Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

26/09/2021

Como uma ideologia ultraminoritária controla cada vez mais a produção artística (por exemplo, um teatro "nacional") e jornalística (por exemplo o semanário de reverência)

«Pedro Penim estreia hoje uma peça que discute o fim da família, “algo tão utópico quanto o fim do capitalismo”. Em “Pais & Filhos”, em cena no São Luiz, Turgueniév mistura-se com as teorias pós-coloniais e queer e a vontade de Penim de ser pai, que partilha com o marido. É o último espetáculo antes de rumar ao Teatro Nacional.» (de uma entrevista a Pedro Penin na Revista do Expresso de 24-09)

Pedro Penin, o criador do pot-pourri de Ivan Turgueniév com teorias pós-coloniais e queer, está a caminho da direcção do Teatro Nacional D. Maria para substituir Tiago Rodrigues, o criador da peça Catarina e a beleza de matar fascistas.

Com meio milhão de eleitores em 9,3 milhões de eleitores recenseados, a esmagadora maioria urbanitas, o berloquismo, a corrente política que mais abertamente adopta a chamada ideologia do género e promove a sexualidade alternativa, representa 5,4% da opinião pública, digamos assim. Segundo os escassos dados disponíveis (pouco confiáveis, por várias razões) a percentagem de adultos que se declaram não heterossexuais varia entre os dois por cento e dez por cento.

Que uma ultraminoria de áctivistas consiga impor as suas ideias à boleia da barriga de aluguer do socialismo, é mais um indício da derrota por culpa própria da direita conservadora na frente cultural, direita que a maioria das vezes contrapõe ao "progressismo" cultural ideias fossilizadas defendidas por grunhos com discursos primários que apelam ao pior dos piores.

2 comentários:

Carlos Conde disse...

Resumindo o Impertinente comentário:
A direita só tem alarves que nem falam, gaguejam.
Continuemos pois a ouvir e aplaudir a fina oratória esquerdeada.

Impertinente disse...

Está escrito «a maioria das vezes» o que, em relação a «só tem», pode fazer uma diferença entre 1 e 49 pontos percentuais. Para simplificar, diria que se trata de uma maioria qualificada, ou, neste caso, maioria desqualificada, de 2/3. O que deixa de fora 1/3 de porta-vozes da direita conservadora que não são grunhos. Suponho que não estará longe da média universal de não grunhos.