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03/10/2021

Novo Império do Meio, um gigante com pés de barro (2) - Da limitação do número de filhos à limitação do número de abortos e de seguida talvez ao número mínimo de filhos

No post anterior citei algumas das vulnerabilidades da China identificadas em Invisible China de Scott Rozelle e Natalie Hell. 

Fonte

Uma outra vulnerabilidade não especialmente referida é a que resulta do rápido envelhecimento da população chinesa, apontado frequentemente como consequência da política do filho único adoptada nos anos oitenta, algo só possível numa tirania. Contudo, os dados sugerem que a queda abissal do crescimento demográfico não resultou só da política do filho único, uma vez que quando esta política foi alterada e o Partido Comunista Chinês passou a tolerar primeiro dois e mais tarde três filhos a taxa de natalidade e o crescimento demográfico ainda desceram mais.  

Ao mesmo tempo e inesperadamente a liberalização do número de filhos em vez de diminuir o número de abortos aumentou-os ao ponto de Conselho de Estado ter publicado há dias orientações para limitar o número de abortos por razões não médicas. Não vai provavelmente resultar e numa tirania não é impossível que, depois das políticas do filho único, do máximo de dois e depois de três filhos, a Corte Imperial decida impor um número mínimo de filhos.

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