Um pouco por todo o mundo os preços estão a aumentar. Os preços na produção industrial na União Europeia registaram um aumento homólogo de 16,2% em Setembro, sobretudo devido aos preços da energia que aumentaram 40,1%. Os mesmos preços na China também dispararam (ver gráfico seguinte).
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Na OCDE a taxa de inflação homóloga em Setembro subiu para 4,6% puxada pelos preços da energia que aumentaram 18,9%. O índice dos preços de produtos agrícolas da FAO atingiu o valor mais elevado em dez anos. Nos EU nos preços registaram em Outubro um aumento homólogo de 4,6% (ver gráfico).
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Também nos EU a inflação foi puxada pelos preços da energia e ainda pelos veículos usados (devido à queda da produção automóvel pela escassez de chips).
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E no caso dos EU, os maiores aumentos estão a ser registados nos salários mais baixos (ver gráfico).
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Talvez estejamos a assistir a uma mudança estrutural induzida pela pandemia, mas também aparentemente sustentada por uma mudança de atitude em relação à deslocalização para a China da produção dos países industriais ocidentais motivada pela desconfiança, pelo receio justificado da dependência de uma superpotência tirânica cada vez mais agressiva, mudança também facilitada pela crescente redução do diferencial de preços e salários e da competitividade chinesa.
Mais previsível é a resposta ao aumento da inflação obrigar os bancos centrais ao abandono do quantitative easing, medida não convencional inevitável nos anos seguintes à crise de 2008 mas a prazo com consequências negativas que no (Im)pertinências se têm vindo a sublinhar desde 2014.
Como será o futuro? Não sabemos, pois se até o passado é imprevisível, como dizem os russos, com boas razões, e poderiam dizer os chineses, com ainda melhores razões. Só sabemos que será diferente do passado, como poderia ter dito o Senhor de La Palice se lhe tivesse ocorrido tal coisa.
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