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20/12/2018

O Ronaldo das Finanças perdeu a vergonha

Ontem de manhã , o ministro das Finanças Mário Centeno revelou no parlamento o bem que governo da geringonça já fez ou promete fazer pela sua freguesia eleitoral, nomeadamente:
  • "a despesa com pessoal das Administrações Públicas aumentará 1950 milhões de euros ao longo da legislatura";
  • "nos 13 anos anteriores (desde 2002) esta despesa aumentou apenas 170 milhões de euros. São mais 11 vezes em apenas 4 anos do que nos 13 anos anteriores";
  • "o salário horário médio dos trabalhadores da Administração Pública aumentou cerca de 20% em apenas 4 anos";
  • "permitiu, já em 2018, que perto de 350 mil trabalhadores tenham registado valorizações salariais";
  • "com o novo biénio de avaliações e com o reposicionamento dos 70 mil trabalhadores com salários abaixo dos 635 euros, este número pode subir para mais de 500 mil";
  • "em 2019 a remuneração média na Administração Pública crescerá perto de 3,7%. As progressões na carreira serão uma realidade em dois anos consecutivos. Pela primeira vez em 10 anos."
Estranhamente, não foi audível nem o mais suave protesto dos quatro milhões e meio trabalhadores do sector privado "sujeitos passivos" que com as suas contribuições proporcionam ao governo socialista manter a sua freguesia de 700 mil funcionários públicos feliz, ou pelo menos sossegada.

2 comentários:

Unknown disse...

Um redil, não um país.

Ricardo disse...

Escrevo antes da suposta manifestação dos nossos coletes amarelos. Como quase toda a gente, não sei o que é, nem o que vai ser. Mas não é isso que importa. O que importa é outra coisa: o modo como “um movimento das redes sociais”, imediatamente catalogado como de “extrema-direita”, atraiu os comentadores do regime como uma lâmpada à noite atrai as traças. Porque precisa tanto a nossa oligarquia de uma “extrema-direita”? Só para poder dizer que pelo menos nisso o país converge com a Europa?

Sobre a “extrema-direita”, os oligarcas têm duas opiniões. A primeira é a de que a “extrema-direita” não existe em Portugal, a não ser sob formas insignificantes, só visíveis ao microscópico do jornalismo anti-fascista. É que o povo, mesmo quando insatisfeito, está muito satisfeito por ser representado pelo PCP e pelo BE. Daí que não haja tradução portuguesa para Trump, Bolsonaro, Vox, etc. (continuação no artigo-post de Rui Ramos no Observador)