A boutade do título é de Alberto Gonçalves, um veterano da bloguilha agora no Observador, e traduz bastante bem (substituindo na virtude o qualificativo «enorme» por principal) o que eu penso do Dr. Rangel, uma criatura que para nele votar teria de fazer como preconizou o Dr. Cunhal que os comunistas fizessem ao votar no Dr. Soares: «Se for preciso tapem a cara com uma mão e votem com a outra».
Por várias razões, entre as quais não se conta o seu comportamento na esfera privada nem as suas ideias e práticas sobre a sexualidade, matéria que só a ele diz respeito, mas onde se inclui a cobardia do seu voto contra o casamento dos homossexuais no parlamento em 2008.
Razões como os conflitos de interesse enquanto deputado europeu (denunciados por Pedro Arroja, que o detesta, talvez por boas razões), como a sua choruda avença mensal da sociedade de advogados Cuatrecasas, entre outros. Ou a sua auto proclamada virgindade política, comparando-se com «António Costa e Rui Rio (que) são pessoas que estão há 40 anos no sistema», sendo certo que ele com as idades dos dois já terá 27 e 31 anos de «sistema», respectivamente. Ou a sua insensatez demagógica de propor «por razões económicas» a subida de um salário mínimo que já representa a maior percentagem na UE em relação ao salário médio e é uma ameaça à sobrevivência das dezenas de milhar de pequenas e micro empresas.
Razões próprias que não tenho a certeza se são anuladas pelas razões dos portugueses, com a sua histórica falta de discernimento, que parecem preferir abertamente o Dr. Rio para opositor (ou candidato a vice do Dr. Costa). Ou se são anuladas pelas razões do PS que, pelos vistos, já perdeu de todo o recato e faz abertamente campanha oficial pelo Dr. Rio, como é o caso do Dr. Ferro Rodrigues, no seu habitual estilo de múmia, e do Dr. Santos Silva, com a sua proverbial falta de decoro, a que se juntam as vozes de apparatchiks menores.
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