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19/12/2020

"Eleições faz de conta" continuam a mostrar várias coisas e a esconder outras

A sondagem do ISCTE-ICS para o Expresso, mostra o PSD a perder 2 pontos percentuais de intenções de voto e a ficar a uma distância de 14 pp do PS. Mostra, por outras palavras, um Rui Rio a não segurar o eleitorado tradicional do PSD que se transfere para o Chega e o IL e, provavelmente, para a abstenção. E a avaliação dos líderes, com Costa a subir 0,3 e Rio a descer 0,5, confirma a sua falta de crédito.

E, supondo que estas sondagens merecem um módico de credibilidade, como explicar que, apesar uma governação miserável por um governo que começa a parecer um saco de gatos, o PS com 39% de intenções de voto tenha subido quase 3 pp em relação às últimas legislativas em Outubro do ano passado e quase 7 pp em relação às legislativas de 2015? Ou como explicar que PSD+CDS tenham perdido quase 12 pp desde as legislativas de 2015? Ou como compreender que o papagaio-mor do reino tenha subido uma vez mais na avaliação e tenha intenções de voto de quase 70%?

É claro que o controlo dos mídia pela esquerdalhada em geral e pelos poderes fácticos socialistas em particular, a sedução que S. Ex.ª exerce sobre as redacções e a quase inexistência de jornalismo independente, explicam muita coisa, mas não explicam tudo. Talvez o resultado das eleições e das sondagens traduza, afinal, as preferências informadas dos portugueses, informadas pela informação que os portugueses preferem.

Se for assim, o modelo de negócio do Dr. Costa assente no Partido do Estado, como Medina Carreira sagazmente percebeu, com a sua clientela de funcionários públicos, reformados, empresários amigos e outros dependentes do Estado Sucial, e financiado pela Óropa, é perfeito para o PS se eternizar no poder, enquanto não acabar o dinheiro, como aconteceu no passado várias vezes, a última das quais em 2011.

1 comentário:

Octávio Ribeiro disse...

Não esquecer que as projecções estão todas aldrabadas.