Num paper recentemente publicado «Eclipse of Rent-Sharing: The Effects of Managers' Business Education on Wages and the Labor Share in the US and Denmark», Daron Acemoglu, Alex He e Daniel le Maire reportam a análise que realizaram dos CEO americanos e dinamarqueses, concluindo que os graduados com um MBA aumentaram a rentabilidade dos activos das suas empresas nos cinco anos seguintes às suas nomeações em média 3 e 1,5 pontos percentuais, respectivamente.
Até aqui nada de surpreendente, afinal eles foram treinados para gerir melhor as empresas. Surpreendente é essas melhorias da rentabilidade não se terem ficaram a dever ao aumento do volume de negócios, dos investimentos ou da produtividade, mas antes à redução dos salários dos trabalhadores, que nesses cinco anos desceram 6% e 3%, respectivamente.
Tudo porque, segundo os autores, os programas de MBA mudaram o foco do know-how financeiro e de gestão para a maximização do valor para os acionistas e, em consequência, os trabalhadores tenderam a ser encarados não como investimento em capital humano mas como custos a reduzir.
É claro que essa redução em termos relativos dos salários só foi possível como consequência negativa da globalização da produção que retirou poder negocial aos trabalhadores dos países desenvolvidos, em contraponto aos benefícios para os dos países menos desenvolvidos para onde se deslocalizou a produção e para os trabalhadores dos países mais desenvolvidos pelo acesso a produtos a preços mais baixos. Mas isso é outra história.
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