vida ganharam uma pequena folga da sustentabilidade resultante da morte prematura de pensionistas actuais e futuros.

No caso do sistema português em que a idade da reforma depende da evolução da esperança de vida aos 65 anos o efeito líquido é mais difícil de antecipar. Seria de esperar que a redução da esperança de vida à nascença fosse acompanhada da redução da esperança de vida aos 65 anos e, em consequência, de uma antecipação da idade da reforma. Contudo, não foi o que aconteceu e a idade de acesso à pensão de velhice voltará a subir em 2022 para 66 anos e sete meses, ou seja, no caso português o sistema acumula a melhoria da sustentabilidade resultante dos dois factores, isto é de menos pensionistas actuais e futuros e do diferimento no acesso à reforma.

3 comentários:

Anónimo disse...

Entenda-se, mortes atribuídas ao Covid. Critério baseado apenas na presença do vírus.
Entenda-se também que há um número não especificado de morte devidas à falta de atendimento para outras doenças e uma clara negligência no que se refere ao acompanhamento de doentes oncológicos e ao diagnóstico atempado destas doenças.
A fatura da aldrabice está a chegar. Como era de esperar, vem mascarada.

Anónimo disse...

caro seb«nhor

tal como nos nºos sobre o Covid se usam médias móveis ( sete dias na grande maioria) eu não arriscaria tirar conclusões por causa de uma oscilação anual: aguardaria uma tendência.
É o que eu costumo aconselhar aos histéricos do aquecimento global ( agora são alterações climáticas) quando se excitam por causa da ocorrência de trêes dias acima de 35 graus:
O problema do homem ( que se julga ) moderno, é que a sua incapacidade de o inserir na história do universo ( por falta de Deus), por essa incapacidade vê o mundo à sua imagem, de hoje, sem pqualquer passado.

Já por diversas vezes na história da humanidade a esperança de vida decresceu.
No entanto a sua tendência milenar é de crescimento: don´t worry; be happy

Cumprimentos

Vasco Silveira

Oscar Maximo disse...

Senhor Vasco Silveira:
Não sei se o aumento do quantidade de CO2 para o dobro na atmosfera trás aumento ou não da temperatura média. Sei que trás muitos fenómenos que fogem á moderação anterior.