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09/06/2021

Agarrados à saia da mãe (ou às calças do pai)

Quanto se olha com atenção este e este quadros publicados pelo Eurostat com dados da UE sobre a idade média dos jovens quando abandonam o aconchego do lar materno e a percentagem de jovens adultos que vivem com os pais, é visível uma correlação negativa significativa entre esses dados e o nível de desenvolvimento económico medido pelo PIB per capita PPC.

Vejamos o caso de Portugal: com 30,0 anos, mais 3,5 anos do que a média UE27, é o quinto país na idade média de saída de casa dos pais e com 81,2%, mais 11,4 pp do que a média UE27, é o sexto país na percentagem de jovens com 18-34 anos que permanecem em casa.

Não certamente por acaso, os outros países com valores mais elevados do que Portugal num ou nos dois indicadores são Croácia, Itália, Grécia, Eslováquia, Espanha, Malta, a maioria da Europa do Sul, com PIB per capita PPC abaixo da média UE27 e quase todos com uma cultura de tendência colectivista e o respectivo cortejo de consequências: compadrio, nepotismo, corrupção. 

É claro que colocar as coisas assim é simplificar, sobretudo no caso de Itália que, apesar do declínio duas últimas décadas, ainda apresenta um PIB per capita de 96% da média UE27. Mas a Itália são duas Itálias, a do Norte e a do Sul que está próxima do pelotão português.

Talvez possamos concluir que aqueles dois indicadores são apenas proxies do colectivismo que cultiva a dependência do grupo e do Estado, por oposição ao individualismo característico das sociedades liberais que proporcionam ambientes mais favoráveis à iniciativa, ao empreendedorismo e, em consequência, ao desenvolvimento económico e social.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que mais aprecio em vós é capacidade de ver a realidade pelos números, pelos gráficos, pelos discursos. Até fazem ou pouquinho de inveja a um gaijo que pensa que não é invejoso.