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14/01/2021

O vento da pandemia continua a enfunar as velas do PS, mas passou de brisa forte para aragem

É claro que podemos sempre acreditar religiosamente nas sondagens ou desvalorizá-las com base numa qualquer teoria da conspiração. No entanto, porque é o único instrumento de que dispomos para avaliar as intenções de voto, a visão mais racional é o uso das sondagens à luz da dúvida cartesiana, avaliando a credibilidade de quem as encomendas e de quem as faz, a sua metodologia, a dimensão da amostra e comparando resultados com outras sondagens. 

Tudo isto para dizer que as últimas sondagens conhecidas da Intercampus para o JN e o Correio da Manhã mostram em relação a Fevereiro do ano passado alterações com algum significado, por exemplo o PS a crescer 5 pp para 38%, e foram comentadas (por exemplo aqui e aqui), fora do contexto da pandemia que em Março mudou as regras do jogo. 

Porém, quando colocamos as últimas sondagens no contexto da evolução dos últimos 12 meses, como no gráfico seguinte, as conclusões são outras.

Fonte: Marktest

As conclusões são outras e, no que respeita ao PS, são em substância as que referimos no post anterior: depois de quase ter chegado à maioria em Maio (na sondagem da Pitagórica atingiu os 44,8%) desce para os 38-39% e aí continua, diferentemente da maioria de outros partidos de governo, que melhoraram nas sondagens e os respectivos governo subiram nas taxas de aprovação. 

De onde se poderia concluir que passada a pandemia o PS poderá cair significativamente. Contudo, a incapacidade do PSD do Rui Rio de mobilizar os descontentes que à direita tem vindo a reforçar as hostes do Chega e do IL, poderá significar um prolongamento da vida do governo PS pendurado nos comunistas.

1 comentário:

Nelson Gonçalves disse...

"poderá significar um prolongamento da vida do governo PS pendurado nos comunistas."

Ou no Chega. Nem o PS nem André Ventura terão qq problema em se coligar, se isso lhes garantir o poder.