Fiquei a reflectir sobre a minha receita da contaminação dum partido «já existente transformando-o num partido (mais) liberal», admitindo que teria sido «o que se passou pela mão de Tony Blair com o partido Trabalhista».
Ao passear hoje por aqui e ler a resposta de Luís Aguiar Santos à sua própria pergunta «Porque é tão insignificante o liberalismo em Portugal?», relembrei a minha inocente receita de contaminação e ocorreu-me também uma outra pergunta: não seria mais fácil Tony Blair, ou alguém por ele, por exemplo Charles Kennedy, contaminar o próprio suposto bastião do liberalismo britânico - o Liberal Democrat Party?
Parece à primeira vista. À segunda vista duvida-se. Dando uma olhadela para as políticas dos Lib Dems colocam-se sérias dúvidas sobre o liberalismo destes liberais.
Quem não tiver pachorra, como eu não tive, para ler integralmente os 7 documentos - duas centenas de páginas é obra - pode ler uma avaliação honesta dessas políticas aqui.
Que liberais são esses que defendem o aumento da taxa de IRS para 50% acima de 200.000 euros? Que prometem assistência aos idosos ricos como aos idosos pobres? Que propõem o abandono das propinas nas universidades públicas? Que servem de megafone aos sindicatos de professores e dos profissionais da saúde e não têm uma única ideia própria sobre a reforma dos serviços públicos?
Por menos do que isso poderiam pedir admissão à Internacional Socialista.
(Continua. Eventualmente)
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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