«Ora aqui está: um simpático contribuinte (com os impostos em dia), que tenha o azar de lhe roubarem a carteira e a sorte de se poder deslocar a Lisboa com alguma facilidade, terá que despender 45 euros e gastar 347 minutos (excluindo tempo e gastos com deslocações) do seu tempo (do patrão, que com grande probabilidade podem ser os contribuintes) para substituir o BI, Carta de condução, cartão de contribuinte e cartão da segurança social.
Nem sequer falo dos 20 euros que tive que pagar pela substituição de 2 cartões MB, nem tão pouco com o cancelamento dos 2 cartões de crédito que tenho (um custou 35 euros). Quanto à carteira propriamente dita, podemos sempre recorrer à do nosso avô, a cheirar a mofo, mas que aguentará até ao próximo Natal.
Perguntei-me constantemente: porquê tanta burocracia ? porquê tantos cartões ? porque não simplificar, com uma única base de dados, mesmo que queiram manter o merdoso n.º do BI, NIF, SS e por aí fora ? Estúpido, eu, claro ! A resposta é óbvia: aumentaria o desemprego e a paz social ficaria seriamente agitada. Mas não sairá mais barato ao País, pagar os salários destes vampiros da vaca marsupial pública, mas poupar tempo e dinheiro aos contribuintes e aos respectivos patrões, através da modernização dos sistemas e dos processos da vaca ? Continuem a falar de aumento de produtividade, continuem...»
[Relato dum leitor e amigo do Impertinências a quem foram à carteira várias vezes. Só da primeira vez é que não deu por isso.]
Está por pouco esta horrenda complicação. Não tarda o doutor Lopes, com uma "dedicação sem precedentes", vai trazer até nós a Sociedade da Informação.
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