Sem grandes surpresas, Obama venceu folgadamente. Espera-o o maior desafio de todos. Não estou a pensar na reparação dos danos de 8 anos de governação Bush. Esse desafio teria que ser enfrentado também por McCain se tivesse vencido. Estou a pensar no que milhares de milhões de obamófilos em casa e por esse mundo esperam da nova versão do Cristo redentor.
Falando em Cristo, o Vaticano espera que Obama «possa responder aos atentados e à esperança que suscita, servindo com eficácia o direito e a justiça e encontrando uma maneira de promover a paz no mundo, favorecendo o crescimento e a dignidade da pessoa, no respeito pelos valores humanos e espirituais essenciais».
Do lado dos agnósticos, Putin disse, pela boca dum qualquer porta-voz, esperar «um vento novo nas relações americanas» e o coronel Hugo Chavéz exprimiu a vontade de estabelecer «novas relações». O amigo do coronel, o nosso engenheiro Sócrates, delegado de vendas do ClassMate da Intel, pensa que é «uma oportunidade de mudança para os Estados Unidos e para o mundo».
O governo paquistanês, o aliado reticente, espera que Obama promova «a paz e a estabilidade» na região. O México espera que a NAFTA não vá ao fundo com as tendências proteccionistas de Obama.
Na Europa, Sarkozy espera «uma América aberta, solidária e forte que mostre o caminho», Angela Merkel salientou «a importância e o valor da nossa parceria transatlântica», o governo espanhol saudou a «vontade de mudança» e espera «consolidar» as relações os EU.
Lá em casa, Obama terá à porta da Casa Branca várias filas de peditórios. Os proprietários de casas inapimplentes esperam o perdão da dívida. Os bancos que lhes emprestaram dinheiro, esperam capital (não deviam esperar). Detroit, em plena crise de venda de automóveis, espera subsídios (não deviam esperar). Muitos negros esperam que Obama os leve ao colo para realizarem o adiado sonho americano. Os imigrantes esperam a legalização (não deviam esperar).
De tantas, tão variadas e incongruentes expectativas só podem esperar-se muitas decepções.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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