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08/04/2005

CASE STUDY: será o liberalismo um estado de espírito? (4)

Fiquei a reflectir sobre a minha receita da contaminação dum partido «já existente transformando-o num partido (mais) liberal», admitindo que teria sido «o que se passou pela mão de Tony Blair com o partido Trabalhista».

Ao passear hoje por aqui e ler a resposta de Luís Aguiar Santos à sua própria pergunta «Porque é tão insignificante o liberalismo em Portugal?», relembrei a minha inocente receita de contaminação e ocorreu-me também uma outra pergunta: não seria mais fácil Tony Blair, ou alguém por ele, por exemplo Charles Kennedy, contaminar o próprio suposto bastião do liberalismo britânico - o Liberal Democrat Party?

Parece à primeira vista. À segunda vista duvida-se. Dando uma olhadela para as políticas dos Lib Dems colocam-se sérias dúvidas sobre o liberalismo destes liberais.

Quem não tiver pachorra, como eu não tive, para ler integralmente os 7 documentos - duas centenas de páginas é obra - pode ler uma avaliação honesta dessas políticas aqui.

Que liberais são esses que defendem o aumento da taxa de IRS para 50% acima de 200.000 euros? Que prometem assistência aos idosos ricos como aos idosos pobres? Que propõem o abandono das propinas nas universidades públicas? Que servem de megafone aos sindicatos de professores e dos profissionais da saúde e não têm uma única ideia própria sobre a reforma dos serviços públicos?

Por menos do que isso poderiam pedir admissão à Internacional Socialista.

(Continua. Eventualmente)

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