Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

14/12/2018

Dúvidas (244) - Os coletes amarelos são um movimento contra o neoliberalismo?


Tenho vindo a debater-me com esta dúvida existencial até que encontrei aqui a resposta que procurava sob a forma de um argumento do tipo reductio ad absurdum:
«A ideia de que os protestos dos "coletes amarelos" são uma espécie de grande movimento contra o neoliberalismo é uma interpretação criativa. O protesto nasce de proprietários de automóveis (logo pequeno burgueses) contra uma taxa do estado criada para subverter a lógica do mercado automóvel. Tudo isto num país com uma gigantesca carga fiscal que alimenta um gigantesco estado social. Sim. O protesto é contra o neoliberalismo.»

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece-me que se trata de algo de muito mais complexo.

A gota de água, ou de gasolina, foi uma alteração na eco-taxa que afectaria os agricultores (fora das grandes áreas urbanas por isso) e que iniciaram um protesto seguindo a secular tradição das jacqueries (insurreições) francesas.

Essa gota caiu num oceano de descontentamento que junta uma enorme variedade de insatisfeitos.

Sendo um movimento originalmente com objectivos que classificaria de direita (reduzam os impostos - a esquerda vive sempre do dinheiro dos outros) rapidamene passou a ser controlado pela esquerda em geral com os extremos, tanto da direita como da esquerda, a aproveitarem-se da situação, para além dos habituais aproveitadores que pensam enriquecer roubando plasmas de Eur 6.000.

No meio desta confusão toda, há de tudo. hà até quem exija um aumento contínuo do poder de compra, leia-se, acima da inflação, dos pensonistas (não produtivos na generalidade - os outros que paguem e os netos que se lixem) ao mesmo tempo que criticam a busca incessante do crescimento por parte das empresas, esses vampiros parasitas.


Agent Provocateur


P.S: Já agora, o peso dos impostos nos carburantes em França é de 68%, o mesmo valor que em Portugal (março de 2018). Para quando mais uma manifestaçãozinha por estas bandas?