Morais Sarmento ainda recentemente zurziu o ex-ministro anexo a propósito da sua nomeação para a vice-presidência do BCE, alegadamente devida às suas competências. O antigo boxeur, mostrando que ainda não perdeu o punho, reincidiu com um jab e convida-nos a imaginar «que Vítor Constâncio estava no lugar de Anthímio de Azevedo, encarregue de nos fazer a previsão do tempo. Com o desempenho que teve, imaginem a anarquia total em que teríamos vivido os últimos anos: de gabardina no pico do calor, e de manga curta à chuva. Imaginem-se de havaianas nos pés nestes dias de Inverno, e de gola alta e galochas cada vez que o sol abrisse e o calor apertasse.»
Aposto que os novos situacionistas estão a protestar entre dentes contra a suposta injustiça de Morais Sarmento e a cantar a boca chiusa loas às competências do excelso. Antes de continuarem, leiam o que escreveu a Economist a respeito do processo de nomeação do excelso (e do seu papel em alavancar a candidatura a presidente de Axel Webel):
«Cynics have a rule about European appointments: the most qualified contenders never get them. This week’s decision by the Eurogroup of euro-area finance ministers to nominate Vitor Constâncio as the next vice-president of the European Central Bank (ECB) certainly looks like a stitch-up (*). Luxembourg’s prime minister, Jean-Claude Juncker, who chairs the Eurogroup, moaned that there had been no discussion of the merits of each candidate.»Por tudo isto, sou levado a atribuir mais 3 afonsos a Morais Sarmento (seriam 5 se não fosse o atraso).
(*) Stitch-up = an act of manipulating something or securing a deal to someone's disadvantage or to one's own advantage
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