«Ao longo da semana, formal ou informalmente, surgiram por aí inúmeras manifestações de relativização ou simpatia face aos talibãs. Do PCP ao BE, passando pelas zonas menos envergonhadas do PS actual, não se pouparam esforços para celebrar a derrota do “neoliberalismo” e a tomada de Cabul pelas forças “progressistas” (cito um candidato autárquico). E não, não estamos a falar de um daqueles movimentos patetas que prescrevem a virgindade antes do casamento. Trata-se dos talibãs, os bons e velhos talibãs das barbas e do surro, das castrações públicas e da escravização das mulheres, dos genocídios literais e simbólicos, que de resto já retomaram as tradições que os celebrizaram.
Não há nada de novo. Se de um lado temos um psicopata a degolar infelizes e do lado oposto um infeliz degolado, os comunistas nunca se baralham na escolha. Lembram-se da última vez em que os comunistas hesitaram a decidir entre o totalitarismo e a democracia? Aconteceu há oitenta anos e apenas porque puderam opor-se a um regime assassino em prol de um regime assassino similar. Caso os nazis não tivessem violado o pacto germano-soviético, os comunistas negariam hoje o Holocausto com a ênfase com que negam o Holodomor, o Gulag e a bestialidade que calhar.»
Os talibãs de trazer por casa, Alberto Gonçalves no Observador
1 comentário:
E vão vir(como diria o Futre) centenas de aviões(charters?)com afegãos e suas familias,incluindo talvez,futuramente e brevemente,as várias esposas de cada macho.E cuidado,para Portugal virão muitos mais dos que era suposto,disse o empossado em ministro dos estrangeiros negociados.E pronto,é isto...ah,parece que rebentou mais uma em Cabul(hoje domingo).
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