Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

30/07/2010

Much Ado About (almost) Nothing (2)

Ontem escrevi aqui distraidamente que «o interesse estratégico e o imperativo patriótico da participação da PT na Vivo valem para o governo apenas 350 milhões de euros ou menos de 5% do valor porque vai ser vendida». Segundo contas mais rigorosas, considerando as diferenças entre as propostas antes e depois do veto, isto é faseamento dos pagamentos e os dividendos de 2009 e 2010, a proposta que os accionistas e o governo aprovaram é praticamente igual à que o governo tinha vetado. A ser assim,
  1. O resultado da gritaria mediática de Sócrates foi ZERO;
  2. A profecia de 30 de Junho do Impertinente foi (quase) cumprida; assim se demonstra que, não sendo grande profeta, sempre é melhor nas profecias que o grande líder a negociar com os castelhanos.
Entretanto, a felicidade de Bava e auto-contentamento de Granadeiro (perfilando-se para PR) não parecem ter grande fundamento pelas razões já referidas e ainda porque quer os analistas quer os mercados não se mostram impressionados. O que se compreende perfeitamente: primo, a Telefónica atingiu o seu objectivo ao mesmo preço e a PT vendeu um activo que ainda há poucos dias considerava estratégico; secundo, a Vivo de onde sai a PT valoriza-se na bolsa e a Oi para onde entra a PT desvaloriza-se – desta vez os conspiradores não têm os olhos azuis como costuma dizer Lula da Silva.

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