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29/03/2018

Popular pelas razões erradas

Não conheço, nem sequer nunca me cruzei com Adolfo Mesquita Nunes, o vice-presidente do CDS, ex-secretário de Estado do Turismo e actual vereador da Covilhã. Apesar de já antes disso ser uma figura mais ou menos pública, era para mim um completo desconhecido até chegar ao governo de Passos Coelho onde fez um excelente papel no turismo.

Tudo isto para dizer que tenho dele uma boa impressão que é completamente alheia às suas preferências sexuais. Apesar de não ter ficado espantado - porque sei bem o que a casa gasta -, achei uma completa parolice o destaque que o jornalismo de causas gay e o lóbi gay deram ao seu coming out na primeira página do Expresso. É como se fosse uma declaração discriminatória ao contrário e a esse tipo de discriminação pode adaptar-se a mesma anedota que dizia que o capitalismo é a exploração do homem pelo homem e o comunismo é o seu contrário.

Talvez num Portugal do passado cada vez mais remoto estas cerimónias do coming out tivessem alguma utilidade para colocar em causa a discriminação efectivamente existente em relação à homossexualidade. A meu ver, não mais. Nos tempos actuais, quanto mais se exaltam estas manifestações mais se acentua a sua anormalidade no sentido estatístico e, nas mentes mais retrógradas, a anormalidade no sentido sociológico. Como seria vista uma declaração de heterossexualidade de uma criatura pública?

Sem falar da instrumentalização que a esquerdalhada faz desse folclore transformando os homossexuais em idiotas úteis e figuras de circo, instrumentalização que, por vezes, nas entrelinhas deixa transparecer o que verdadeiramente pensa a esquerda radical a este respeito - escutem-se ou leiam-se por exemplo os comentários da abencerragem berloquista, ex-comunista, ex-maoísta e ex-trotskista, Fernando Rosas a respeito da sexualidade de Mesquita Nunes.

2 comentários:

Lura do Grilo disse...

Este Rosas é apenas um filho da puta: porta-se como Castro, Allende, Che e outros da sua equipa.

Anónimo disse...

"abencerragem bloquista"... isso não é uma redundância?

Neves